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O que o Cuiabá pode ensinar ao Santos como modelo de gestão de clube-empresa

Estreante na Série A, equipe mato-grossense tem processo administrativo empresarial que já serve como referência para outras equipes do futebol brasileiro

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Cuiabá e Santos se enfrentam no sábado (4), na Arena Pantanal, em duelo válido pela 19ª rodada do Brasileirão. Em busca da permanência na Série A, o Dourado conquistou resultados expressivos nas últimas rodadas, e fora das quatro linhas, aposta em um modelo de gestão empresarial para atingir bons resultados esportivos.

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Em 2009, a família Dresch, dona da Drebor, fabricante de materiais e tecnologias para recapagem de pneus, comprou o Cuiabá Esporte Clube e o transformou em clube-empresa. A responsabilidade das áreas administrativas e do futebol passou a ser de responsabilidade de Cristiano Dresch e do seu irmão, Alessandro Dresch, presidente do time.

Apesar de ser um modelo novo de gestão, o Cuiabá viu no modelo de sociedade anônima a chave para o sucesso, e colhe bons frutos esportivos e administrativos.

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- O clube-empresa tem um dono, e este dono vai responder diretamente pelos prejuízos. Entendemos que ser S/A não garante automaticamente a agilidade, a diminuição de processos burocráticos e a responsabilidade financeira. Para se alcançar tudo é necessário mentalidade de empresa, sem amarras políticas ou vícios de conselhos e diretores que eventualmente um clube costuma ter. Não vislumbramos o lucro para benefício próprio. A gente vislumbra o lucro para reinvestimento no próprio Cuiabá e na melhoria da estrutura dele. - afirmou Cristiano Dresch, vice-presidente do clube.

O Santos, a título de exemplo, teve três presidentes diferentes desde 2018. Essa instabilidade política, unida a falta de consequências quando promessas de gestões anteriores foram descumpridas, geram incertezas em possíveis investidores e patrocinadores.

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Alguns especialistas defendem que o sistema de sociedade anônima garante um nível maior de profissionalismo e segurança, tanto no aspecto administrativo, quanto no esportivo. Na opinião de Eduardo Carlezzo, advogado especializado em direito desportivo, esse modelo deverá ser adotado por muitas equipes do cenário nacional nos próximos anos.

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- A transformação dos clubes em empresa é um processo inevitável e no qual estamos há décadas em atraso quando olhamos para o que acontece nos Estados Unidos e na Europa. O modelo atual, de associação, é comprovadamente falido e para isso basta ver a situação de inúmeros grandes clubes do futebol brasileiro. O Cuiabá é constituído como sociedade empresária há vários anos, é um dos precursores deste movimento que agora tende a ganhar força. - analisou Carlezzo.

Segundo estudo elaborado pela consultoria Ernst & Young, 96% das 202 equipes da primeira e segunda divisões da Alemanha, Espanha, França, Inglaterra e Itália são entidades privadas. Dos 40 clubes que compõem a primeira e segunda divisões do Campeonato Brasileiro, somente dois possuem formato empresarial: Cuiabá e Red Bull Bragantino.

- Ambos (modelos de gestão) são essenciais para o desenvolvimento do futebol profissional. Como em qualquer empresa, o patrimônio investido pelos sócios responde pelas falhas da gestão. Esse é o maior incentivo para eficiência. O clube pode pensar em abrir capital e atrair investimentos com segurança jurídica, enquanto clubes associativos têm muita dificuldade para planejamento de médio e longo prazo pela instabilidade de eleições periódicas em que compromissos da gestão anterior muitas vezes são descumpridos sem nenhuma grande consequência, além do aumento da fila de credores. - explicou Pedro Trengrouse, advogado e especialista em gestão esportiva.

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