ESCALAÇÃO: a seleção croata manteve o treinador do último Mundial, Zlatko Dalić, que soube renovar o elenco e dar espaço a novos jogadores. A formação de seu time é um 4-3-3 clássico, com um volante e dois meias, uma tentativa de privilegiar o talento do trio Brozovic, Modric e Kovacic. A provável escalação da Croácia conta com: Livakovic; Juranovic, Lovren, Gvardiol, Barisic; Modric, Brozovic, Kovacic; Kramaric, Livaja (Petkovic), Perisic.
PONTO 1 - MARCAÇÃO NO 4-1-4-1: No momento defensivo, os croatas contam com o auxílio dos pontas para fechar o corredor e formar um 4-1-4-1. Esses pontas tem liberdade para subir e pressionar a bola, não permitindo que a marcação Croata recue muito.
Entretanto, essa alternância entre proteger o corredor e subir para pressionar a bola faz com que a defesa perca sua compactação em alguns momentos. O ataque posicional do Brasil deve manipular bem essa pressão, atraindo a marcação e liberando espaço para outros atacantes.
PONTO 2 - ESPAÇOS NA ENTRELINHA E NA LATERAL: os principais espaços cedidos pela defesa croata estão nas costas do meio-campo e nas laterais.
Pensando na Seleção Brasileira, lances semelhantes ao da imagem podem se repetir algumas vezes, com Danilo, Casemiro ou Alex Sandro encontrando passes em Neymar ou Paquetá por dentro.
Com a defesa em dúvida se pressiona a bol aou se mantém a posição, o Brasil pode ganhar tempo para acionar Vinícius Júnior ou Raphinha, da mesma forma que a Bélgica acionou seu ponta na imagem.
Pelos lados, a situação é ainda pior: por depender muito do apoio defensivo dos pontas, em diversos momentos a linha de defesa se espaça, permitindo infiltrações entre os zagueiros.
Caso o passe no meio dos zagueiros não seja possível, uma inversão no lado mais vulnerável da Croácia é outra boa opção. Atrair a defesa para um lado e inverter o jogo é outra maneira de provocar movimentos da defesa e ganhar tempo para achar passes mais agressivos.
PONTO 3 - CONSTRUÇÃO ESPAÇADA: a construção croata é feita com o objetivo de dar liberdade total para o trio de meias Brozovic, Kovacic e Modric. Assim, esses dois últimos se posicionam mais à frente, deixando apenas Brozovic como opção de passe no meio.
Os laterais bem que sobem para tentar auxiliar numericamente, mas, por permanecerem abertos, acabam espaçando ainda mais a saída de bola.
Quando o adversário não pressiona o meio-campo croata, Brozovic é o grande maestro, ditando o ritmo dos passes e distribuindo o jogo de um lado para o outro. É o responsável por desafogar zagueiros e laterais dos dois lados do campo.
PONTO 4 - AS POSIÇÕES DE MODRIC: desde que conquistou o prêmio de Melhor Jogador do Mundo, em 2018, Luka Modric precisou se adaptar a novas funções em sua seleção. A primeira delas é quando o adversário se encontra muito fechado: Modric recua ao lado de Brozovic e auxilia na distribuição de jogadas, principalmente lançamentos para os pontas.
A outra função de Modric é mais avançado, permitindo que Kovacic dê auxílio a Brozovic, e se colocando na 'entrelinha', as costas do meio-campo adversário, como um meia ofensivo.
Esse segundo posicionamento tem a intenção de atrair a marcação adversária e liberar outros jogadores para atacar, como neste lance em que o posicionamento de Modric trava os movimentos da defesa e deixa o lateral livre para receber o lançamento.
PONTO 5 - LATERAL NA ÁREA: uma das armas croatas para tentar se manter por longos períodos no campo de ataque é o arremesso lateral direto na área.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o lançamento na área não tem a intenção de fazer o gol direto com o cabeceio, mas recuperar o rebote com os jogadores postados fora da área.
Neste outro exemplo, a Croácia coloca sete jogadores ao redor da área apenas nessa jogada de arremesso: dois na disputa aérea, quatro esperando a segunda bola e mais o cobrador, que se junta para recuperar possíveis rebotes.
Quando as disputas aéreas não são tão limpas e o jogo fica truncado, ou até mesmo 'feio', a Croácia também consegue tirar proveito desse tipo de lance: se não dá pra recuperar a bola e tocar, a estratégia é evitar o contra-ataque adversário.
Neste lance, após a disputa da primeira bola, os jogadores de rebote já se preparam para a disputa no corpo, sufocando o Japão dentro da própria área e impedindo qualquer possibilidade de escapada rápida do adversário.
A Croácia se classificou para as quartas de final nos pênaltis, após empate em 1x1 com o Japão. Na fase de grupos, disputou vaga com Marrocos (primeiro colocado e também classificado às quartas), Canadá e Bélgica (ambas eliminadas), fazendo cinco pontos.
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