Felipão revela que Henrique foi sua maior dúvida na convocação

O treinador da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, declarou nesta quarta-feira que a escolha do zagueiro Henrique foi a que gerou mais debates entre os integrantes da comissão técnica para a convocação dos 23 nomes que disputarão a Copa do Mundo.

- Qual foi sua maior dúvida na hora de montar a lista?

"A observação para o quarto zagueiro foi quando tivemos nossos maiores debates para escolher um jogador nessa posição, que foi o Henrique. É um jogador em quem confio, gosto do futebol dele. Nós tivemos olhares finais e analisamos uma série de detalhes Tivemos as nossas discussões".

- Por que definir logo os 23 jogadores, enquanto a Fifa pedia apenas uma pré-lista com 30?

"Convocar mais três ou quatro nomes e cortar em seguida não é uma situação muito boa. No dia 13, a Fifa nos obriga a indicar mais sete nomes e faremos isso. Serão um goleiro, um zagueiro, um lateral, dois jogadores de meio de campo e dois atacantes"

- A equipe que derrotou a Espanha (3-0) na final da Copa das Confederações será escalada para a estreia contra a Croácia (no dia 12 de junho em São Paulo)?

"Não sei ainda qual equipe vou escalar contra a Croácia, mas a Copa das Confederações é a base. Uma parte que consideramos importante foi a montagem da equipe. Todo mundo no Brasil sabe oito ou nove titulares. Demos ao povo a ideia de qual é a base da seleção brasileira".

- Você conversou com os jogadores nos últimos dias?

"Thiago Silva vai disputar o título nacional hoje (quarta-feira, com o Paris Saint-Germain, da França) e conversei com ele ontem (terça). Ontem perguntamos se estava jogando de máscara pela lesão. Pedimos para jogar, ele disse que não atrapalha, e assim estará mais protegido para chegar à seleção. Também conversei com Oscar e pedi para ele se cuidar bem. Estamos tentando criar um ambiente. Cafu disse recentemente que o técnico precisava criar um ambiente. Alguns já sabiam que estavam convocados, fiz questão de ir à Europa, conversar, e avisá-los. Por estarem passando por dificuldades, poderiam estar em dúvida. Mesmo os que estavam em dúvida, poder ter certeza que vou até o inferno com eles".

- Qual é o papel de Neymar na seleção?

"Na seleção, ele tem uma situação diferente (do que no Barcelona), atua por determinados setores, tem responsabilidade maior. Não só pela criação, mas também pela organização, de fazer algo que outros jogadores não fazem".

- Você está preocupado com a condição física de alguns jogadores, como Oscar ou Jô?

"Não, faremos exames físicos no início da concentração (no dia 26 de maio). Na parte técnica ninguém perde, posso dizer que o Oscar é um dos melhores do mundo. Ele terá que trabalhar corretamente para chegar à Copa em boas condições. Para o Jô, o médico do Atlético Mineiro nos enviou exames que mostraram que ele estará recuperado antes do dia 26, então não existe preocupação".

- Como lidar com o fato de o Marcelo disputar a final da Liga dos Campeões no dia 24 de maio, dois dias antes da concentração?

"Nós vamos conversar com Marcelo para ver o que ele vai precisar. Se ele pode jogar no dia 24 e viajar no dia 25 para o Brasil. Mas privar um jogador de voltar ao país de seu clube para participar da festa se o time for campeão eu não acho justo. Vou conversar com ele para saber como vamos compor isso".

- Poucos jogadores têm a experiência de já ter disputado uma Copa do Mundo...

"São apenas seis. Em 2002, os jogadores eram mais experientes, mas na verdade, a experiência também é adquirida nos clubes. Não acho que eles sintam muita diferença em relação aos campeonatos europeus. Confio plenamente neles por ter convivido com o grupo. Vamos passar nossa experiência e vamos ter que chamar, e vamos convidar, alguns ex-campeões mundiais, com bagagem muito boa, para que venham e nos ajudem com palestras, para nós termos um ambiente e colocarmos algo a mais nos nossos jogadores. Vamos ter em todas as concentrações a partir da concentração final e depois do dia 7 de junho algumas palestras com algumas pessoas que nos ajudarão".

- Como os jovens vão lidar com a pressão?

"Como todos os jovens, eles jogam com prazer. Eles não são apenas profissionais, eles gostam do que fazem. O que precisamos fazer é que eles desenvolvam esse gosto e mostrem um futebol mais equilibrado. É mais fácil desenvolver com jogadores jovens do que com aqueles que estão no fim da carreira. Eles têm ambição"

Declarações colhidas em entrevista coletiva

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