José Aldo promete recuperar cinturão: 'Quem estiver na minha frente vai cair'
Mais Esportes|Do R7
A última luta de José Aldo, em dezembro de 2015, resultou em uma derrota amarga para Conor McGregor. Agora, o brasileiro volta ao octógono para duelar com o ex-campeão do peso leve Frankie Edgar, valendo o cinturão interino da categoria, dia 9 de julho, pelo UFC 200, em Las Vegas, aos Estados Unidos.
Em entrevista ao Estadão.com, Aldo não rebate as provocações já feitas pelo seu próximo adversário. O americano chegou a comentar que nunca viu "alguém fugir tanto de lutas como ele". Aldo não entrou na provocação. "Isso faz parte, ele vai tentar me desconcentrar de alguma maneira. Vou bem tranquilo para a luta, executando tudo aquilo que fiz no treino porque sei que assim vou vencer. Com certeza, ele está mesmo preocupado porque sabe que vou vencer".
Com a possibilidade de enfrentar McGregor novamente, na disputa do título linear, o brasileiro não concorda sobre a incerteza dessa luta. "Não é certo, não vejo como não lutar pelo cinturão, mas já que colocaram esse cinturão interino agora, primeiramente tenho de vencer o Frankie Edgar".
E ainda solta o verbo contra McGregor: "Quero que ele se f... pra onde ele for, estou pensando em mim e vou chegar lá dentro e vencer. Quem estiver na minha frente pode ter certeza que vai cair, porque quero ser campeão, quero me aposentar sendo campeão."
Qual é a sensação de ver sua história retratada em um filme (Mais forte que o mundo - A história de José Aldo)?
A sensação é ótima. Fiquei muito feliz por tudo, acho que todo atleta ou personalidade espera um dia ter sua história contada em um filme e graças a deus estou vendo isso acontecer. É a realização de mais um sonho que consigo nesta vida. Só tenho de agradecer porque fizeram uma coisa fantástica.
Acha que o filme conseguiu exibir tudo que você passou para iniciar a carreira no MMA?
Sim, totalmente. Foi um trabalho bem feito, colocaram tudo aquilo que retratei em conversa. Eu não tive muito contato durante o roteiro ou produção do filme, não queria atrapalhar o que o diretor tinha em mente. Quando vi o resultado, o filme ficou excelente, da mesma maneira que passei.
Como foi a preparação para sua história invadir as telas do cinema?
Tudo começou depois de uma luta que tinha vencido. Comecei a conversar sobre a minha história com as pessoas que pensavam em produzir o filme, eles gostaram, e a partir desse momento, fomos concretizar o sonho.
Está orgulhoso do resultado?
Muito! Fiquei muito orgulhoso. Só tenho de agradecer. Todos que estão vendo o filme, os fãs, pessoas normais, estão elogiando bastante.
Falando sobre a sua próxima luta, no dia 9 de julho, pelo UFC 200, surgiu um rumor de que você teria sofrido lesão e poderia não participar. Você realmente sofreu alguma contusão?
Não, eu não sei de onde inventaram isso, até que, no dia em que contaram essa história, estava treinando normalmente. Estou muito bem, falta apenas mais uma semana de treino e na próxima é perda de peso para a luta.
Seu adversário, Frankie Edgar, até usou o rumor para te provocar "se ele lutou, deve lutar machucado o tempo todo, pois nunca vi alguém fugir tanto de lutas como ele". O que você tem a dizer?
Eu não tenho nada para dizer, isso faz parte, ele vai tentar me desconcentrar de alguma maneira e eu sei o que estou fazendo para chegar até essa luta. Então, vou bem tranquilo, executando tudo aquilo que fiz no treino porque sei que assim vou vencer a luta. Com certeza ele está mesmo preocupado porque sabe que vou vencer.
Você enfrentou o Frankie Edgar em 2013 e venceu por decisão unânime em luta de cinco rounds. O quanto acredita que ele mudou desde a última luta?
Não mudou em nada, eu já assisti vários vídeos dele e continua da mesma maneira. A única diferença que pode existir é a adaptado na categoria e a confiança, mas, tecnicamente, continua o mesmo.
Você tem usado aquela luta na preparação?
Não. Eu acho que agora é uma nova história, mudei bastante. Aquela luta serve como um ponto, porque já o enfrentei e sei as movimentações que já fez, mas lógico, procuro olhar as lutas mais recentes e montar uma estratégia em cima disso.
O confronto foi decidido apenas depois de cinco rounds. Acredita que o combate em julho também durará todos os assaltos?
Eu não vejo problema nenhum em durar cinco rounds. Me vejo bem preparado, pode ter certeza que vou me sair muito bem, estou treinando forte, porém, se tiver oportunidade, vou acabar essa luta o quanto antes.
Antes da derrota para McGregor, sua última queda foi em 2005, em Manaus. Como foi a recuperação após a última luta? Como você se vê depois do revés?
Depois do revés eu estou treinando bastante, procuro tomar de lição tudo aquilo que não veio a favor, estudo bastante. Parei e repensei no que poderia ajustar para no futuro isso não acontecer. Naquele ano, quando perdi, pude ver e aprender tudo o que necessitava até virar campeão, sei que no futuro vou retomar o cinturão.
Acha que realmente existe a possibilidade de um novo confronto com McGregor, caso vença sua próxima luta com Frankie Edgar e tenha de disputar o título linear?
Não é certo, eu não vejo como não lutar pelo cinturão, mas já que eles colocaram esse cinturão interino agora, primeiramente tenho de vencer o Frankie Edgar e depois pensar em vencer o título linear porque sei que é meu.
Aposta em um retorno de McGregor ao peso pena?
Eu quero que ele se f... pra onde ele for, estou pensando em mim e vou chegar lá dentro e vou vencer. Quem estiver na minha frente pode ter certeza que vai cair, porque quero ser campeão, quero me aposentar sendo campeão.
Não é tão incomum lutadores buscarem desafios em outras categorias ou promoverem lutas com peso casado. Você se vê subindo de categoria ou enfrentando adversários mais pesados?
Eu já estive muito próximo de lutar em uma categoria do peso de cima, mas, na época, a negociação não foi boa. Primeiramente, estou pensando em voltar a ser campeão e só depois disso vou pensar em fazer lutas casadas, é algo que passa pela minha cabeça, isso enaltece a carreira.
O Brasil possui apenas um campeão no UFC, Rafael dos Anjos, no peso leve. Acredita que o MMA brasileiro passa por uma crise ou apenas uma oscilação?
É uma oscilação, faz parte do esporte, nós já tivemos muito mais do que isso. Agora no mês de julho, tanto eu quanto a Claudia Gadelha vamos trazer mais um cinturão para o Brasil.