Fórmula 1 emite alerta sobre mudanças climáticas extremas em Singapura; entenda
FIA permite uso de coletes de resfriamento para pilotos em Marina Bay
Lance|Do R7

A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) designou o Grande Prêmio de Singapura como a primeira corrida de Fórmula 1 com classificação oficial de “risco de calor”. A medida foi anunciada nesta quinta-feira (2), em resposta às previsões meteorológicas que apontam temperaturas acima de 31°C combinadas com elevada umidade no ambiente tropical de Marina Bay.
A nova classificação permite que os pilotos utilizem coletes especiais de resfriamento durante a competição. A regra implementada pela FIA em 2025 autoriza o uso dos dispositivos de resfriamento em condições climáticas extremas.
Embora o uso não seja obrigatório, todas as equipes devem equipar seus carros com o sistema para manter a equidade competitiva, impedindo que pilotos que optem por não usar o equipamento obtenham vantagem pelo menor peso do veículo.
O sistema foi desenvolvido após o GP do Catar de 2023, quando diversos pilotos enfrentaram sérios problemas de saúde devido ao calor extremo. Na ocasião, vários competidores necessitaram de atendimento médico após a prova, incluindo casos graves como o de Esteban Ocon, que chegou a vomitar dentro do próprio capacete, e Logan Sargeant precisou abandonar a prova com desidratação severa.
Diretores da Associação de Pilotos de Grande Prêmio (GPDA), George Russell e Carlos Sainz opinaram sobre o novo equipamento. O piloto da Mercedes chegou a testar o equipamento durante o GP do Bahrein, enquanto o espanhol utilizou o colete na Arábia Saudita, ambos no início da temporada.
“Nem todo mundo acha o colete confortável, mas acho que alguns o acham mais confortável do que outros, e, claro, com o tempo você poderá ajustá-lo às suas próprias preferências”, comentou Russell.
“As equipes estão conseguindo fazer funcionar melhor e melhor a cada vez que o usamos. No início, funcionava mais ou menos por meia hora. Esperamos que agora todo o sistema possa funcionar pelo menos por uma hora”, destacou Sainz.
Desafios no GP de Singapura
O circuito de Marina Bay é reconhecido como um dos mais exigentes do calendário da F1. A combinação de calor intenso, alta umidade, duração da corrida próxima ao limite de duas horas e pista irregular torna a competição particularmente desafiadora para os pilotos.
As temperaturas dentro do cockpit podem ultrapassar 40°C. Os pilotos utilizam múltiplas camadas de roupas à prova de fogo, balaclava e capacete, o que torna o superaquecimento uma preocupação significativa para a saúde dos competidores.
O sistema de resfriamento consiste em um colete à prova de fogo equipado com tubos por onde circula um líquido refrigerado, alimentado por uma bomba. As equipes adotaram diferentes abordagens para o design e instalação do sistema, com variações no posicionamento do dispositivo de resfriamento e da bomba.