Motivo para China ter três times olímpicos que disputam nos Jogos Olímpicos de Tóquio
Hong Kong, Taipé Chinês e China integram times chineses que competem no Japão
Lance|Do R7

Na semifinal de badminton dos Jogos Olímpicos de Tóquio, pôde se ver não só uma, mas duas equipes chinesas disputando a partida. Para a China, poder colocar três equipes distintas nas competições, incluindo a ilha de Taiwan, representada como Taipé Chinês, parece ser positivo para o país.
Mas a questão sobre se seria justo um país levar mais atletas com três delegações diferentes foi levantada, isso porque Hong Kong está ganhando medalhas como nunca antes na história dos Jogos Olímpicos. A cidade da costa sul da China ainda levou a medalha de ouro na esgrima masculina, com o atleta Edgar Cheung. Esta foi a primeira vez que a cidade ganha o maior lugar no pódio olímpico, desde que foi assumida novamente pela China, em 1997, depois de muito tempo sobre a bandeira britânica.
Para a atleta de badminton Tse Ying Suet, de Hong Kong, o território sempre teve características únicas e distintas, além de uma organização própria de treinamento.
- É uma questão de orgulho para Hong Kong que um lugar tão pequeno possa conquistar uma medalha de ouro na esgrima e uma medalha de prata na natação. É divertido que um lugar tão pequeno possa ter um desempenho tão bom - afirmou a atleta para a revista "Exame".
Mesmo com uniformes diferentes, com o vermelho do continente e também o azul royal de Hong Kong, o hino tocado na entrega de medalhas dos ambos os lugares é o da China. Isso gerou revolta, pois na entrega do ouro a Edgar Cheung, o público vaiou e gritou "Nós somos Hong Kong". Até um homem foi preso ao estiar a bandeira colonial de Hong Kong e encintar revolta ao hino chinês.
Esse caso não é isolado, pois os Estados Unidos também terão mais de um representante, pois inclui a Ilha do Pacífico de Guam e as Ilhas Virgens no Caribe. E apesar de competirem por suas próprias bandeiras, caso um dos atletas chegue ao pódio em Tóquio, o hino seria o dos Estados Unidos, "The Star Spangled Banner".
O contexto histórico é importante para entender a divisão dos times chineses. Já que por mais de cento e cinquenta anos, Hong Kong foi uma colônia britânica e mais tarde parte do território foi cedido ao Reino Unido em 1842. Só anos depois que a China também arrendou o resto de Hong Kong aos britânicos. Nos anos 1950 já era um lugar bem diferente do resto da china que vivia na pobreza, pois era para lá que os migrantes e dissidentes que fugiam, já que se tornou um centro de manufatura.
Foi só em 1997 que realmente Hong Kong voltou totalmente ao território chinês, sob o slogan "um país, dois sistemas". Como resultado, Hong Kong tem suas próprias fronteiras e sistema legal além de direitos distintos, incluindo liberdade de imprensa e liberdade de expressão, que são protegidos teoricamente.
Um passado conturbado, mas um futuro olímpico forte pela frente, Hong Kong está longe de estagnar. A bandeira segue firme no pódio olímpico e não há sinal de que vai ser excluída.
- Não houve nenhuma discussão sobre o status de Hong Kong, até onde eu sei - revelou o porta-voz do Comitê Olímpico Internacional, Mark Adams - Não vejo razão para que não continue.
Veja abaixo o quadro de medalhas e o calendário dos Jogos Olímpicos de Tóquio: