Torcedores do Botafogo fazem sacrifícios para assistir à final da Libertadores
Alta nos preços das passagem se tornaram impecilhos para botafoguenses
Lance|Do R7
O Botafogo se prepara para disputar sua primeira final de Libertadores da história. O duelo contra o Atlético-MG, no dia 30 de novembro, no Monumental de Núñez, em Buenos Aires, simboliza o sonho pela Glória Eterna de milhares de torcedores alvinegros. Porém, a final única se tornou mais uma dificuldade para os botafoguenses que pretendem ir para a Argentina acompanhar a decisão.
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Inspirado no modelo europeu, o formato foi projetado para transformar a partida decisiva em um evento de proporções internacionais. No entanto, muitos críticos argumentam que a Conmebol ignora aspectos econômicos e logísticos da América do Sul, prejudicando os torcedores e dificultando o acesso à final para quem vive fora das cidades-sede. Enquanto a Europa desfruta de uma malha ferroviária rápida e acessível, o continente sul-americano enfrenta desafios complexos de transporte e infraestrutura, com preços de passagens aéreas que frequentemente disparam.
Esse impacto tem sido sentido pelos torcedores do Botafogo. A confirmação da vaga na final impulsionou uma corrida por pacotes de viagem, passagens aéreas e ingressos. Porém, com a alta demanda, muitos torcedores enfrentaram preços elevados e, em alguns casos, foram obrigados a desistir do sonho de ver seu time de perto.
Raphael Bonfim, 39 anos, é um exemplo de torcedor que viveu essa frustração. Morador do Rio de Janeiro e acostumado a viajar para ver o Botafogo jogar fora de casa, Raphael ficou acordado noites monitorando o preço das passagens, mas viu os valores dispararem a ponto de tornarem a viagem inviável. Mesmo desejando estar presente na histórica final, Raphael decidiu que assistirá ao jogo no Rio de Janeiro.
– Os voos diretos estavam absurdamente caros. A outra opção seria ir com várias escalas, mas eu precisaria me ausentar do trabalho, o que também não era viável. Replicar o modelo europeu aqui é um erro. Nossa realidade é muito diferente, e esse formato só prejudica o torcedor.
Para aqueles que conseguiram um lugar no estádio, a emoção e a expectativa são enormes. Rafael Queiroga, de 42 anos, é um desses torcedores que garantiu seu pacote, escolhendo a agência Freeway para a viagem. Rafael, que já esteve em outros jogos do Botafogo fora do Brasil, considera essa final imperdível. Para ele, o voo fretado, os ingressos, o traslado e o retorno imediato após a partida foram elementos decisivos ao escolher o pacote.
– Estar em uma final é algo incomparável. Vai ser emocionante estar ao lado do meu padrasto, que me fez torcer pelo Botafogo.
Outro torcedor que garantiu sua ida é Gladstone Felippo, de 49 anos, que também escolheu a Freeway. Gladstone nunca acompanhou o Botafogo em jogos fora do Brasil, mas essa final era especial. O torcedor abrirá mão de uma viagem com sua filha, botafoguense como ele
– O aval do próprio Botafogo para a agência foi decisivo. Além disso, o pacote economiza tempo e dinheiro, oferecendo voo fretado e horários de ida e volta que dispensam a necessidade de pernoite. Ela entendeu que o papai não poderia perder essa final. Vamos compensar com uma festa do pijama para ela e as amigas.
Para Felipe Baummer, de 40 anos, a ocasião é ainda mais especial: ele levará toda a família para viver essa experiência. Ele lembra que, se seu avô estivesse vivo, ele certamente estaria ao seu lado nessa viagem, uma homenagem à paixão pelo Botafogo que une gerações.
– Acompanhar o Botafogo fora do Brasil nunca foi uma opção. Vínhamos de rebaixamentos e oscilações absurdas, mas desde que o clube virou SAF, a chave virou. Esse é o grande momento do Botafogo nos últimos 50 anos. Para nós, que vimos três rebaixamentos e passamos por momentos difíceis, estar numa final de Libertadores e com chances de título brasileiro é um sonho realizado.
Para alguns torcedores, o planejamento da viagem envolveu ainda mais sacrifício e criatividade. Evandro Jales, de 39 anos, optou por comprar passagem e ingressos por conta própria e encontrou uma maneira engenhosa de driblar os preços altíssimos.
– Ir para uma final de Libertadores sempre foi um sonho. Acreditei desde o início do ano e fui a todos os jogos acreditando que poderíamos chegar. Quando vencemos o Peñarol por 5 a 0, não tive mais dúvida. Quase desisti de ir de avião, mas um amigo me deu a ideia de ir até Foz do Iguaçu, atravessar para a Argentina e pegar um voo de Puerto Iguazu para Buenos Aires. Consegui economizar muito e ainda vou aproveitar dois dias em Buenos Aires.
Para garantir o ingresso, no entanto, Evandro enfrentou desafios.
– Fiz o upgrade no meu plano de sócio-torcedor para não ter problema, mas foi difícil. Passei o dia tentando e só consegui à noite com a ajuda de um amigo. Infelizmente, não vou conseguir assistir ao lado do meu cunhado e de outros amigos, mas o importante é que estarei lá.
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Enquanto a final em jogo único gera debates acalorados, a paixão dos torcedores do Glorioso segue firme, superando os obstáculos impostos pelo modelo atual. Aqueles que conseguiram garantir seu lugar no Monumental de Núñez esperam viver uma experiência inesquecível, mas carregam consigo as histórias de sacrifício e determinação que transformam cada passagem e ingresso em símbolos da dedicação à Estrela Solitária.