Tati Weston-Webb torce por 'dobradinha' e sonha com mais meninas brasileiras no surfe
Atleta é uma das cinco finalistas e pode se tornar campeã mundial em etapa que começa nesta quinta-feira, nos Estados Unidos
Mais Esportes|Felippe Scozzafave, do R7

Muita gente já considera que o Brasil é o país do surfe. E a confirmação disso pode acontecer a partir desta quinta-feira (8), quando começa a WSL Finals, etapa do Mundial disputada em Trestles, na Califórnia, que definirá os novos campeões mundiais no esporte.
Se entre os homens o país já é uma verdadeira potência, com cinco títulos mundiais nos últimos dez anos, cabe a Tati Weston-Webb tentar iniciar uma hegemonia também entre as mulheres. A gaúcha de Porto Alegre, mas que desde criança mora no Havaí, é uma das cinco finalistas e tenta desbancar o favoritismo da campeã olímpica e pentacampeã mundial Carissa Moore.
Atual vice-campeã mundial, perdendo a última final justamente para a havaiana, a brasileira vai iniciar neste ano a corrida do título enfrentando a vencedora do confronto da heptacampeã mundial, Stephanie Gilmore, com Brisa Hennessy, da Costa Rica. Caso se classifique, Tati pega a vice-líder do ranking, Johanne Defay, da França, para definir a adversária de Carissa Moore na decisão do título de 2022 em uma melhor de três baterias.
Apesar da ansiedade para o início da disputa, Weston-Webb prefere não se pressionar pela conquista inédita. "O Brasil já teve outras chances de ganhar o título também no feminino, na última temporada eu fiquei com o vice-campeonato e a sensação é que faltou pouco para conseguir a vitória. O título vai vir na hora certa para coroar todo trabalho do surfe feminino brasileiro. Eu estou motivada, me preparando e buscando ser a brasileira que vai conseguir trazer o triunfo inédito na categoria feminina para o nosso país", disse ela, em bate-papo com o R7.

Apesar de ter perdido para Carissa Moore na final do ano passado, Tati não enxerga na havaiana a única ameaça ao tão sonhado título:
"Não consigo definir apenas uma, são todas surfistas muito qualificadas e todas têm chances. A Carissa Moore é uma grande adversária e tem como vantagem já estar na bateria final, na melhor de 3. Porém o evento é muito dinâmico, quem estiver melhor naquele dia vai se sobressair, eu penso em manter minha concentração e chegar o mais preparada possível, para conseguir manter o bom desempenho que tive durante a temporada", disse.
A brasileira, que ao longo da temporada venceu as etapas de Peniche (Portugal) e Jeffreys Bay (África do Sul), é atualmente a única representante do país na elite do surfe, cenário bem diferente da categoria masculina, que iniciou o ano com dez brasileiros. Algo que pode mudar no futuro, graças a seu sucesso.
"As mulheres brasileiras são muito interessadas por esporte, mas fico feliz também se meus resultados fizerem outras meninas se interessarem pela modalidade. Porém, o foco principal é conquistar vitórias e manter uma boa sequência, é difícil pensar nisso, mas se eu for um fator incentivador e também conseguir animar as que já praticam e têm o sonho de estar na elite do surfe, já é um ponto muito positivo. Acho que o apoio e o incentivo são pontos fundamentais para também termos mais meninas na elite do surfe mundial, com o apoio e incentivo também das marcas poderemos ver mais integrantes, temos muitas surfistas talentosas e espero que em um futuro próximo elas também estejam protagonizando no CT", disse a atleta.
Festa completa
Apesar de morar fora do Brasil há muitos anos, Tati sabe muito bem como o apoio e carinho dos torcedores daqui motivam os atletas e, já em clima de Copa do Mundo, acredita que a festa brasileira pode ser completa em Trestles. Além do título dela, ela confia que Filipe Toledo ou Ítalo Ferreira também podem brilhar entre os homens.
"Acredito e vou torcer por isso, seria demais para o Brasil conseguir o título no masculino e no feminino. Os meninos que classificaram têm características diferentes e são grandes atletas. Vou torcer para um dos brasileiros vencer", encerrou.
O Brasil é o país do surfe: conheça promessas da nova geração da 'Brazilian Storm'
Campeões mundiais, primeiro medalhista olímpico da história do esporte e novo circuito nacional. Na última década, o Brasil se tornou 'o país do surfe' e atletas como Lucas Chumbo, Gabriel Medina, Italo Ferreira e Tati Weston-Webb brilham pelo mundo. T...
Campeões mundiais, primeiro medalhista olímpico da história do esporte e novo circuito nacional. Na última década, o Brasil se tornou 'o país do surfe' e atletas como Lucas Chumbo, Gabriel Medina, Italo Ferreira e Tati Weston-Webb brilham pelo mundo. Tudo indica que a nova geração da 'Brazilian Storm', a tempestade brasileira como a mídia internacional chama os atletas do país, vai manter esse legado de sucesso. Confira algumas promessas do surfe para ficar de olho: