Fifa e União Europeia colidem por regras de transferências
Regulamento da federação de futebol vai contra leis do Velho Continente, segundo o Tribunal Superior da UE
Lance|Do R7
A Fifa, principal entidade do futebol mundial, entrou em rota de colisão com a União Europeia por conta de suas regras de transferências no mercado da bola. O Tribunal de Justiça da UE está investigando o caso de Lassana Diarra, ex-jogador da França, e pode gerar uma revolução nos regulamentos futebolísticos.
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As atuais regras dizem que um jogador que rescinde contrato com um clube antes do fim sem existir justa causa deve pagar uma indenização a este clube. Caso assine com uma nova equipe, ambos se responsabilizarão pela multa solidariamente, conforme disposto no artigo 17º do estatuto da federação de futebol.
REGRAS DE TRANSFERÊNCIAS: O CASO DIARRA
A situação de Diarra aconteceu desta forma. O ex-meio-campista tinha quatro anos de vínculo com o Lokomotiv Moscou-RUS, mas ao fim de sua primeira temporada, sofreu um corte salarial e optou por quebrar o contrato. Os russos acionaram a Fifa, que tomou duas medidas: se recusou a aceitar a transferência do central para o Charleroi-BEL e ordenou um pagamento de 10 milhões de euros por parte do atleta em 2015.
Lassana levou o caso à Justiça, que finalmente deu um ponto final à situação. O TJ da União Europeia já declarou que as disposições impostas pela entidade eram ilegais, e existe a possibilidade de outros jogadores que sofreram com o regulamento buscarem indenizações.
- As regras em questão impedem a livre circulação de jogadores que desejam trabalhar para novos clubes. Elas impõem riscos legais consideráveis, riscos financeiros imprevisíveis e riscos esportivos aos clubes que desejam lhes contratar. Em conjunto, isso acaba gerando um impedimento das transferências internacionais - afirmou o Tribunal.
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REGRAS DE TRANSFERÊNCIAS: O QUE VEM POR AÍ?
A Fifa já declarou que vai analisar a decisão, e uma mudança nas regras pode acontecer. Porém, será preciso olhar para todas as esferas existentes. Apesar de jogadores terem mais liberdade para rescindir contratos e assinar com novos clubes sem depender de taxas de transferências ou multas, os clubes, em especial os de menor porte, dependem do dinheiro de vendas de atletas para se sustentar, o que demanda certa atenção por parte da organização.
A situação vivida por Kylian Mbappé no PSG é um exemplo. O jogador já havia tomado a decisão de deixar o clube em 2023, mas Nasser Al-Khelaifi, dono e presidente do Paris, segurou a transferência, sonhando com uma extensão do vínculo. Em resultado, o astro passou mais um ano na capital francesa e saiu de graça rumo ao Real Madrid.
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- Estamos satisfeitos que a legalidade dos princípios-chave do sistema de transferências tenha sido reconfirmada na decisão de hoje. Analisaremos a decisão em coordenação com outras partes interessadas antes de fazermos mais comentários - comunicou a Fifa.