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Bia Ferreira treinava em frente ao espelho para fazer história no boxe

Prata em Tóquio, boxeadora teve no pai, que foi lutador, sua maior inspiração e quem lhe ensinou a dar os primeiros golpes

Olimpíadas|Eugenio Goussinsky, do R7


Bia Ferreira esbanja alegria fora do ringue e seriedade dentro dele
Bia Ferreira esbanja alegria fora do ringue e seriedade dentro dele

Ver o pai lutar, na vida e no ringue, durante a infância deu início ao sonho da menina Beatriz Iasmin Soares Ferreira, de um dia se tornar uma lutadora de boxe. A formação no esporte é, na prática, a mesma em relação à sua formação como pessoa da baiana, medalha de prata no boxe na Olimpíada de Tóquio 2020.

Aos quatro anos, na garagem de casa, improvisada como academia, ela via o pai, Raimundo Ferreira, o Sergipe, dar aulas de boxe e se destacar no esporte, sendo, entre os anos 1990 e 2000, bicampeão brasileiro e tricampeão baiano, além de sparring de Acelino Freitas, o Popó.

Imitando os gestos do pai, diante de um espelho, ela foi aprendendo os primeiros movimentos. Eles moravam em Salvador, cidade onde Bia nasceu, no bairro pobre de Nova Brasília, com a mãe e a irmã.

Bia Ferreira (de azul) na final olímpica do boxe
Bia Ferreira (de azul) na final olímpica do boxe

Depois, com orientação paterna, foi se desenvolvendo. Já em Juiz de Fora (MG), para onde a família foi morar, em busca de melhores condições de vida, Bia, com 12 anos, não se desapegou de seu objetivo. Treinou.

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E continuou a treinar depois da separação dos pais, em 2008. Prosseguiu recebendo as orientações de Sergipe, até chegar ao título de campeã mundial, em 2019, e se tornar a primeira mulher brasileira a participar de uma final olímpica do boxe.

Quando dava seus primeiros golpes, ainda menina, ela já estava construindo o seu destino.

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"A história dela é linda. Ela me dá orgulho. É uma atleta completa. Sou o maior fã dela", afirmou Sergipe, ao Estado.

Aos 28 anos, a peso leve Bia Ferreira fez uma campanha que impressionou nos Jogos de Tóquio. Venceu, por unanimidade, Shih-Yi Wu, de Taiwan, na estreia.

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Obstinada, chegou às semifinais após supera a lutadora uzbeque Raykhona Kodirova, com um implacável placar de 5 a 0 na avaliação dos jurados. E conquistou a vaga para a final com nova vitória por 5 a 0 sobre a finlandesa Mira Potkonen.

Bia Ferreira
Bia Ferreira

Durante toda a sua carreira, o que mais se destacou na boxeadora foi a determinação. No ringue, seu estilo é agressivo, ela utiliza jabs, cruzados, sempre com um olhar firme, semblante sério, confiante na vitória. Esse estilo contrasta com o jeito alegre de Bia fora dos ringues.

Durante a preparação para os Jogos, Bia não escondia a ansiedade e o desejo de participar do evento. Postava no Instagram fotos de todos os principais momentos da preparação, com frases que demonstravam sua vontade.

"Tenha sempre em mente onde você quer chegar e batalhe todos os dias", disse a pugilista, em uma das mensagens.

Ela, que é treinada desde 2017 pelo seu atual técnico Mateus Alves, dentro da equipe permanente de boxe, já estava contando a história de mais essa conquista.

O clima de confiança da equipe, que também teve Herbert Conceição como medalhista, foi outro importante fator para o sucesso de Bia.

"Sempre repito que ninguém faz nada sozinho, somos fortes por que somos unidos", declarou Alves, pelas redes sociais.

Neste sentido, o esforço de Bia se uniu à sabedoria de buscar o lugar certo e aproveitar a hora certa. Desta forma, a última vitória foi apenas a confirmação do que ela já sabia desde criança.

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