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Outra vez semifinalista, Peru ratifica mudança de patamar com Gareca

Desde 2015 no cargo da seleção, técnico argentino muda rumo do futebol do país e sonha com voos mais altos na Copa América 2019

Futebol|Do R7

Lance
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Era março de 2015 e Ricardo Gareca tinha dúvidas. Nas mãos, uma proposta para comandar o Peru. O momento em sua carreira era de hesitação. Afinal de contas, o retumbante fracasso no Palmeiras custou o prestígio de um profissional marcado por bons trabalhos no futebol argentino e colombiano, mas sem nenhuma passagem pela Europa. No Brasil, um período para se esquecer: somente 13 jogos, mas um aproveitamento de 33%. Não durou três meses: contratado em meados de junho, foi demitido no primeiro dia de setembro com o segundo pior retrospecto de um treinador no clube no século.

Atualmente, junho de 2019, Gareca é festejado no país andino. Não poderia ser diferente. O natural de Tapiales, pequena cidade argentina situada na província de Buenos Aires, mudou o rumo da seleção peruana. Não bastasse a histórica vaga na Copa do Mundo de 2018, quebrando um jejum de 36 anos longe do principal torneio de futebol do mundo, a campanha "caseira" também é consistente: em sua terceira Copa América, alcança semifinal mais uma vez.

Aos 61 anos, Gareca é o treinador que mais tempo está à frente de uma seleção entre os semifinalistas da competição. No auge da carreira, o estilo único de seu time é o que chama a atenção. O Peru atua bem e, com o comandante, já venceu Brasil, Uruguai, Chile e não perdeu nenhuma vez pra Argentina. Prova de solidez, maturidade e mentalidade vencedora.

- Encontramos uma maneira de jogar. Tivemos a sorte da Copa América Centenário (2016), que nos deu a possibilidade de trabalhar com continuidade e conhecer mais aos jogadores. Algo que nas Eliminatórias não dá. Passamos por momentos complicados e com dúvidas, foi fundamental o respaldo do presidente da Federação e de [Juan Carlos] Oblitas [diretor da Federação Peruana] - admitiu, em entrevista no final do ano passado.


O carinho do povo peruano por Gareca é tão grande que, após a eliminação da seleção na Copa do Mundo de 2018, houve a possibilidade do trabalho não ter continuidade. De férias no seu país natal, o argentino estava decepcionado pelo desempenho e não sabia se renovaria o contrato com a Federação Peruana. Porém, um fanático pela seleção resolveu comprar 100 anúncios no jornal Clarín, de Buenos Aires, pedindo pelo retorno do técnico. “Gareca, volte ao Peru. Trinta e dois milhões de fãs incondicionais te esperam para que nos leve ao Catar. Não pense. Regresse. #VolteGareca”, dizia o anúncio reproduzido uma centena de vezes. A súplica teria custado R$4,2 mil, fechando a página de classificados.

Agora, Gareca e a seleção peruana sonham mais alto: com a final no Maracanã, no próximo domingo (7). Na quarta-feira, contra o Chile, às 21h30, na Arena do Grêmio, o Peru vai tentar romper outro incômodo tabu: desde 1975 não disputa uma decisão de Copa América. Na ocasião, foi campeão contra a Colômbia. À época, a competição não era disputada em sede fixa. A final, em três jogos, foi disputada a ida em Bogotá, a volta em Lima e o jogo de desempate em Caracas. Pela frente, o atual bi-campeão e sua geração de ouro, reeditando a semifinal de 2015, vencida pelos chilenos por 2 a 1. Missão difícil? Não para Ricardo Gareca, o treinador argentino que ganhou estátua em Lima, capital do Peru.

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