O grau UIAA: Entendendo a graduação da entidade máxima do montanhismo e escalada
A União Internacional das Associações de Alpinismo, mais conhecida pela sigla UIAA (Union Internationale des Associations d’Alpinisme), é a organização
Blog de Escalada|Do R7
A União Internacional das Associações de Alpinismo, mais conhecida pela sigla UIAA (Union Internationale des Associations d’Alpinisme), é a organização máxima do montanhismo e escalada mundial.
A entidade tem como objetivo representar interesses de alpinistas, montanhistas e escaladores ao redor do mundo. Poucos sabem, mas a UIAA possui uma graduação própria para medir a dificuldade de vias de escalada. A graduação, por algum motivo ainda não divulgado, não foi absorvida pela grande maioria das mídias que se dedicam a cobrir o montanhismo.
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O sistema de graduação vem sendo aperfeiçoado e adaptado ao longo do tempo. As escalas de dificuldade em escaladas mais utilizadas no mundo são a francesa (utilizada em grande parte da América do Sul) e a Yosemite (também conhecida como norte-americana). Como a UIAA foi fundada em 1932, somente em 1967 ela decidiu implementar uma escalada de dificuldade.
História
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Foto: Orlandinho Barros
Quem acredita que graus de escalada é uma novidade do século XX, engana-se. No ano de 1894, o montanhista austríaco Fritz Benesch introduziu o primeiro sistema de graus conhecido para a escalada em rocha. A escala de Benesch teve sete níveis de dificuldade, sendo o nível VII o mais fácil e o nível I o mais difícil. Em pouco tempo foram feitas subidas mais difíceis, que originalmente foram classificadas nos níveis 0 e 00.
No ano de 1923, o alemão Wilhelm ”Willo” Welzenbach adaptou a graduação de Benesh, de modo que o nível 00 se tornou nível IV-V. AWelzenbachScale foi adotada em 1935 por alpinistas franceses como LucienDevies, Pierre Allain e Armand Charlet para vias nos Alpes Ocidentais. A escala foi adotada pelo UIAA em 1947.
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Willo Welzenbach e o grau de escalada
No ano de 1967, a Welzenbach Scale foi renomeada para “Escala UIAA”. Quando criada, a Welzenbach Scale introduz uma escala de seis valores: de fácil a extremamente difícil. Esta notação sofre várias alterações e desde 1947, na França, é formada por 6 valores (I a VI) e três letras (a, b, c) para substituir a anterior classificação (VI-, VI, VI+).
A “Escala UIAA” era composta de símbolos romanos de I a VI seguidos do sinal “+” (mais) ou “-” (menos). Nessa ocasião, a UIAA inseriu em seus protocolos também as avaliações propostas em 1943 por Lucien Devies e GHM (Groupe Haute Montagne), sobre a “”Escala de Avaliação Global” pelas letras: F, PD, AD, D, TD e ED e a “Escala de dificuldade na escalada assistida” (escalada artifical) com os símbolos A1, A2, A3 e A4.
A partir desse momento até os dias atuais a escala de dificuldade da UIAA tornou-se um ponto de referência, mas a evolução contínua do desempenho forçou a entidade a mudar suas posições ao longo do tempo. Foi o que aconteceu em 1978 com a introdução do sétimo grau, depois que muitos montanhistas e alpinistas a superaram amplamente.
Esse reconhecimento abriu caminho para uma abertura para o crescimento da escala, que ocorreu em 1985: desde então, a escala da UIAA começou a ser parametrizada com as outras escalas, que haviam introduzido avaliações sobre o sexto grau. A abertura oficial da escala foi um reconhecimento tardio de uma evolução que já ocorrera na escalada.
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No final da década de 190, François Labande, compilador de inúmeros guias, incluindo os do Dauphiné, apresentou a escala francesa, parametrizada com a escala UIAA, substituindo numerais romanos permanentes por algarismos arábicos e colocando o valor 6a em vez do VI +.
Atualmente, em quase todos os casos, a escala francesa é utilizada em sua versão com algarismos arábicos e é parametrizada pela UIAA mesmo em graduações baixas.