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BRASILEIRO 2022

Empresário larga tudo, escala montanha no Nepal e escreve livro para contar história

Gustavo Ziller aproveitou puxão de orelha do médico para mudar completamente a vida

Mais Esportes|Francisco Valle, do R7

Gustavo mudou de postura e hoje vive muito menos estressado
Gustavo mudou de postura e hoje vive muito menos estressado
Ele conseguiu escalar a base do Annapurna na primeira tentativa
Ele conseguiu escalar a base do Annapurna na primeira tentativa

O mineiro Gustavo Ziller, 41, levava uma vida corrida em São Paulo até que, em agosto de 2012, foi diagnosticado com colesterol alto e Síndrome de Burnout. Em outras palavras, o empreendedor estava com o estresse lá em cima.

Para reverter o quadro de saúde, Ziller optou por uma mudança radical no estilo de vida. Deixou a capital paulista e o emprego e se mudou novamente para Belo Horizonte para se dedicar a um novo projeto: escalar o Everest em busca do extraordinário e fazer um álbum de fotografias sobre a expedição.

A escalada ao campo base do Annapurna, no Nepal, em 2013, rendeu muito mais do que apenas belas fotos, e o álbum com imagens se transformou em livro com histórias raras. Escalando Sonhos será lançado agora no mês de julho em seis cidades do País. Além de poder comprar o livro em um desses eventos, a venda da obra também ficará disponível por um link na página de Ziller no Facebook.

Em conversa com o R7, o mais novo alpinista contou um pouco da preparação, das motivações que o levaram ao Nepal e a buscar uma vida um pouco mais aventureira, legado que ele já parece ter deixado para os três filhos.


R7: Você já era alpinista antes da bronca do médico?

Gustavo Ziller: Não. Eu tinha uma experiência de montanha de quanto servia o exército, aos 18 anos, mas nada demais.


R7: Por que escolheu o alpinismo entre tantos esportes e academias?

Ziller: Morei em São Paulo por seis anos, até que, em agosto de 2012 eu tive a Síndrome de Burnout, essa que está na moda aí. Era muito estresse por conta do dia a dia, eu estava cada dia mais ansioso, muita coisa para decidir. Fiz uns exames e todos os resultados estavam errados. Tomei aquela puxada de orelha para mudar radicalmente e decidi criar um projeto que me desse mais ânimo. Aí fiz um resgate da minha atividade de exército, montei uma miniequipe e comecei com os planos.


R7: Ao montar a equipe, já sabia que escreveria um livro sobre tudo isso?

Ziller: Quando eu fui, a ideia era fazer um livro de fotografias. Eu fiz um curso de fotografia, comprei uma câmera bacana e realmente tirei muita foto. Mas tinha tanta história legal para contar, que eu decidi mudar. Fui atrás de um ghost writer, o Rodrigo Vilela, e ele escreveu metade do livro para mim. Quando chegou nesse ponto, o Rodrigo me disse que ia desistir porque achava que eu mesmo deveria terminar de escrever, já que tenho uma linguagem muito característica. Então ele me ensinou algumas técnicas, como a de gravar as histórias em áudio, e eu segui.

R7: Quanto tempo levou de preparação entre a bronca do médico e a escalada?

Ziller: Foram sete meses. Eu estava com 106 kg quando comecei. Hoje tenho 81 kg.

R7: O livro fala só sobre a expedição ao Nepal? Quando foi e porque escolheu começar por lá?

Ziller: Sim, só sobre o Nepal. Eu fui em abril de 2013. O Annapurna é uma montanha que fica na cordilheira do Himalaia, mas do lado oposto ao Everest. É uma escalada bem mais difícil, mais técnica. De lá, a vista é incrível e dá para ver muitos outros picos.

R7: Escalou a montanha de primeira?

Ziller: Eu consegui. Subi 4.130 metros de altitude na primeira tentativa e não passei mal.

R7: Qual mensagem você quis passar com o livro? Só contar sua história ou a de incentivo às pessoas?

