Maradona no Brasil? Craque quase atuou no país por algumas vezes
Na Portuguesa, como sucessor de Zico no Flamengo e até com a 10 do Santos que foi de Pelé... Muitos clubes sonharam em contar com 'El Pibe' no elenco
Futebol|Do R7
A expectativa em torno de Maradona não ficou restrita às grandes jogadas e aos gols que ele poderia proporcionar, seja pela seleção da Argentina ou por onde atuou. O astro, que faleceu na última quarta-feira (25), aos 60 anos, chegou a ser especulado em alguns clubes brasileiros em sua trajetória.
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A primeira negociação que quase se concretizou aconteceu bem antes de sua magia se estender pelos gramados afora. Em entrevista ao programa "Bola da Vez", da ESPN, o empresário Juan Figger disse: "O Argentinos Juniors precisava vender Maradona para cobrir necessidades urgentes. O presidente, na época, aceitou receber uma oferta de 300 mil dólares. Eu tinha uma boa amizade com Manuel Gregório, presidente da Portuguesa na época. E ofereci o jogador para ele. Falei: 'É um júnior que joga um pouco mais do que o normal e custa US$ 300 mil". Porém, o acordo pelo jogador de 21 anos não se concretizou:
"Ele (Manuel) não se animou a colocar esse dinheiro, a Portuguesa não tinha dinheiro. Não se animou a fazer essa aposta. São coisas que acontecem no futebol. Foi uma pena, porque ele seria aqui no Brasil, penso eu, o mesmo jogador que foi no Argentinos e no Boca Juniors", completou.
Maradona já chamara a atenção do então presidente do Flamengo Hélio Maurício nos anos 70, quando era jogador do Argentinos Juniors e, em um dia no Brasil, apareceu jogando bola no Aterro do Flamengo. Porém, o "agito" em torno de vestir a camisa 10 da Gávea aconteceu em 1991.
O argentino passou um Carnaval no Rio de Janeiro e logo surgiram na revista "Placar" os rumores de que o Rubro-Negro tinha um projeto para trazer o meia, ideal para conduzir a equipe na temporada. Ele estava em uma fase oscilante no Napoli e convivia com problemas em exames antidoping.
No entanto, o então presidente do Flamengo, Márcio Braga, rechaça os rumores do tal projeto: "Na verdade, tudo não passou do campo de especulação. Realmente, era um grande jogador, melhor que ele só o Pelé. Só que também era um grande problema" afirmou à reportagem.
O astro argentino também esteve prestes a atuar em um grande clube paulista. No início da "Era Parmalat", houve uma tentativa para que ele se tornasse o camisa 10 do Palmeiras a partir de 1992.
Coube a José Carlos Brunoro, que gerenciava a parceria entre a multinacional e o Verdão, fazer as tratativas: "Aconteceu uma situação na qual ele estava com problemas no Napoli e existia esta possibilidade de ir para outro clube. Fui, me reuni com o estafe dele na Argentina para fazer uma proposta de trabalho, desenvolvimento e marketing e adiantamos algumas coisas", revelou.
Contudo, de acordo com Brunoro, alguns fatores fizeram o "Pibe" preferir seguir na Europa: "Uma delas foi que o Maradona queria continuar na Europa. Tanto que logo depois ele foi para o Sevilla. A outra era o receio em relação à imagem dele. Atuar no futebol brasileiro em um período de forte rivalidade entre Brasil e Argentina foi visto como arriscado por ele", destacou.
Com isto, o ex-meia acabou desembarcando novamente no futebol espanhol. Desta vez, para atuar no clube andaluz.
No Santos, com a camisa 10 e a 'mãozinha' de Pelé... mas, outro não!
Quem diria, Maradona quase vestiu a mesma camisa 10 com a qual Pelé se consagrou. Ainda cumprindo suspensão por uso de doping na Copa do Mundo de 1994, o argentino teve seu nome especulado no Santos, que era presidido por Samir Jorge Abdul-Hak.
Vice e diretor de futebol do Peixe na época, José Paulo Fernandez recordou: "Houve um interesse, na época tínhamos como o patrocínio a Unicor, mas quem estava mais à frente disto era a empresa do Pelé (Pelé Sports & Marketing). Na época teve rádio da Argentina me ligando para saber da história. Mas tudo não passou de um flerte."
A "Pelé Sports & Marketing", que tinha o "Rei" como sócio, iria pagar os vencimentos do meia. No entanto, as duas partes não chegaram a um acordo e Maradona desembarcou no Boca Juniors.
Décadas depois, Pelé brincou com o camisa 10 argentino, que comandava um programa de entrevistas, sobre o episódio: "Há sete ou oito anos eu quis comprar o passe desse 'muchacho'. Ele não quis."
São Paulo? Também sem chance!
A última cartada de um clube brasileiro veio do São Paulo, quando o craque já havia pendurado as chuteiras. Em 1997, houve uma tentativa do Tricolor Paulista abrir negociação com a Pelé Sports & Marketing para que Maradona fosse encaminhado ao clube.
Só que a diretoria são-paulina não chegou a um acordo com a empresa do "Rei", que pretendia ficar com o passe de Diego. Assim, mais uma tentativa foi rechaçada.
Ver o meia por um clube brasileiro não passou de um sonho. Até mesmo como treinador, onde 'Don Diego' construía sua carreira. Sua última experiência foi no Gimnasia y Esgrima. Antes disso, ele passou pelo futebol mexicano e também a seleção argentina, treinando a equipe na Copa de 2010.
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