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BRASILEIRO 2022

Crossing Africa: conheça o trekking de 12.000 km na África que liga Cidade do Cabo a Cairo

Na segunda década do século XXI as grandes travessias parecem estar na moda. Enquanto as grandes explorações foram a coqueluche

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Blog de Escalada|Do R7

Na segunda década do século XXI as grandes travessias parecem estar na moda. Enquanto as grandes explorações foram a coqueluche dos montanhistas no início do século XX, neste parece que são os trekkings de longas distâncias.

Enquanto muitas pessoas discutem trajetos com boa infraestrutura para milhares de quilômetros, o canadense Mario Rigby pensou em fazer algo mais desafiante: percorrer a pé da Cidade do Cabo até o Cairo. Uma caminhada de nada menos do que 12.000 km de distância. Ex-atleta profissional, palestrante e personal trainer, começou a caminhada em 2015 e terminou em 2017. O percurso foi batizado de Crossing Africa.

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Rigby disse à veículos de imprensa que foi inspirado a atravessar a África porque queria mostrar às pessoas um lado mais positivo do continente. O desejo era focar na positividade, não o sofrimento e a pobreza que tipicamente dominam as notícias. A preparação para a viagem levou nove meses.

No início de 2015, Rigby decidiu que queria “quebrar estereótipos que estabelecessem limites estreitos sobre o que pode aspirar e onde pode ir”. Rigby começou a pesquisar e treinar para uma longa caminhada épica que durou dois anos pelo continente africano. Novembro do mesmo ano, voou para a Cidade do Cabo, na África do Sul, iniciando em uma jornada que cruzou África do Sul, Moçambique, Malawi, Tanzânia, Quênia, Etiópia, Sudão e Egito.


Mario Rigby andou a maior parte do caminho. A única exceção foi quando teve de usar um caiaque pelo Lago Malawi, o nono maior do mundo e segundo mais profundo da África. Rigby completou o trekking no início de 2018.

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Foto: Mario Rigby


Mario iniciou a caminhada de Cape Point, ponto extremo sul do continente Africano, caminhando uma média de 25 km por dia nos estágios iniciais. Ao longo de sua jornada, nunca faltou lugar para dormir ao canadense. A maioria das aldeias não tem hotéis ou albergues e Rigby quando chegava em uma delas, se dirigia a uma unidade habitacional composta por várias famílias, geralmente cheias de crianças, mulheres e homens.

Mesmo sem conhecer ninguém, ficava no lugar de convivência comum até que alguém o cumprimentasse e lhe oferecesse alojamento. Esta rotina se repetiu por toda a África. Muitos de seus anfitriões chegaram a ter a gentileza de também providenciar moradia na próxima aldeia ou cidade com algum parente ou conhecido.


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Foto: Mario Rigby

Quando Rigby encontrou situações físicas e burocráticas difíceis, foram as pessoas da África que o ajudaram a manter a determinação de continuar a jornada. Particularmente em Moçambique, país africano que fala português, vivenciou experiências de vida mais originais.

A estação de notícias local de Moçambique, único canal de televisão disponível no país, fez uma reportagem de cinco minutos em sua jornada pela África. Por causa dela, o canadense tornou-se tão famoso que não podia andar pelas estradas sem que os carros parassem para tirar uma foto com ele.

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Foto: Mario Rigby

Sua notoriedade no país foi útil, pois seu status de “celebridade” salvou sua vida. Enquanto caminhava durante a estação das monções, começou a sofrer de hipotermia. Um motorista, que tinha visto sua história na televisão, parou e implorou a Rigby para ficar com ele. O motivo é até cômico: o taxista queria provar à sua esposa que o havia conhecido. Ao todo Rigby acumulou uma média de cerca de 45 quilômetros por dia.

Atualmente o Canadense está abraçando outro projeto, que se inicia este ano. Batizado de Project EVA. Mario Rigby dirigirá um veículo elétrico em todo o continente.

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