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BRASILEIRO 2022

Ginasta ucraniana de 9 anos tem sonho olímpico ameaçado por guerra

Eva Evstratenko é treinada por Anastasia Provotorova, que motiva os alunos a participar de competições futuras

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Eva Evstratenko ainda vive na Ucrânia, apesar do conflito com a Rússia
Eva Evstratenko ainda vive na Ucrânia, apesar do conflito com a Rússia

Momentos depois de uma sirene anunciar o fim do perigo de bombardeio em Kiev, Eva Evstratenko volta ao tatame disposta a dar o melhor de si em busca de um sonho. "Faço ginástica há quatro anos e quero ser uma campeã olímpica. Toda ginasta quer", contou a ginasta, de 9 anos.

Mais de dez meses após a invasão da Ucrânia pela Rússia, os combates se deslocaram para o leste do país. No entanto, bombardeios são registrados regularmente na capital, e as sirenes podem ser ouvidas quase diariamente. Esses alertas alteraram a rotina de milhões de ucranianos, inclusive a da pequena Eva e de seus colegas de treino.

Apesar das dificuldades, sua treinadora, Anastasia Provotorova, está motivada a preparar seus alunos para futuras competições. "Voltamos e seguimos treinando após o fim do alerta, embora agora não haja eletricidade", afirma, enquanto observa seus protegidos, que treinam saltos e fazem outros exercícios.

Os futuros ginastas "devem treinar" apesar das condições difíceis, acrescenta. A falta de energia se tornou comum em Kiev e em outras cidades ucranianas, já que os ataques aéreos russos atingiram a infraestrutura essencial do país em outubro do ano passado. Devido aos ataques, a Organização das Nações Unidas (ONU) contabiliza ao menos 7 milhões de crianças sem eletricidade, aquecimento ou água potável.


"Nossas crianças não abandonam os treinos, pois têm bom humor", garante a treinadora.

"Pior dia da minha vida"

Para essas crianças, o contexto da guerra é algo difícil com que lidar. Segundo o balanço das autoridades ucranianas, mais de 400 delas já perderam a vida desde o início da invasão. "O primeiro dia da guerra foi o pior de toda a minha vida [...]. Acordamos em pânico, não tínhamos ideia do que fazer. Foi aterrorizante", relembrou a pequena Eva.


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Mais de 2 milhões de crianças fugiram para o exterior, e 3 milhões foram deslocadas internamente entre fevereiro e junho de 2022, segundo estimativas da ONU.

Eva, os pais e o irmão, Demian, partiram para o oeste da Ucrânia, onde permaneceram por sete meses. "Não era tão bom como estar em casa. Você não se sente bem quando não está onde nasceu", confessou a ginasta de 9 anos.


A família então retornou ao seu pequeno apartamento em Kiev e tenta se adaptar aos frequentes bombardeios russos. Quando a luz acaba, os pais da jovem acendem velas e permanecem em alerta para qualquer sinal de bombardeio. "À noite é muito mais difícil. Ficamos torcendo para que os mísseis não nos atinjam", diz o pai, Andri.

No ginásio, Eva diz que o medo dos mísseis teve impacto direto em seus treinos. Cada vez que ela se dirige ao abrigo, precisa repetir seu ritual de aquecimento, o que acaba lhe deixando menos tempo para as práticas. "As aulas são mais curtas, é mais difícil ficar em forma como antes", lamenta.

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