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Com passagens curtas pelo Brasil, Rueda e Gareca podem se consagrar no país, agora com seleções

Ex-Flamengo e ex-Palmeiras, técnicos das seleções de Chile e Peru se enfrentam pela semifinal da Copa América e um deles estará na decisão da competição no Maracanã

Futebol|Do R7

Lance
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Com passagens curtas por Palmeiras e Flamengo, Ricardo Gareca e Reinaldo Rueda, respectivamente, podem se consagrar como técnicos no Brasil. Agora, com seleções. A frente de Peru e Chile, respectivamente, os treinadores duelam numa das semifinais da Copa América, na quarta-feira, às 21h30, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre. Ou seja, um dos dois disputará o título na grande final da competição, no próximo domingo, no Maracanã, contra Brasil ou Argentina.

Apesar de ambos terem ficado pouco tempo nos clubes em que trabalharam no Brasil, suas trajetórias tiveram brilhos diferentes. Pelo Palmeiras, em 2014, Gareca não engrenou e, após uma sequência de resultados ruins, foi demitido com menos de três meses de trabalho. Rueda, em 2017, pelo Flamengo, ficou pouco mais de quatro meses no cargo. Mas foi vice-campeão da Copa do Brasil e da Sul-Americana. E ficou marcado por ter dado mais oportunidades a Vinicius Júnior e ter transformado Lucas Paquetá em um jogador ainda mais importante para o Flamengo.

Gareca chegou ao Palmeiras em maio de 2014. Ele vinha de um bom trabalho no Vélez Sarsfield, da Argentina, com a conquista de três Campeonatos Argentinos. Mas não durou muito tempo no Verdão. Foram apenas 13 partidas no comando do time paulista, com quatro vitórias, um empate e oito derrotas. Um aproveitamento de 33%. A má campanha no Brasileiro daquele ano foi determinante: Dos 27 pontos que o Palmeiras disputou com Gareca, conquistou apenas quatro. Naquele ano, o Verdão quase caiu para a Série B.

O técnico argentino chegou a seleção do Peru em março de 2015. Desde então, fez história. Levou o Peru à Copa do Mundo de 2018, na Rússia, o que não acontecia há 36 anos, e a duas semifinais de Copa América (2015 e 2019). Agora, tem a chance de ir até a final da competição e, mais do que nunca, marcar o seu nome na história da seleção peruana.


Com status de campeão da Libertadores do ano anterior pelo Atlético Nacional (COL), Rueda chegou ao Flamengo em agosto de 2017. Substituindo Zé Ricardo, ele pegou o Rubro-Negro na semifinal da Copa do Brasil e levou até a decisão, que perdeu para o Cruzeiro, nos pênaltis. Também levou o clube à decisão da Copa Sul-Americana, mas ficou novamente com o vice. Dessa vez, para o Independiente (ARG), no Maracanã. No Brasileiro, terminou na sexta colocação.

Após um imbróglio que se arrastou entre dezembro e janeiro de 2018, Rueda resolveu aceitar o convite da seleção chilena e deixou o Flamengo no começo daquela temporada. No total, ele dirigiu o Rubro-Negro em 31 partidas, com 13 vitórias, 10 empates e oito derrotas (52,6% de aproveitamento).


Rueda assumiu o Chile assim que saiu do Flamengo e teve desempenho irregular até a Copa América, com a imprensa chilena, inclusive, cogitando a sua demissão se a seleção não tivesse um bom desempenho na competição, devido aos maus resultados em amistosos durante o ano de 2018 e no começo de 2019. Entre esses placares não favoráveis, está uma derrota por 3 a 0 para o próprio Peru, em outubro do ano passado. Mas o técnico deu a volta por cima na competição, fez uma boa primeira fase e, agora, pode levar o Chile a terceira final seguida de Copa América.

Veja as opiniões dos setoristas de Flamengo e Palmeiras sobre as passagens dos técnicos no Brasil:


Lazlo Dalfovo, setorista do Flamengo no LANCE!:

Reinaldo Rueda chegou em meio a um furacão no Flamengo. Pedido pelos rubro-negros nas redes sociais, e isso muito pela conquista da Libertadores pelo Atlético Nacional-COL, o colombiano sequer conhecia todo o elenco quando teve que decidir a vaga na final da Copa do Brasil contra o Botafogo, no Maracanã, no jogo marcado pelo belo drible do Berrío , após nove dias de sua chegada ao clube.

No Flamengo, Rueda tinha a responsabilidade de afinar rapidamente uma equipe bem armada por Zé Ricardo, mas que havia fracassado na Libertadores. E os obstáculos foram consideráveis: não pôde contar com Paolo Guerrero em boa parte de sua trajetória, teve que conviver com o auge da má fase de Muralha e acender um elenco apático.

Perdeu a final da Copa do Brasil e da Sul-Americana e se classificou à Libertadores do ano seguinte com sufoco. A sua equipe era mais vertical em relação à do Zé e, diante do possível, tornou-se competitiva, e só não foi campeã em mata-matas por meros detalhes. Ao longo de 31 jogos, seus grandes méritos foram o espaço dado a Lucas Paquetá e a efetivação de Cuéllar no time titular. Saiu de forma controversa no início de 2018, quando a torcida tinha esperança de que o bom trabalho poderia ser lapidado com a pré-temporada.

William Correia, setorista do Palmeiras no LANCE!:

O último trabalho de Ricardo Gareca antes de assumir a seleção peruana foi um desastre. O argentino foi contratado pelo Palmeiras para ser a salvação no ano do centenário do clube - era o técnico do time na data do aniversário, em 26 de agosto. Chegou com total confiança da diretoria, que deixou de economizar como fazia com Gilson Kleina, seu antecessor, e trouxe quatro compatriotas do treinador: o zagueiro Tobio, o meia Allione e os atacantes Mouche e Cristaldo (único com vida mais longa no clube).

Gareca foi anunciado em 21 de maio e teve atendido, inclusive, o pedido para assumir o time só depois da Copa do Mundo. Passou um mês vindo ao Brasil só para ver os jogos do time, em aeronave particular do então presidente Paulo Nobre, sem sequer se apresentar ao elenco. Ficou outro mês apenas treinando. E outro mês praticamente só perdendo: 13 jogos, quatro vitórias, um empate e oito derrotas.

O técnico levou um time que chegou a ocupar o G4 enquanto ele era apenas espectador, com Alberto Valentim no comando interino, à zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. É fato que o elenco não era bom, tanto que se safou da queda só na última rodada. Mas, em sua última semana, Gareca sequer comandava treinos - desde o início da passagem, acostumou-se a ir para Buenos Aires sempre no dia seguinte às partidas, mesmo com jogo no meio da semana. Uma completa decepção.

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