Comunidade do polo aquático critica postura racista de jornalista
‘Trata-se de uma das formas mais perigosas de racismo’, disse Rudá Franco, atleta que representou o Brasil na Rio 2016 sobre episódio com Leonel Diaz
Olimpíadas|André Avelar, do R7
O comentário feito pelo apresentador Rodrigo Bocardi, da TV Globo, revoltou a comunidade do polo aquático brasileiro. Atletas da seleção e o presidente da PAB (Liga Brasileira de Polo Aquático) criticaram o profissional nesta sexta-feira (7) por fala considerada racista.
Em uma reportagem no Bom Dia São Paulo, o jornalista perguntou se o entrevistado era catador de bolinhas no Esporte Clube Pinheiros. Leonel Diaz, que é negro, é atleta do polo aquático do tradicional clube. Mais tarde, Bocardi disse que não foi racista e foi mal-interpretado.
Para Gustavo Guimarães, o Grummy, um dos principais atletas do time verde-amarelo, a postura do apresentador foi lamentável com relação a uma jovem promessa do esporte. Diaz é cubano de nascimento e sobrinho de Bárbaro Diaz, técnico do Club Athletico Paulistano, outro tradicional formador de talentos em São Paulo.
“Preconceito em pleno 2020. O moleque é superesforçado, universitário, jogador de polo aquático e ainda tem que passar por isso. Muito triste”, escreveu Grummy nas redes sociais, medalha de prata (Toronto 2015) e bronze (Lima 2019) nos Pan-Americanos.
“Trata-se de uma das formas mais perigosas de racismo. O estrutural. Esse tipo de prática, hábito e falas embutidas em nossos costumes e que promove, direta ou indiretamente, a segregação ou o preconceito racial”, completou Rudá Franco, que disputou os Jogos Olímpicos Rio 2016 pela seleção.
O presidente da PAB, Alessandro Moscal Checchinato, foi além e disse que conversou com Bocardi após o episódio. Na conversa, a entidade convidou o jornalista e sua produção a conhecer mais sobre o polo aquático e seus vários projetos sociais.
“Nossos atletas, toda comunidade e imprensa estão amplamente repercutindo o fato negativo, que em nada engrandece o esporte e o polo aquático. Nós repudiamos qualquer manifestação preconceituosa, seja de classe, gênero, credo ou raça”, disse o presidente.
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