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BRASILEIRO 2022

História das marcas: Black Diamond

A Revista Blog de Escalada a partir de hoje fará uma biografia das marcas mais famosas do mercado. Nacionais e

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Blog de Escalada|Do R7

A Revista Blog de Escalada a partir de hoje fará uma biografia das marcas mais famosas do mercado. Nacionais e internacionais. Da mesma maneira que faz com os principais ídolos, o objetivo é disponibilizar a história do esporte para quem quer saber mais sobre ela. A primeira marca é a norte-americana Black Diamond. O objetivo é, além de trazer um pouco da história de empreendedorismo, traçar um paralelo com a história da humanidade.

Os esportes de natureza na década de 1950 e 1960, chamado à época de esportes radicais, tiveram uma explosão de popularidade entre os jovens. Esta explosão tem uma explicação lógica: baby boomers. Se você não está acostumado com o termo, sabia que baby boomer é uma pessoa nascida na Europa, Estados Unidos, Canadá ou Austrália entre 1946 e 1964. Isso porque estes países experimentaram um súbito aumento de natalidade depois da Segunda Guerra Mundial.

Somente nos EUA, os baby boomers, representavam 20% da população e tiveram impacto significativo sobre a economia e a sociedade. São estes mesmos baby boomers, que vivenciando um crescimento econômico pós-Segunda Guerra Mundial, em plena ebulição da contracultura (movimento que teve seu auge na década de 1960), que começaram a buscar a fazer atividades outdoor.

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Ivon Choinard iniciando seu negócio que mais tarde seria a Patagonia | Foto: Glenn Denny – http://www.samh.net


Apesar de não ser exatamente um baby boomer, o norte-americano Yvon Chouinard (que nasceu em 1938) foi que vislumbrou a possibilidade de empreender com esta faixa de público e no final dos anos 1950 criou a Chouinard Equipment, dedicando-se a criar equipamentos de escalada. Dentre o equipamento que manufaturava, estavam seus famosos Pitons e excêntricos prioritariamente. A experiência é contada no livro “Let My People Go Surfing” de Yvon Chouinard.

A Chouinard Equipment tinha relativo sucesso, apesar de ser administrada de maneira quase que displicente por seus sócios. Até mesmo o catálogo de produtos era feito de maneira artesanal, com grandes atrasos na entrega durante as temporadas de escaladas. O motivo deste atraso tinha uma “justificativa”: todos os empregados da empresa eram escaladores e na temporada saíam para praticar o esporte.


Mesmo funcionando como uma empresa desorganizada (o próprio Yvon Chouinard admite isso em seu livro), no início dos anos de 1970 já era a maior produtora de equipamentos para escalada do mercado norte-americano. Junto de Tom Frost, conseguiu inovar no design de seus produtos, sendo líder de mercado com os produtos considerados mais modernos.

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Foto: https://www.patagonia.com


Alguns anos mais tarde Yvon Chouinard, em uma viagem de férias, foi à Inglaterra. Visitando uma loja, teve contato com roupas de rugby. A qualidade das peças de roupas chamou a sua atenção. Na opinião de Chouinard, as roupas eram ideais para a escalada, pois resistiriam à abrasão das rochas de Yosemite. A partir de então começou linha de roupas, ainda em tiragem limitada, da Chouinard Equipment. A intuição de Yvon mostrou-se acertada novamente: as peças de roupas venderam como água. Na mesma temporada, havia uma multidão de escaladores usando a camisa de rugby, com as listras horizontais caraterísticas, por todo o país norte-americano.

Esta linha de roupas ganhou o nome de Patagonia. Lembrando que, início dos anos 1970, as roupas outdoor ainda eram uma novidade pouco explorada, mas em ascensão. A Chouinard Equipment foi uma das pioneiras no mercado, o que fez toda a diferença. Entretanto, o foco principal da empresa era equipamentos para escalada. As roupas eram apenas o “patinho feio da empresa”. Foi somente na década de 1980 que as vendas de roupas outdoor decolaram, virando um mercado bastante disputado.

Falência da Chouinard Equipment Inc.

