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BRASILEIRO 2022

Justiça proíbe a buzina de Tarcísio na decisão do Campeonato Pernambucano

Mais Esportes|Do R7

Tarcísio da Buzina, torcedor símbolo do Salgueiro, está proibido de ver a final do Campeonato Pernambucano com o instrumento que lhe deu fama e azucrina os rivais há 11 anos. O Tribunal de Justiça de Pernambuco atendeu ao pedido do Sport, rival na decisão, e vetou a entrada de buzinas e cornetas na decisão do próximo dia 18.

"Em todos os jogos da agravada (Salgueiro) há a presença de indivíduos com instrumentos sonoros/buzinas que interferem o bom convívio nas arquibancadas de futebol, posto que os objetos possuem um formato intimidador e capacidade sonora elevada, proporcionando um ambiente de insegurança e interferindo no resultado da partida", disse trecho da decisão.

O alvo da ação é Tarcísio, torcedor que usa chapéu colorido e sua buzina, uma estridente vuvuzela que dá dor de ouvido só de olhar. "Cada torcedor tem uma maneira de torcer; a minha é com a buzina. Faço isso há 11 anos", afirmou o pivô da batalha.

No dia 5 de maio, o Sport deu entrada na ação alegando que a buzina prejudicava a comunicação entre o técnico e seus comandados. Estrategicamente, Tarcísio se posiciona atrás do banco de reservas do rival no estádio Cornélio de Barros. No dia 19 de maio, o juiz Jandercleison Pinheiro Jucá, da 2.ª Vara de Salgueiro, negou o pedido. Na última terça-feira, o Sport virou o jogo. Agora o Salgueiro promete recorrer ao STJD.


Os salgueirenses veem no episódio a disputa histórica entre a capital e o interior. Pernambuco nunca teve um campeão de fora do Recife. Do ponto de vista financeiro, é uma disputa entre Davi e Golias. A folha salarial do Salgueiro gira em torno de R$ 180 mil, menos que o salário do técnico Vanderlei Luxemburgo, contratado recentemente pelo Sport. O time disputa a Série C; o rival, a Série A. Salgueiro tem 69 mil habitantes, que lutam contra o desemprego e seca. "Estamos fazendo milagre", orgulhou-se o presidente José Guilherme, depois de eliminar o Santa Cruz na semifinal do torneio.

Tarcísio da Buzina é o apelido do ex-pintor Francisco Gomes. Anos atrás, ele caiu de uma escada e fraturou o fêmur da perna direita. Não cuidou como deveria. Quando foi recorrer ao SUS (Sistema Único de Saúde), ouviu que era tarde demais para colocar uma prótese. Acabou aposentado por invalidez. Puxando da perna, como ele diz, o torcedor de 51 anos encontrou na buzina, nas roupas coloridas e no chapelão verde o seu jeito de ir adiante.

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