Da saída de Cuca a Diniz: os intensos bastidores da mudança no São Paulo
Desde a última quarta-feira até o anúncio do novo treinador, o Tricolor passou muita agitação nos bastidores, com reviravoltas, indefinições, saídas e versões
Futebol|Do R7
Nos últimos dias, o noticiário do São Paulo tem passado mais pelas movimentações dos bastidores do clube do que propriamente pelo futebol jogado. O momento, no entanto, exigiu que se voltasse mais as atenções para essa direção, uma vez que desde a derrota para o Goiás, na última quarta-feira, até o áudio vazado de Vágner Mancini, os fatores dentro de campo ficaram totalmente de lado. Dessa forma, o LANCE! traz um pouco dessa intensa jornada de acontecimentos.
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Os momentos que sucederam a derrota para o Goiás, na última quarta-feira, foram de instabilidade na função de técnico, uma vez que Cuca saiu de campo decidido a entregar o cargo, afirmando que não conseguiria mais tirar algo do time e que a culpa era somente dele, isentando dirigentes, jogadores e comissão. No entanto, Raí aparentemente conseguiu demovê-lo da decisão.
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A impressão era de que o técnico, que em sua entrevista coletiva afirmou que estava desconfortável e inseguro, havia realmente desistido de deixar o clube. No dia seguinte, porém, Cuca chamou uma reunião com os dirigentes e reafirmou o desejo de sair pelos mesmo motivos relatados ainda no Morumbi.
Os cartolas foram pegos de surpresa e não estavam preparados para essa reviravolta, além de não estarem dispostos a manter no cargo um líder insatisfeito e desmotivado à frente do time. Não houve, assim, um forte apelo para que Cuca permanecesse. Um conjunto de fatores como resultados, desempenho dentro de campo e afastamento dos primeiros colocados tornaram a saída, neste momento, um fato novo para uma retomada.
A partir daí o caminho estava traçado: Vagner Mancini assumiria o comando do time interinamente contra o Flamengo, enquanto a cúpula do clube avaliava se um novo treinador seria contratado já para este ano ou apenas para o ano que vem, ou seja, Mancini ficaria até fim do Campeonato Brasileiro. O ex-coordenador foi comunicado dos planos e topou o que foi proposto.
Nessa passagem há uma divergência de versões. Mancini afirma ter sido efetivado no cargo e inclusive solicitou a vinda de um auxiliar, já o São Paulo sustenta que jamais efetivou o profissional e o plano era apenas, naquele momento, treinar a equipe diante do Flamengo, Maracanã. Mesmo assim, o planejado foi seguido e o treino de quinta-feira foi dado pelo preparador físico Pedro Campos: reservas em campo, enquanto titulares fizeram regenerativo.
Entre o momento em que a diretoria e Mancini conversaram e o término da atividade, o nome de Fernando Diniz entrou na pauta do clube. Outra vez há diferentes versões para esse fato. O Tricolor diz que a sugestão por Diniz surgiu durante a conversa entre os dirigentes e em seguida houve uma consulta aos jogadores sobre a contratação, que foi aprovada e sustentada principalmente por aqueles já haviam trabalhado com o profissional como Pablo e Tchê Tchê.
Na versão de Mancini, o nome de Diniz partiu dos jogadores, liderados por Daniel Alves, que levou a sugestão à cúpula do clube. De fato, houve uma conversa com os atletas, que foi confirmada por Raí, diretor executivo de futebol, durante entrevista coletiva no último sábado. Independentemente de onde partiu a indicação, o grupo mostrou força nas decisões do departamento.
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Aprovado pelos jogadores, o nome de Diniz foi levado para a consulta de Vagner Mancini, que se sentiu desprestigiado, principalmente por ter passado pelo crivo dos atletas e ter deixado a diretoria em dúvida. Entendendo que não faria mais sentido permanecer, o ex-coordenador, que é amigo pessoal do novo treinador são-paulino, optou por pedir demissão e deixar o cargo.
Assim, o caminho ficou livre para buscar Fernando Diniz, cuja negociação acabou sendo mais rápida do que o esperado. O treinador aceitou um vínculo baseado na CLT, sem multa contratual ou prazos para já assumir o time no jogo seguinte, que seria o do último sábado, contra o Flamengo, uma vez que Mancini, escolhido interinamente para a função, já havia pedido demissão.
Com o empate em 0 a 0 com o líder do campeonato, no Maracanã, e uma semana livre para trabalhar, a tendência é que os ânimos se acalmem nos próximos dias e Diniz possa exercer sua função juntamente com os jogadores. O próximo compromisso do clube é no próximo sábado, contra o Fortaleza, às 17h, no Pacaembu, pela 23ª rodada do Brasileirão-2019.