Rogério Ceni pode não ser a única baixa no São Paulo para o restante da temporada. O coordenador técnico Muricy Ramalho pode acabar pedindo o afastamento de suas funções no Tricolor devido à volta da arritmia cardíaca, doença que fez ele se aposentar das funções de treinador quando estava no Flamengo, em 2016.
Segundo fontes ligadas a Muricy ouvidas pelo LANCE!, exames feitos por ele recentemente diagnosticaram a volta de alguns sintomas, mesmo que em menor escala ao registrado em 2016. Justamente por isso, já está cumprindo um período de repouso controlado e não indo todos os dias ao CT da Barra Funda.
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Tricampeão brasileiro como treinador do Tricolor, Muricy voltou ao clube junto com a eleição de Julio Casares como presidente, no final de 2020 para funções nos bastidores. Teoricamente, é o responsável por escolher os técnicos de todas as categorias, do infantil ao profissional, além de buscar orientar Cotia para que trabalhe características com as promessas da base para que atendam o time principal.
Na prática, contudo, o ex-treinador acabava participando de decisões da direção de futebol, como indicação e avaliação de jogadores ao lado de Rui Costa e Carlos Belmonte.
Havia um desejo interno no São Paulo que Ceni integrasse Muricy ao cotidiano do time. Mas alguns pontos impossibilitavam isso. Uma certa resistência do ex-goleiro e a impossibilidade do ex-meia revelado no Morumbi nos anos 1960 de viajar com a delegação e participar mais de perto do cotidiano. Com horários rígidos, por conta da saúde, nunca concentrou com a delegação, por exemplo. E quase sempre não ia aos jogos no próprio Morumbi.
Mesmo assim, Muricy era um escudo extra para Ceni. Defendia o pupilo de críticas e foi um dos maiores incentivadores pela sua contratação. Não há relatos de bastidores de quedas de braço, quebras de hierarquias e afins. Sempre profissional, o treinador aposentado deixava com o ex-goleiro as decisões mais importantes sem questioná-las.
Com a decisão da diretoria de demitir Ceni, Muricy pode se afastar de vez do São Paulo. Conversas nesse sentido foram iniciadas. Haveria certo apelo familiar para que a decisão seja tomada.
Sem Ceni, seus auxiliares e Muricy, a missão de treinar o Tricolor nesses dias sem técnico recaem sob um velho conhecido: MIlton Cruz. Foi ele quem comandou as atividades nesta quarta no CT.
Cruz coordenou um treino técnico, de troca de passes, e depois promoveu um trabalho de enfrentamento entre duas equipes em campo reduzido. O trabalho contou com os atletas que não foram titulares no duelo com os venezuelanos, os não relacionados para a partida e os jovens Iba Ly e Talles Wander.
Os jogadores que começaram a vitória por 2 a 0 sobre o Puerto Cabello, na última terça-feira (18), no Morumbi, pela Copa Sul-Americana, realizaram um trabalho regenerativo no Reefis.
Os atacantes David e Erison, que se recuperam de lesões, correram pela primeira vez no gramado, sob a supervisão da fisioterapia.
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