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Por unanimidade, STJD absolve Rafael Ramos, do Corinthians, em denúncia por suposta injúria racial

Elementos probatórios não foram suficientes para condenar o atleta do Timão no caso que envolve Edenílson, do Internacional

Futebol|Do R7

Rafael Ramos foi indiciado por injúria racial em junho, em partida contra o Internacional
Rafael Ramos foi indiciado por injúria racial em junho, em partida contra o Internacional

A Segunda Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) absolveu, por unanimidade, o lateral-direito Rafael Ramos, do Corinthians, no caso de suposta injúria racial contra o meia Edenílson, do Internacional.

Na visão dos cinco auditores que julgaram o caso nesta terça-feira (13), não houve elementos probatórios suficientes para a condenação do atleta do Timão. Cabe recurso da decisão ao Pleno.

Durante o julgamento, que ocorreu de forma híbrida, Daniel Bialski, advogado contratado para fazer a defesa do clube alvinegro e do atleta corintiano, argumentou sobre a ausência de provas no caso.

"Existem laudos particulares feitos a pedido do Corinthians e do Internacional. Existe ainda um laudo feito por uma junta de peritos do instituto de criminalista que não receberam para isso, e essa junta chega a uma conclusão de que não se pode afirmar ou dizer que Rafael teria dito a palavra macaco. Este laudo está nos autos. A grande diferença é a especialidade dos peritos. O perito labial afirma de forma técnica que não foi dita a palavra macaco", disse Daniel.


Após o julgamento, o Corinthians se pronunciou sobre o caso.

"O Corinthians reforça o seu compromisso na luta contra o racismo. Desde o início, o clube deu todo o suporte necessário a Ramos e, agora, deseja uma sequência plena nas carreiras desportivas de ambos os atletas", postou o clube em seu site.


Contudo, Rafael Ramos ainda será julgado na Justiça comum. No dia 31 de agosto, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul aceitou uma denúncia contra o defensor corintiano. Dessa forma, o lateral português se tornou réu no processo criminal.

Caso a injúria seja comprovada na Justiça comum, a pena vai de um a três anos de reclusão, além de multa, que não tem valor especificado no artigo 20 da lei 7.716/89, que dispõe sobre o tema.


Relembre o caso

Durante o segundo tempo do empate em 2 a 2 entre Internacional e Corinthians, no Beira Rio, pela sexta rodada do Brasileirão, Edenílson afirmou que teria sido chamado de macaco pelo lateral corintiano Rafael Ramos, que foi preso em flagrante e precisou pagar R$ 10 mil de fiança para ser solto na ocasião. Rafael nega a acusação.

No dia 8 de junho, o Instituto Geral de Perícias (IGP) divulgou uma nota em que afirma não ter identificado o que o lateral-direito do clube alvinegro disse ao meia Edenílson. A perícia do IGP havia sido encomendada pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul, que investiga o caso.

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O resultado incomodou o atleta do Inter, que protestou em suas redes sociais. Edenílson tinha apagado todas as fotos da sua conta no Instagram e mudado o nome para "Macaco Edenílson Andrade dos Santos", em protesto.

Os atletas prestaram depoimento ao STJD e mantiveram sua versão.

Ao longo do processo, o Corinthians contratou duas perícias — uma delas perícia forense — para provar a inocência de seu jogador, e ambas afirmaram que Rafael Ramos não proferiu a injúria.

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