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'Quebrei mais um paradigma', diz primeiro técnico brasileiro a se sagrar campeão colombiano

Alexandre Guimarães fala ao L! sobre fim de jejum de 11 anos do América de Cali e avalia como chegada de treinadores estrangeiros pode implementar novas filosofias 

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A sensação de que rompeu fronteiras voltou a fazer parte da vida de Alexandre Guimarães. Ao tirar o América de Cali de um jejum de 11 anos, ele se tornou o primeiro treinador brasileiro campeão colombiano. Mais uma façanha para quem, como jogador, naturalizou-se costarriquenho (ele é de Maceió, foi para a Costa Rica muito jovem) e disputou Copas do Mundo pela seleção local como atleta e técnico.

Ao LANCE!, Guimarães avalia o que foi crucial para a equipe de Cali levar a melhor na final com o Junior Barranquilla, opina sobre o intercâmbio estrangeiro de técnicos (que trouxe novidades ao Brasil) e fala o que faz para se adaptar a mudanças de países.

– É importante conhecer a tradição do clube, o tipo de estrangeiro que contrata, saber qual perfil gosta, estudar bem. Depois, é começar se adaptar à cultura do país. Aos poucos, você compreende melhor o elenco e passa sua metologia aos jogadores.

LANCE!: Como é a sensação de ser o primeiro técnico brasileiro campeão no futebol colombiano?

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Alexandre Guimarães: Minha comissão técnica é basicamente formada por brasileiros, mas confesso que nenhum de nós sabíamos desta situação. Fomos saber à medida que a equipe passou para as fases finais do Campeonato Colombiano. Um dos últimos técnicos a comandar uma equipe aqui tinha sido o (Paulo) Autuori. Foi um fato a mais para mim. Graças a Deus, tenho conseguido romper muitos paradigmas, desde meu período como jogador na Costa Rica, e depois como treinador, passando pela seleção costarriquenha, depois nos Emirados Árabes... Mas aqui no América de Cali teve algo muito peculiar. Eram 11 anos de espera, e um clube que tem uma torcida muito grande, que estava muito ansiosa a cada jogo.

L!: A que você atribui o desempenho do América de Cali?

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Primeiramente, à capacidade dos jogadores se adaptarem a uma nova metodologia treinamento. Além disto, começamos bem e, mesmo no período no qual enfrentamos adversidades, mantivemos nossa convicção. Era essencial que tivéssemos um equilíbrio emocional. Conforme a equipe ia passando, a tensão aumentava, devido a estes 11 anos sem o América de Cali ser campeão. Mas contamos com jogadores importantes, com experiência, e isto foi vital para nós.

L!: O elenco traz um brasileiro, que é o Neto Volpi. Qual foi a importância do goleiro?

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O Neto teve uma situação curiosa. Voltou de um empréstimo, foi contestado pela torcida no início, mas contribuiu muito para nós. Fez uma fase final excelente. Também tivemos jogadores funcionais, como Rangel, goleador do time, o Sierra, um meia muito habilidoso... Jogadores potentes, técnicos e que têm muita contundência.

L!: Você se torna um brasileiro campeão fora do país em um momento no qual o português Jorge Jesus conduz o Flamengo ao título do Brasileirão. O que acha deste intercâmbio?

Olha, acho que isto indica que querem ver como o técnico estrangeiro pode contribuir para o país no qual ele está trabalhando. Caso isto esteja acontecendo no Brasil, não vejo um problema nenhum. Todo profissional pode migrar para fazer seu trabalho, existe uma intenção de conhecimento, e acho isto importante.

L!: Você, inclusive, enfrentou o Brasil, tanto como jogador quanto como treinador. Como é esta situação?

Pois é, tem sido surreal. Quando a Costa Rica se classificou pela primeira vez para a Copa, coincidiu de eu enfrentar o Brasil, na Itália (em 1990, com vitória da Seleção Brasileira por 1 a 0). Em 2002, em uma situação diferente, como treinador, voltei a ter o Brasil pelo caminho (a equipe de Luiz Felipe Scolari goleou por 5 a 2). Também foi muito emocionante ver meu filho (Celso Borges, que estava no time que perdeu por 2 a 0 para o Brasil de Tite) jogar pela seleção da Costa Rica no Mundial da Rússia. Têm acontecido estes encontros, que são muito bacanas.

L!: Tem vontade de comandar algum time no futebol brasileiro?

Ah, nesta profissão, tudo pode acontecer. Já fui para lugares que jamais imaginei que iria. Só o futebol dirá.

L!: Agora, acompanhando à distância, o que tem achado do momento do futebol da Costa Rica?

Ah, a seleção teve um momento fora de série no Brasil e, depois de conseguir outra classificação no Mundial da Rússia, está em um período de acerto e erro. Cabe agora se preparar para conseguir chegar ao hexagonal. Mas seleção é um momento diferente. A maioria dos atletas joga fora, e esta transição causa preocupações no campeonato local, uma vez que os clubes têm problemas para mostrar qualidade em competições da Concacaf.

L!: Quais desafios o América de Cali tem para esta disputa da Copa Libertadores?

Era um objetivo muito grande do clube voltar a disputar a Copa Libertadores. Conseguimos a vaga com o título, ainda mais com a classificação diretamente para a fase de grupos. Como se trata de uma equipe tradicional, precisamos manter a base e, além disto, pedir mais reforços. A cobrança dos torcedores sobre nós ficará ainda maior.

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