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Do time titular à porta de saída: a reviravolta de Pato em 21 dias

Atacante vinha bem até paralisação do futebol, em alta com a torcida, elogiado e garantido entre titulares. Tudo mudou após vexame no Paulistão

Futebol|Do R7

Pato em sua despedida do São Paulo, em 29 de julho
Pato em sua despedida do São Paulo, em 29 de julho

Alexandre Pato foi titular do São Paulo no único jogo de mata-mata do time na temporada e, 21 dias depois, entrou em acordo com a diretoria para rescindir o seu contrato.

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O que explica tamanha mudança de rumo em apenas três semanas? De acordo com quem acompanha o dia a dia do São Paulo, tudo começou porque Fernando Diniz se decepcionou com a postura do atacante nos dias seguintes à derrota para o Mirassol, pelo Paulistão, e decidiu que não valia a pena contar com ele.

Não há relatos de um ato de indisciplina ou de uma briga entre atleta e treinador. A insatisfação seria com uma suposta falta de competitividade no dia a dia, algo que pessoas mais próximas a Pato garantem que não aconteceu.

A opção de Diniz foi ficando evidente aos poucos. Já nos primeiros treinos após o vexame do Estadual, Pato perdeu a vaga na equipe titular para Liziero, mudança que seria posta em prática contra o Goiás, pela primeira rodada do Brasileirão (o jogo acabou sendo adiado) e foi confirmada contra o Fortaleza, na última quinta-feira (13). Nem o edema na coxa esquerda de Vitor Bueno, que o tirou do jogo contra os cearenses de última hora e abriu uma vaga no ataque, mudou a situação: o técnico escalou Paulinho Boia como titular. Para piorar, fez só duas das cinco substituições possíveis e não tirou o camisa 7 do banco.


As conversas para rescisão de contrato começaram no dia seguinte a esta partida, sexta-feira. Pato viajou ao Rio de Janeiro para o duelo contra o Vasco, no último domingo, já sabendo que dificilmente jogaria. Novamente, passou os 90 minutos no banco. Dessa vez a situação foi ainda pior, já que Diniz acionou até Gonzalo Carneiro, que não jogava havia mais de um ano, na busca pela virada.

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Foi a gota d'água. Pato iniciou a semana convicto de que o melhor caminho era romper o contrato, a ponto de abrir mão de R$ 35 milhões que teria a receber até o fim do vínculo, em dezembro de 2022, o que inclui algumas luvas atrasadas.

A diretoria do São Paulo, que já considerava o custo-benefício do jogador muito ruim, agora comemora a economia em meio à crise financeira. O salário de Pato era um dos mais altos do elenco, incompatível para um atleta que não goza de prestígio com o treinador.


O clube já sabia que poderia ter dificuldades para bancá-lo quando o contratou, em 2019. Na época, pressionado pela concorrência do Palmeiras, que ficou bem perto de acertar com o atacante, o São Paulo topou fazer um contrato longo mesmo que o nome não fosse unanimidade internamente. O técnico da ocasião, Cuca, chegou a manifestar à diretoria que não gostaria de tê-lo como reforço por não apreciar suas características, mas acabou convencido. Pesaram os pedidos insistentes da torcida.

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Para superar o rival, que oferecia um contrato só até dezembro de 2019 e estipulava metas a serem cumpridas para que uma renovação fosse efetuada, o São Paulo prometeu a Pato um salário menor até o fim do ano passado, mas a segurança de que os valores aumentariam substancialmente a partir de janeiro de 2020 sem a necessidade de bater qualquer meta. Para arcar com os custos desta e de outras contratações recentes, a diretoria apostava em um aumento de receitas que nunca veio, até porque a equipe não conquistou títulos desde então. Pior: a inesperada paralisação do futebol devido à Covid-19 asfixiou de vez as finanças do clube e tornou inviável a manutenção da folha salarial. Por isso, além de Pato, também saíram Anderson Martins e Everton (em troca com Luciano).

Interlocutores de Pato garantem que ele não tem acordo com outro clube. O Internacional, clube que o revelou e pelo qual foi campeão mundial em 2006, é o principal candidato a contratá-lo, mas já avisou que não chegará perto dos salários que ele tinha no Morumbi.

A diferença entre os vencimentos dele no São Paulo e o que o Colorado pode pagar tornou inviável um acordo para troca de jogadores. Um nome que chegou a ser debatido no Tricolor foi o do meio-campista Nonato, de 22 anos, mas o assunto não andou.

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