‘As pessoas falam em japonês comigo’, brinca Bruna Takahashi
Mesa-tenista brasileira, que completou 21 anos na preparação para Jogos Olímpicos, se vê mais experiente para Tóquio 2020
Olimpíadas|André Avelar, do R7, em Tóquio, no Japão

Ela tem olhos verdes, cabelos castanhos, é brasileira e tem sobrenome japonês. Longe de qualquer preconceito de etnia, Bruna Takahashi confunde os moradores locais em Tóquio 2020. A mesa-tenista, que completou 21 anos já na preparação para os Jogos Olímpicos, se diverte com a experiência na terra do seu sobrenome.
Em entrevista na Vila Olímpica, Bruna lembrou que a confusão já provocou situações engraçadas. Da imigração no aeroporto até a recepção no hotel, passando pelos locais de competição, atleta já está acostumada com os sucessivos olhares para o rosto e a sua credencial.
“No aeroporto, no hotel, por onde eu passo aqui no Japão, eles ficam olhando para a minha credencial e para o meu sobrenome… Aí me olham de novo. Sem dúvida, eles acham esquisito. Algumas pessoas aqui chegam até a falar em japonês comigo, mas eu não falo nem um pouquinho”, riu, Bruna.
Bruna faz parte da quarta geração da família japonesa que chegou ao Brasil no início do século 20 e se estabeleceu na Grande São Paulo. A atleta, inclusive, começou a jogar tênis de mesa em São Bernardo do Campo, ainda com 8 anos. Os resultados não demoraram a aparecer e ainda adolescente ela estreou no circuito internacional.
O estranhamento com o sobrenome começou nessa época, mas também por ser uma não-asiática entre as melhores do mundo. Atualmente, ela é a 48ª do mundo no ranking da IFTT (Federação Internacional de Tênis de Mesa), o que lhe rende uma boa posição na chave de simples.
Na Rio 2016, Bruna foi a atleta mais jovem do Time Brasil, então com 16 anos. Apesar da pouca idade, a experiência serviu como bagagem para este ciclo olímpico. Agora, mais experiente, nem mesmo o ambiente grandioso da Vila Olímpica assusta a atleta.
“A experiência do Brasil foi diferente. Joguei só por equipes e pegamos a China logo de cara. Não tivemos muitas chances. Agora, aqui no Japão, já chego mais experiente, mais bem preparada para fazer o meu melhor”, disse.
Hoje quem vive essa experiência pela primeira vez é a irmã Giulia. A pequena, de 16 anos, auxilia a equipe brasileira na preparação, e claro, também ganha experiência para as competições adultas.
Bruna estreia nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 no domingo (25), contra adversária ainda a ser definida.
Atleta competirá com prótese com bandeira do Brasil após perder olho
Quando foi a última vez que você enfrentou dificuldades e se superou? A história do atleta paraense Lucas Mazzo, da marcha atlética, serve de exemplo para ser persistente e não desistir. Aos 15 anos, Mazzo sofreu um tiro em um jogo de paintball, aquela...
Quando foi a última vez que você enfrentou dificuldades e se superou? A história do atleta paraense Lucas Mazzo, da marcha atlética, serve de exemplo para ser persistente e não desistir. Aos 15 anos, Mazzo sofreu um tiro em um jogo de paintball, aquela competição que usa armas de pressão para disparar bolinhas coloridas contra adversários. Após perder totalmente a visão do olho direito, encarou obstáculos durante a adolescência e, 12 anos depois, está em Tóquio 2020 para buscar uma medalha para o Brasil