Família faz 'vaquinha' para soltar homem que tentou apagar tocha olímpica
Mais Esportes|Do R7
O desempregado Daniel Ferreira, 35 anos, que tentou apagar a tocha olímpica em Cascavel, no Oeste do Paraná, segue preso na cadeia pública da cidade, no fim da tarde desta quinta-feira. A prisão dele mobilizou famílias e amigos a promover uma corrente nas redes sociais para pagar a fiança de R$ 1,5 mil, valor que Daniel não dispõe.
Também um grupo de advogados entrou com um pedido de habeas corpus em favor de Daniel no Fórum local. A tentativa de apagar a tocha ocorreu na noite desta quarta-feira durante a passagem da tocha por Cascavel. O desempregado usou um extintor de automóvel para executar a ação.
Porém, ele foi contido pela Força Nacional e preso em flagrante por dano ao patrimônio público e levado para a Delegacia da Polícia Civil. Em entrevista, Daniel disse que o ato foi um protesto contra a situação econômica do país e também pelo "golpe" contra a presidente afastada Dilma Rousseff.
A corrente organizada nas redes sociais para pagar o valor da fiança está sendo organizada por parentes e amigos de Daniel. A mobilização começou pelo Facebook e depois para um grupo no Whatsapp chamado: "Em prol do corajoso".
Segundo os administradores do grupo, foram arrecadados até o momento cerca de R$ 400,00. "Trata-se de uma colaboração espontânea, sem conotação política. As pessoas estão doando pequenas quantias, com a intenção de ajudar", disse Silva, uma das administradoras que preferiu não se identificar.
Ela é amiga da família do preso. Segundo Sílvia, as doações estão sendo depositadas numa conta corrente e os depósitos são oriundos, além de Cascavel, de cidades vizinhas. Sílvia disse aprovar o ato de Daniel. "Tem muita gente contra esse evento da passagem da tocha. Acho que gastar dinheiro com isso não é justo porque a população tem outras prioridades. Aqui mesmo em Cascavel tem muitos problemas, como a saúde que não funciona direito", afirmou.
Já o habeas corpus protocolado pelo grupo de advogados de Cascavel vai ser analisado pelo juiz criminal Marcelo Carnival, depois que o juiz da 3ª Vara Criminal, Leonardo Ribas Tavares, se declarou impedido para julgar o habeas corpus.
De acordo com o pedido, Daniel não cometeu crime e sua prisão não se justifica. A petição é assinada pelo advogado e professor Marcio Guedes Berti. Na opinião dele, a conduta é atípica, porém não criminosa. No Facebook, o advogado também comentou a prisão.
"Qual é o crime cometido? A tocha é patrimônio cultural e se o rapaz colocasse fogo em livros ninguém tomaria conhecimento! Além disso, água causa danos? Não vou mais tomar banho! Se você flagrar alguém lavando as janelas de algum prédio público, chamem a polícia!".