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BRASILEIRO 2022

México quer acabar com a "maldição" das oitavas na Copa

Mais Esportes|Do R7

Pedra no sapato do Brasil nos últimos anos, o México quer esquecer a dramática classificação para a Copa do Mundo-2014 e concentrar-se em chegar pela primeira vez em 28 anos às quartas de final, mas terá que passar por um difícil Grupo A.

Camarões (13 de junho em Natal), Brasil (17 de junho em Fortaleza) e Croácia (23 de junho em Recife) serão os rivais do 'Tricolor' na primeira fase, e o cruzamento nas oitavas de final poderá ser terrível.

Contudo, o técnico Miguel Herrera defende o nível de sua equipe para cumprir com o objetivo "mínimo" que traçou: superar as oitavas de final, fase na qual a seleção azteca foi eliminada nos últimos cinco Mundiais.

Mas 'El Piojo' (o piolho), ao qual a Federação recorreu desesperadamente para conseguir a classificação à Copa, não renuncia a aspirar pelo título, apesar de sua equipe sentir a ausência voluntária de Carlos Vela e a pouca atividade de alguns "europeus", como Javier 'Chicharito' Hernández.


O carismático treinador, de 46 anos, convocou para a Copa oito medalhistas de ouro nos Jogos Olímpicos de Londres-2012, onde o México derrotou o Brasil de Neymar na final.

"A gente sonha porque tem os argumentos para pensar que temos as armas e os jogadores que possam transformar o sonho em realidade", garantiu Herrera em uma entrevista à AFP, no fim de março.


Na hora de fazer contas, o México considera fundamental uma primeira vitória diante da seleção de Samuel Eto'o para não depender de um resultado positivo contra o Brasil, podendo decidir a vaga nas oitavas de final contra a Croácia de Luka Modric.

Curiosamente, os mexicanos voltarão a enfrentar a seleção brasileira na segunda rodada da fase de grupos no Castelão de Fortaleza, exatamente como aconteceu em junho do ano passado, na Copa das Confederações, com vitória por 2 a 0 de Neymar e companhia.


"A soma são quatro pontos. É fundamental começar com uma vitória porque acredito que a Croácia está ligeiramente acima de nós, individualmente e coletivamente, e Camarões ligeiramente abaixo", explicou à AFP o ex-atacante mexicano Luis García, que disputou os Mundiais dos Estados Unidos-1994 e da França-1998.

O rival num eventual cruzamento nas oitavas virá do Grupo B e poderiam ser a atual campeã mundial, a Espanha, ou a vice-campeã Holanda, enquanto Chile tentará estragar a festa europeia nesta chave.

Alguns analistas mexicanos acreditam que o objetivo é ambicioso demais para uma equipe que protagonizou uma eliminatória lamentável e que esteve virtualmente eliminada na última rodada, resgatada por uma virada nos acréscimos do histórico rival, os Estados Unidos, sobre a seleção de Panamá.

"Se você analisar os 23 jogadores da lista e os comparar com Mundias anteriores, é óbvio que há uma diferença importante no plano individual e coletivo. Eu vejo problemas para passar à próxima rodada. Eu não penso na quinta partida, eu penso na terceira", analisou Luis García.

Para o ex-jogador do Atlético de Madri, a chamada "maldição" das oitavas de final não é nada além do reflexo da realidade.

"O futebol mexicano está neste parâmetro. Pensar que merecemos mais do que temos hoje seria um erro, quando há mais de 30 anos trabalhamos da mesma maneira", lamentou o hoje comentarista da TV Azteca.

Com o prestígio que lhe deu o título do Campeonato Mexicano-2013, vencido pelo América, Herrera foi contratado de urgência em outubro para liderar o 'Tricolor' na repescagem das eliminatórias para a Copa, após a Federação Mexicana ter demitido três treinadores em um mês e meio.

Com poucos dias de trabalho, Herrera conseguiu derrotar com facilidade a Nova Zelândia contando exclusivamente com jogadores que atuam no futebol mexicano. Agora, o técnico chamou sete "europeus" para o Mundial brasileiro, mas quase nenhum deles é titular indiscutível em seus respectivos clubes.

O México adotou um sistema 5-3-2, com tendência ao futebol vertical, dando enfase ao papel ofensivo dos laterais.

Pelo que foi visto até agora na preparação da seleção, o goleiro da 'Tricolor' será Jesús Corona (Cruz Azul), com Guillermo Ochoa (Ajaccio/FRA) no banco.

O veterano Rafael Márquez (León) atuará como volante e será o capitão e líder da defesa.

Paul Aguilar (América) ocupará a lateral direita e Héctor Moreno (Espanyol/ESP) uma das vagas na zaga. O outro defensor central sairá do duelo entre o jovem Diego Reyes (Porto/POR) e Francisco 'Maza' Rodríguez (América), enquanto o lateral esquerdo será Andrés Guardado (Bayer Leverkusen/ALE) ou Miguel Layún (América).

As três vagas no meio de campo serão disputadas pelos energéticos Carlos 'Gullit' Peña, o habilidoso Luis Montes (ambos do León), o defensivo Juan Carlos Medina (América) e o "faz tudo" Héctor Herrera (Porto/POR).

No ataque, um lugar está reservado para Oribe Peralta (Santos), autor do gol do ouro nas Olimpíadas de Londres e de grandes atuações com a camisa mexicana. Seu companheiro de ataque dependerá da tática escolhida por Herreira, que escolherá entre "Chicharito" Hernández (Manchester United/ING) e Giovani Dos Santos (Villarreal/ESP).

Carlos Vela (Real Sociedad/ESP), o melhor jogador mexicano da atualidade, como definiu o próprio Herreira, pediu para não ser convocado para a Copa, após três anos longe da Tricolor por motivos não revelados.

"Infelizmente, o melhor jogador de nosso país, o cara que marcou mais gols, que melhor joga bola, nos disse não num momento em que o futebol mexicano não produz tantos jogadores de qualidade do meio para frente", lamentou Luis García.

"Vela não é indispensável", declarou Herrera, diminuindo a falta que fará a ausência do craque.

gbv/cl/ja/am

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