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Enquanto a linha Patagonia crescia, a parte de equipamentos outdoor da Chouinard Equipment encolhia para apenas seis funcionários em 1982. Nesta época as vendas foram de cerca de US$ 1 milhão por ano. O norte-americano Peter Metcalf foi contratado como gerente de marketing e vendas em 1982 e nomeado gerente geral após um ano. A empresa Lost Arrow Corporation foi criada em 1984 como detentora dos negócios relacionados à Chouinard Equipment. Sob a administração de Metcalf, as vendas atingiram US$ 7 milhões em 1987 e já empregava 60 pessoas. No final da década de 1980 as receitas anuais eram de US$ 9 milhões.

A escalada esportiva, uma novidade da época, cresceu em popularidade nos anos 1980, trazendo uma série de novatos para o esporte e, inevitavelmente, vários acidentes. A Chouinard Equipment foi levada forçada à falência por processos judiciais, movido por pessoas que alegavam que o equipamento possuía excelente qualidade, mas a empresa não avisou os clientes do fato de que a escalada em rocha era perigosa. Desta maneira a empresa entrou com pedido de concordata em 17 de abril de 1989. A marca também teve de dividir-se, entre duas empresas distintas: roupas e equipamentos outdoor. Desta maneira a Chouinard Equipment foi fechada.

No dia 1º de dezembro de 1989, quando as ações da Chouinard Equipment Inc. foram compradas por um grupo de ex-funcionários da empresa liderados pelo Peter Metcalf e alguns investidores externos. Metcalf transferiu a empresa com o novo nome Black Diamond Equipament. À época, todos os funcionários de Chouinard Equipment mudaram para a área de Salt Lake City, no estado norte-americano de Utah, em setembro de 1991. A justificativa do novo presidente era que os funcionários da recém fundada empresa pudessem treinar nas montanhas Wasatch.

A outra metade da empresa, que se dedicava a fabricar roupas, foi batizada de Patagonia, ficaria na região do estado norte-americano da Califórnia.

O nome e o símbolo da Black Diamond era uma referência indireta à classificação das pistas de ski dos EUA. Black Diamond significa que a pista é muito íngreme e superior a 40%, sendo consideradas difíceis e indicado somente a especialistas. Uma espécie de mensagem subliminar para os potenciais usuários. A aquisição foi estruturada de acordo com as linhas de um plano de propriedade do empregado. Fizeram parte da compra o fornecedor de corda Michael Beal e do distribuidor japonês Naoe Sakashita.

As vendas da Black Diamond cresceram rapidamente no início dos anos 1990, ultrapassando US$ 20 milhões em 1995, quando a empresa chegou a ter 200 funcionários. Peter Metcalf foi nomeado “Small Business Person” do Ano pela Small Business Administration. Já no final da década de 1990, Metcalf disse à revista norte-americana Inc. que a Black Diamond tinha 250 funcionários e uma receita anual de US$ 30 milhões.

Aquisições

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A Black Diamond, sob administração de Peter Metcalf, mostrou ter excelente tino para os negócios e ao longo do período que o CEO ficou à frente da empresa, adquiriu várias pequenas empresas. As empresas adquiridas pela Black Diamond eram consideradas estratégicas para o a expansão e criação de novos produtos.

Todd Bibler, proprietário de uma empresa de fabricação de barracas para alta montanha chamada Bibler Tents foi comprada pela Black Diamond em 1996. A Franklin Climbing Equipment, uma pequena fabricante de agarras para muros de escalada de Seattle, também foi comprada pela empresa em 1998.

Na década de 2000 foi de grande investimento para a Black Diamond. No ano de 2000, a Black Diamond começou a vender lanternas de LED projetados para mochileiros, alpinistas e esquiadores, que logo se tornaram um dos itens mais vendidos da empresa. A Skye Alpine Inc., fabricante produtos para esquis e indumentária de escalada, foi adquirida em 2002.

Peter Metcalf decidiu retirar-se do cargo de presidente da empresa, cedendo lugar a Zeena Freeman, ex-executivo sênior da Gap, em 2014. Entretanto, Metcalf continua atuando como CEO e diretor da Black Diamond.

No Brasil, a marca voltou a ser distribuída em 2018 pela empresa Bronet do Brasil, fazendo a primeira importação da marca para todo país.

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