NBA planeja criar nova liga na Europa em parceria com a Fiba
Projeto teria 16 equipes e faria rivalidade com a EuroLeague, atual liga profissional de basquete do continente; ainda não há cronograma definido
Mais Esportes|Do R7
A NBA, principal liga de basquete dos Estados Unidos, e a Fiba (Federação Internacional de Basquete) anunciaram na quinta-feira (27) que começaram o processo para criar uma nova liga profissional na Europa.
A proposta, que já conta com apoio unânime do conselho de governadores da NBA e do comitê executivo da Fiba, prevê uma liga com 16 times. Deles, 12 seriam permanentes e quatro participaram por meio de vagas abertas para qualificação por mérito entre clubes europeus.
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O anúncio foi feito em uma coletiva de imprensa no centro de Manhattan, em Nova York, nos EUA, pelo comissário da NBA, Adam Silver, e pelo secretário-geral da Fiba, Andreas Zagklis.
“O basquete é o esporte número dois na Europa, com centenas de milhões de fãs e uma popularidade imensa. Cerca de 15% dos jogadores da NBA são europeus, e cinco dos últimos seis MVPs vieram de lá. É o momento certo para avançarmos”, disse Silver.
A competição adotaria regras internacionais, como jogos de 40 minutos, e incluiria um teto salarial -- uma novidade em relação às principais ligas europeias de basquete e futebol. “Queremos que todos os times tenham chances justas de vencer”, explicou o comissário.
A nova liga também planeja investir em infraestrutura, como arenas modernas, e no desenvolvimento de jovens atletas, treinadores e árbitros por meio de academias e programas conjuntos.
Atritos com a EuroLeague
A iniciativa rivaliza diretamente com a EuroLeague, atual competição de elite do continente, que há anos mantém uma relação conflituosa com a Fiba, que rege o esporte internacionalmente.
Durante a coletiva, Zagklis chegou a se referir à EuroLeague como “aquela liga”, evidenciando o distanciamento. Logo depois, no entanto, ele disse que pretende tornar o processo transparente. “Estamos abertos a discussões com todos os envolvidos. Nosso objetivo é elevar o basquete europeu como um todo, sem prejudicar outras partes”, disse.
“Queremos conversas abertas com as partes interessadas, sem negociações nos bastidores. Anunciar nossas intenções nos permite discutir diretamente com clubes e a comunidade do basquete”, disse Silver.
O comissário acredita que a colaboração com os times europeus existentes -- como Real Madrid, Barcelona e Bayern de Munique, gigantes do esporte -- pode ser mais vantajosa do que competir contra eles.
Oportunidade econômica
A NBA enxerga na Europa um mercado com enorme potencial econômico, de acordo com Silver. “A resposta de parceiros de mídia, agências de publicidade e clubes tem sido muito positiva”, disse.
Ele aposta que a liga pode monetizar o basquete europeu de forma mais eficiente do que os modelos atuais, atraindo investidores e novos fãs. Cidades estratégicas, incluindo capitais da mídia e polos do basquete, estão sendo avaliadas para sediar os times, com planos de modernizar ou construir arenas de padrão NBA.
Embora o projeto esteja em fase inicial, sem cronograma definido, Silver explicou que a liga não exige acordos de mídia fechados para avançar, mas precisa de um plano de negócios sólido.
A integração com as ligas nacionais existentes também é um ponto chave: os times da nova competição poderiam disputar simultaneamente seus campeonatos domésticos, preservando o ecossistema local.