Santista é mais um cartola com chance de impeachment; veja casos Conselheiros do clube aprovaram pedido de impeachment contra Peres, que deve ser julgado no final do mês. Relembre outros mandatários na berlinda Lance|Do R712/09/2018 - 13h59 (Atualizado em 22/02/2024 - 06h08)twitterfacebooklinkedinwhatsappgoogle-newsshareAlto contrasteA+A-Em reunião do Conselho Deliberativo do Santos realizada na última segunda-feira, 162 conselheiros dos 242 presentes aprovaram o primeiro pedido de impeachment contra o presidente José Carlos Peres. A solicitação foi movida pelo questionamento dos conselheiros a respeito da ligação do mandatário com as empresas Saga Talent Sports & Marketing e a Peres Sports & Marketing. Peres é acusado de utilizá-las para o gerenciamento de atletas, o que não é permitido pelo Estatuto Social do clube. Existe também a acusação de que um dos sócios do presidente alvinegro na Saga teria exigido receber 10% do valor proporcional a venda de Gabriel Barbosa (Gabigol) para a Inter de Milão (ITA), em 2016. Em meio à crise, relembre outros presidentes que foram para a forca ou renunciaram para escapar do impeachment. Edmundo Santos Silva (Flamengo) Acusado de praticar fraudes e desvios de dinheiro durante o período em que administrou o Flamengo, entre 1999 e 2002, Edmundo dos Santos Silva foi investigado e denunciado pelas CPIs da Câmara e do Senado e sofreu o impeachment em julho de 2002. Com a saída do mandatário, o vice Júlio Lopes deveria assumir o comando do clube, mas teve seu mandato cassado após acusação de que ele estaria utilizando o cargo para ajudar a se eleger como deputado. Desta forma, Gilberto Cardoso Filho assumiu o posto de forma interina até Hélio Ferraz ser eleito presidente do clube da Gávea em 2003. Miguel Kodja (Santos) Após sofrer acusações de envolvimento em esquema de um projeto de "Telebingo" em que os prêmios nunca foram entregues aos vencedores, Miguel Kodja Neto renunciou a presidência do Santos em 1994. O golpe aplicado era de aproximadamente R$ 8 milhões e assim que o clube descobriu as falcatruas, afastou o dirigente do cargo e entrou com uma ação por danos morais contra o mesmo. Carlos Miguel Aidar (São Paulo) Presidente do São Paulo entre 1984 e 1988, Aidar voltou ao cargo em 2014, mas renunciou em outubro do ano seguinte. O caso aconteceu em meio a uma grande crise polícia instaurada no clube, quando o dirigente foi acusado de cometer graves irregularidades - como desvio de dinheiro - pelo ex-vice de futebol Ataíde Gil Guerreiro, com quem chegou a trocar agressões físicas. Em decorrência do escândalo, Aidar apresentou a renúncia antes da conclusão do iminente processo de impeachment. Com a saída, o ex-presidente do Conselho Deliberativo, Augusto de Barros e Silva, conhecido como Leco, assumiu o cargo após eleição. Ilídio Lico (Portuguesa) A presidência da Portuguesa estava nas mãos de Ilídio Lico quando a equipe foi rebaixada para a Série B do Campeonato Brasileiro, em 2013, por conta da escalação irregular do meia Héverton. No ano seguinte, a Lusa caiu para a terceira divisão e pesou na conta do cartola, que também foi acusado de atrasar pagamentos de salários e parcelas de dívidas trabalhistas. Os acontecimentos levaram o Conselho de Orientação Fiscal da Portuguesa a aprovar o impeachment de Lico em março de 2015. Porém, cerca de duas semanas após a abertura do processo, o então presidente renunciou e o vice de finanças Jorge Manuel Marques Gonçalves assumiu o cargo. Alberto Dualib (Corinthians) Presidente do Corinthians por 14 anos, no período entre 1993 e 2007, Alberto Dualib renunciou o cargo após ser investigado pela Polícia Federal por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Ameaçado por um iminente impeachment, o então mandatário deixou o posto ao lado do vice Nesi Curi com a intenção de não se tornar alvo do processo. Com a saída, Clodomil Orsi assumiu o comando do Timão até Andrés Sanchez ser escolhido presidente nas eleições seguintes. Ziza Valadares (Atlético-MG) Eleito para ser presidente do Atlético-MG entre 2007 e 2009, Ziza Valadares assumiu o cargo com a intenção de montar um time forte para ser campeão brasileiro em 2007. Porém, não resistiu ao combo de campanhas ruins da equipe, pressão da torcida e de outros dirigentes e deu adeus ao clube em 2008, ano do centenário. Apesar da nítida cobrança sofrida, Ziza afirmou na época que foi motivado a deixar o clube após sua família sofrer uma série de ameaças. Entretanto, a renúncia ocorreu um dia depois de o Ministério Público de Minas Gerais anunciar que iria investigar denúncias contra parcerias do Atlético-MG com times do interior do estado, além de outras negociações que poderiam ter envolvido verbas do clube. Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro (Santos) Eleito para presidir o Santos entre 2009 e 2014, Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro precisou pedir licença médica diversas vezes enquanto esteve no clube devido a problemas de saúde e acabou deixando o cargo interinamente nas mãos de Odílio Rodrigues. A situação ganhou novos rumos na noite do dia 15 de maio de 2014, quando Laor anunciou sua renúncia ao cargo por ter "diagnóstico de insuficiência cardíaca congestiva, impossibilitando de exercer as funções de presidente até segunda ordem", como descrito no boletim médico do doutor Henrique Grunspin, do Hospital Albert Einstein. Em agosto de 2016, o ex-presidente faleceu durante uma nova internação para o tratamento de um tumor maligno no reto. Roberto Dinamite (Vasco) Um dos maiores ídolos da história do Vasco como jogador, Roberto Dinamite não teve a mesma aclamação como presidente do clube. Mandatário cruz-maltino entre 2008 e 2014, Dinamite sofreu diversos pedidos de impeachment, inclusive de autoria do ex-dirigente do clube Pedro Valente. Porém, nenhum dos pedidos foram aceitos pelo Conselho e o cartola seguiu no cargo até ser substituído por Eurico Miranda. Pedro Abad (Fluminense) Em Agosto de 2018, grupos de oposição ao presidente Pedro Abad protocolaram um pedido de impeachment contra o mesmo, com 77 assinaturas de conselheiros, que foi entregue ao presidente do Conselho Deliberativo do clube, Fernando César. De acordo com o GloboEsporte.com, o processo foi movido por conta das notícias de atrasos de pagamentos, encargos e impostos e há um clima tenso entre a oposição, que participava da gestão, por conta do temor de que o Flu seja expulso do Profut por conta desses acontecimentos. Na última quarta-feira, Abad apresentou sua defesa, que está sendo analisada pelo Conselho Deliberativo. Jony Stassun (Joinville) Escolhido para presidir o Joinville até 2018, Jony Stassun foi o alvo de um pedido de impeachment protocolado por 17 membros do Conselho Deliberativo do clube em 2017. A principal alegação contida no documento é de que Jony foi o responsável pelo aumento das dívidas do clube, que chegaram aos R$ 20 milhões. Apesar do imbróglio, poucos dias depois foi anunciado pelo Joinville que o mandatário e os conselheiros, formadores da chapa da oposição, chegaram a um acordo e cinco membros do grupo que havia lançado o pedido passaram a assumir cadeiras no clube. Roberto de Andrade (Corinthians) Eleito presidente do Corinthians em fevereiro de 2015, Roberto de Andrade foi o alvo de um pedido de impeachment, em 2017, assinado por 63 conselheiros do clube. A acusação era de assinaturas fraudulentas em contratos do Itaquerão e em ata de reunião, que ele teria assinado como presidente antes de assumir o cargo. A crise foi agravada pelo mau desempenho do time, que ficou fora do G6 do Campeonato Brasileiro em 2016. Porém, o próprio Conselho Deliberativo do Corinthians impediu a votação alegando contestação a admissibilidade do pedido da oposição, protocolado pelos opositores. Maurício Assumpção (Botafogo) A gestão de Maurício Assumpção ainda aterroriza muitos torcedores alvinegros. O rebaixamento em 2014, salários atrasados, fim do ato trabalhista, crises internas, conflitos políticos e a revelação de que uma empresa ligada aos familiares do então presidente recebia 5% do valor de patrocínio da Viton 44, destinado ao Glorioso, motivaram a instalação de uma 'comissão de crise' para analisar os problemas do clube. Também foi promovida pelo Conselho Deliberativo uma reunião para avaliar o pedido de impeachment do grupo opositor "Mais Botafogo" contra Assumpção, porém a ideia perdeu força devido a proximidade do período eleitoral. google-newsfacebooktwitterwhatsapplinkedinshare