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Candidato a vice do COB, dirigente da esgrima é acusado de má gestão

Associação de atletas pede exclusão de Ricardo Machado de disputa

Olimpíadas|André Avelar, do R7

Confederação Brasileira de Esgrima é acusada de desviar R$ 2,4 milhões
Confederação Brasileira de Esgrima é acusada de desviar R$ 2,4 milhões

Diante da suspeita de fraudes e desvios de verbas na CBE (Confederação Brasileira de Esgrima), a ABE (Associação Brasileira de Esgrimistas) entregou nesta segunda-feira (15) ao COB (Comitê Olímpico do Brasil) um manifesto contra a candidatura do presidente Ricardo Machado ao posto de vice na entidade.

Segundo o ofício de dez páginas, assinado por Henrique Rochel, presidente da ABE, já estão demonstradas as fraudes e desvios de verbas públicas durante as gestões do ex e do atual presidente Gerli dos Santos e Ricardo Machado respectivamente.

O documento é embasado em um acórdão do TCU (Tribunal de Contas da União), um relatório da CGU (Controladoria Geral da União) e dois pareceres do Ministério do Esporte, que apontam para um desvio total de R$ 2.413.433,52 de sua finalidade legal.

Para ABE, candidatura de Ricardo Machado à vice-presidência do COB é incoerente
Para ABE, candidatura de Ricardo Machado à vice-presidência do COB é incoerente

A CBE não retornou os contatos do R7 para comentar o caso. Machado não foi encontrado pela reportagem.


“É totalmente incoerente que ele [Ricardo Machado] seja um provável vice-presidente do COB. A gestão Gerli e Machado foi prejudicial para a esgrima. Não tiveram investimento nas categorias de base, os investimentos em alto rendimento eram feito de forma desorganizada e até tendenciosa. Os atletas ficavam até com medo de se posicionar”, disse Rochel.

De 2012 a 2016, a confederação recebeu verbas de três principais fontes: Ministério do Esporte, Lei Agnelo Piva e patrocínio da Petrobras. Ao todo, no período, foram levantados R$ 18.601.473,80.


De acordo com o relatório do TCU divulgado no ano passado, a CBE contratou funcionários sem requisitos claros e extrapolou os limites de gastos administrativos, o que acarretaria na “inelegibilidade e no afastamento preventivo do cargo dos dirigentes que participaram da gestão”, como prescrito na Lei Pelé.

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Para a CGU, há “indícios de fraudes” na contratação de convênios para serviços administrativos e pagamento de preços acima dos valores de mercado na emissão de bilhetes de passagens aéreas. Entre os pareceres do próprio Ministério do Esporte, há também a definição de que “o conveniado não cumpriu sua plena funcionalidade”.


“Seria interessante ter uma manifestação do COB porque esse acórdão do TCU propõe a revisão das contas da CBE”, disse Rochel.

“Esse dinheiro que o esporte recebeu para as Olimpíadas não foi devidamente investido no esporte. Os dirigentes pensaram mais nos interesses deles”, acrescentou.

A eleição no COB está marcada para fevereiro e faz parte de uma estratégia para limpar a imagem da entidade frente ao COI (Comitê Olímpico Internacional), depois da prisão do ex-presidente Carlos Arthur Nuzman, em outubro do ano passado.

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