Brasil tem 18,6 milhões de pessoas com deficiência, mas paradesporto ainda é pouco valorizado
Neste 21 de setembro, Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, jovens mostram como o esporte promove cidadania
Mais Esportes|Yasmim Santos*, do R7

Nesta quinta-feira (21), é celebrado o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. O principal objetivo da data é conscientizar a sociedade sobre a importância de desenvolver meios de inclusão para essa parcela da sociedade.
Atualmente, no Brasil, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com base na PNAD (Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios Contínua) do terceiro trimestre de 2022, há 18,6 milhões de pessoas com deficiência.
Porém, de acordo com o GEEM (Gestão do Esporte nos Estados e Municípios), um levantamento da UFPR (Universidade Federal do Paraná), 75,38% dos municípios do país – contemplados na pesquisa – não têm projetos esportivos para essas pessoas.
Em agosto deste ano, o secretário nacional de Paradesporto, Fábio de Araújo, chegou a pedir mais emendas parlamentares para o orçamento do órgão, que recebeu pouco mais de R$ 1,8 milhão em 2023.
O valor não é suficiente para incentivar políticas públicas e dar estrutura de apoio aos paratletas. A situação é preocupante, já que, ao R7, Flávio dos Santos, secretário da Pessoa com Deficiência do Distrito Federal, afirma que "esporte, lazer, convívio social e trabalho são importantes instrumentos" para garantir a saúde mental dessas pessoas.

O esporte, em específico, é uma forma de promover cidadania para os brasileiros com deficiência. Além de ser uma ferramenta de igualdade, promove o bem-estar mental, físico e social.
Daniel Viana (43) e Eduardo da Silva (30) são a prova disso. Os dois têm deficiência intelectual de grau leve e praticam judô no Instituto Olga Kos.
"[O esporte] mudou minha vida para melhor", afirma a dupla. No caso de Eduardo, em específico, ajudou na comunicação – ele passou a ser mais descontraído. Em quesitos gerais, o judoca diz que a prática melhora a qualidade de vida e o processo de aprendizagem.
Por isso, o objetivo dos dois é "melhorar mais ainda" na arte marcial.
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Não muito distante, Guilherme Ferreira, de 21 anos, viu no taekwondo uma oportunidade de se manter mais ativo. O jovem, que tem paralisia cerebral, fazia aulas de educação física na escola, mas desde 2019 se dedica à luta e, de vez em quando, ao futebol no instituto.
Atualmente na faixa verde, ele garante que o esporte o ajudou a melhorar a coordenação e é uma forma de adquirir "ordem, disciplina e educação".
"Gosto de ficar perto dos mestres, fazendo exercício, e de estar perto dos amigos. Gosto]das corridas no [Parque] Ibirapuera", diz o taekwondista.
Às terças e quintas de treino são dedicadas ao seu objetivo de chegar à faixa preta. Ele garante que deixar a arte marcial não é uma opção: "vou continuar, sempre".
*Sob supervisão de Gabriel Herbelha
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