Bernardinho e Zé Roberto lamentam morte do ‘mentor do vôlei brasileiro’
Bebeto de Freitas, que foi o treinador da Geração de Prata na década de 1980, morreu na última terça-feira, em Minas Gerais, vítima de uma parada cardíaca
Olimpíadas|André Avelar e Carla Canteras, do R7

Dois dos maiores técnicos do vôlei brasileiro nos dias de hoje, Bernardinho e José Roberto Guimarães tiveram o mesmo mentor: Bebeto de Freitas. Os dois lamentaram a morte na última última terça-feira (13) do mais que treinador da Geração de Prata.
Os atuais treinadores confirmam que graças à inventividade de Bebeto na década de 1980, o Brasil, naturalmente mais baixo, superou os gigantes da antiga União Soviética. Graças à determinação de Bebeto, o Brasil, ainda carente em estrutura, passou por cima dos disciplinados japoneses.
Foi com Bebeto que o País, por exemplo, passou a treinar diariamente em dois períodos, prática até hoje repetida por Bernardinho e Zé Roberto. Como resultado, as medalhas de prata foram celebradas mesmo em meio à cultura do ouro. O verde-amarelo foi vice-campeão do Mundial de 1982 (3 a 0 para a URSS) e dos Jogos Olímpicos de 1984 (3 a 0 para os Estados Unidos).
Futuro campeão olímpico em 1992 com o masculino (ganhou outras duas medalhas de ouro com o feminino), Zé Roberto foi convidado a integrar a comissão técnica de Bebeto no final dos anos de 1980. Foi por aí que passou a conviver intensamente com o treinador.
“Tive a oportunidade de ouvir, entender as ideias, dividir o quarto, conversar e compartilhar os ensinamentos dele. Foi muito enriquecedor”, disse Zé Roberto ao R7, já em lágrimas, antes de um treino do Hinode Barueri. “Se existe um legado, uma escola de treinador brasileiro, é em função da filosofia dele. Ele mudou o vôlei do País.”
Levantador de Bebeto desde o início da carreira, dono de sete medalhas olímpicas se contadas como jogador e técnico das seleções brasileiras, Bernardinho não escondeu a admiração por quem virou seu amigo. Muito emocionado, o treinador do Sesc Rio preferiu divulgar apenas um comunicado à imprensa contando alguns dos momentos vividos com quem sempre chamou de “mestre”.
“Tive uma parceria, uma amizade de 43 anos com o Bebeto de Freitas. Tive com ele minha primeira conquista nacional como jogador. Foi a primeira dele como treinador também. Ele foi meu ídolo, minha referência como jogador, acreditou em mim e me fez seu capitão”, lembrou Bernardinho.
Bernardinho e Zé Roberto deixaram qualquer possível rivalidade de lado e lembraram que as suas seleções e times que até hoje treinam devem muito a Bebeto.
“Ele foi importante para a minha seleção, para a seleção do Bernardo porque ele ensinou a gente a treinar todos os fundamentos”, disse Zé Roberto. “Ele foi o divisor de águas do vôlei brasileiro, o mentor da geração de prata, que fez do nosso vôlei um esporte popular e respeitado mundialmente”, completou Bernardinho.
Bebeto, de 68 anos, era diretor de controle e administração do Atlético-MG. Ele apresentava o time de futebol americano do clube quando sofreu uma parada cardíaca e morreu. O velório acontecerá nesta quarta, na Cidade do Galo, em Vespasiano (MG), até as 11 horas. De lá, o corpo segue para a sede do Botafogo, seu clube do coração, no Rio de Janeiro.
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Morte de Bebeto de Freitas gera comoção no mundo esportivo
Clubes e personalidades do esporte brasileiro lamentaram a morte do ex-treinador e dirigente Bebedo de Freitas, 68, vítima de parada cardíaca logo após participar do evento de lançamento do time de futebol americano do Atlético-MG. Time de coração de ...
Clubes e personalidades do esporte brasileiro lamentaram a morte do ex-treinador e dirigente Bebedo de Freitas, 68, vítima de parada cardíaca logo após participar do evento de lançamento do time de futebol americano do Atlético-MG. Time de coração de Bebeto de Freitas, o Botafogo agradeceu o dirigente: "Descanse em paz, Bebeto de Freitas. Obrigado por todo o amor e dedicação ao Botafogo"