Ziller: Eu escrevi o livro pensando em registrar a história para os meus filhos e para minha mulher. Aí, as pessoas que tiveram contato com os textos me falaram que estava muito legal e eu devia expandir a ideia, contar as histórias para um número maior de gente. A mensagem que eu gostaria de passar é para que as pessoas vivam o extraordinário, aproveitem cada segundo de vida.

R7: Pode adiantar alguma história legal do livro?

Ziller: Eu tinha um guia que falava muito pouco, era bastante introvertido. Mas, quando eu puxava assunto, ele até conversava comigo. Lá para o terceiro dia de subida, eu perguntei quanto tempo da vida ele passava na montanha. Ele me disse que 11 anos. Eu, então, quis saber se ele não tinha ideia de fazer outra que não fosse ser guia. O homem me disse que guia é o nome que os ocidentais dão para ele, mas que, na verdade, o que ele faz é mostrar para as pessoas um sentido.

R7: Sua família já entrou na onda. Eles também escalam?

Ziller: A minha filha do meio, Joana, é escaladora de rocha e escalada esportiva, que é diferente de altitude. A mais velha, a Iara, é esportista desde quando moramos em São Paulo. Era jogadora de handebol e hoje joga futebol. Meu filho mais novo, o Mateus, é mais focado em esportes da mente, como xadrez.

R7: Antes de ir, você passou por uma transformação. Mas quando voltou, também mudou bastante coisa na sua vida, não é mesmo?

Ziller: Mudei de cidade, foi uma reviravolta na vida e minha família foi muito parceira. Eu tinha uma vida de rei, com motorista. Abri mão disso, voltei para Belo Horizonte e repensei tudo mesmo para conseguir ter uma proposta de felicidade.

R7: Que dica você dá para as pessoas que desejam tomar uma atitude parecida com a sua?

Ziller: Tem uma coisa que eu falo. Você não precisa ir para o Nepal ou fazer algo muito fora da curva. O extraordinário está no brilho do olho da criança. Nós vamos perdendo isso conforme vamos envelhecendo. Isso devia ser uma constante na vida do ser humano, procurar o inusitado. Pode ser um jogo de futebol, a final do seu time que você insiste em não ir, uma visita a sua avó em que ela te conte uma história que você não esperava. Pode ser escrever um blog com uma experiência específica que você teve. Enfim, viva o extraordinário.

R7: E no alpinismo, quais os primeiros passos?

Ziller: Começar a se informar sobre trilhas e escaladas no Brasil. Aqui não tem cordilheiras gigantes, mas é um país que tem muita coisa legal. Tem que começar a fazer. É muito barato e está no quintal de casa.

O livro Escalando Sonhos será lançado nos próximos dois meses em seis grandes cidades brasileiras. Para os que não conseguirem comprar nesses eventos, um link na página do Facebook de Ziller estará disponível em breve para a venda. Além da obra, Gustavo Ziller também produz uma série para o canal pago OFF, na qual ele escalará sete cumes pelo mundo. Alguns programas, inclusive, já foram ao ar.

10/07 - Belo Horizonte/MG - Loja Adrena - 19h

Av. Getúlio Vargas, 1635 - Savassi - (31) 3261-1125

16/07 - São Paulo/SP - Loja The North Face / Shopping Cidade São Paulo - 20h

Av. Paulista, 1230 – LJ. 1106 - Bela Vista - (11) 3595-2518

17/07 - Campinas/SP - Loja The North Face / Shopping Iguatemi Campinas - 20h

Av. Iguatemi, 777 – LJ. 141 - Vila Brandina - (019) 3251-7173

24/07 - Rio de Janeiro/RJ - Loja The North Face / Shopping Leblon - 20h

Av. Afranio de Melo Franco, 290 - LJ. 311C/D - (021) 2259-8454

30/07 - Curitiba/PR - Loja The North Face Park / Shopping Barigui Curitiba - 20h

Av. Professor Pedro Viriato P Souza, 600 LJ. 1006 - Mossunguê - (041) 3285-6958

12/08 - Brasília/DF - Loja Top Radical Brasília - 19h

Sia Trecho 07, Nº100, SCE, Conj. A, LJ. 15 - (061) 3036-7977

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