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Estudo aponta com números como Guardiola 'destruiu beleza do futebol'

Comandante do Manchester City liderou revolução tática no futebol ao longo dos últimos 15 anos

Lance

Lance|Do R7

Pep Guardiola está no comando do City desde 2016 Joe Klamar/AFP

Pep Guardiola tem uma importância imensurável para a história do futebol. O atual técnico do Manchester City liderou uma revolução tática desde sua chegada ao Barcelona, em 2008, e criou um estilo próprio que se tornou em um pesadelo para os adversários sustentarem e copiarem as ideias.

O modelo propositivo de jogo, com valorização da posse de bola, contando com todos os atletas no campo ofensivo, pressão pós-perda na última linha… todos os termos foram ditos e ouvidos inúmeras vezes durante os trabalhos do espanhol no Barcelona, no Bayern de Munique e agora no futebol inglês.

Mas e se alguém dissesse que Guardiola estragou o futebol? As redes de estatísticas da Times Sport e da Opta levantou números que mostram mudanças na cultura da bola na Inglaterra, geradas principalmente pela influência exercida pelo treinador nos estudos táticos não só do país, mas de todo o mundo.

🔢 Conforme os dados de bolas longas alçadas por times da Premier League nas últimas temporadas, o Everton de 2024-25, líder no quesito nesta época, viajou menos bolas do que todos os times da temporada 2017-18, exceto o Manchester City. Além disso, a principal liga do futebol inglês foi considerada a mais lenta e segunda mais intrincada (medição de sequência de passes), com os Cityzens liderando o quesito.


O jornalista Jonathan Northcroft, do jornal The Times, definiu a nova era do futebol como “Pepificação”, onde todos os times planejam clonar o futebol dos comandados de Guardiola, e questionou o sumiço do talento diante da valorização da parte tática.

“Com que frequência você vê o seguinte: times se formando com três jogadores na defesa, deixando dois no meio-campo e enfileirando cinco na linha de frente? A bola raramente chegava na área cedo ou aereamente (exceto em lances de bola parada), mas, em vez disso, trabalhava em áreas ordenadas e, então, servia de maneiras prescritas: cortes, diagonais internas, passes pela lateral da área. Uma escassez de chutes longos, dribles e cabeceios. Quase nenhum desarme. Praticamente todos os passes são curtos, a menos que seja uma bola de campo cruzado ou um passe longo ensaiado. Tudo isso equivale a um futebol ótimo, a propósito, mas faz sentido que todos joguem?”, afirmou o periodista.


🔢 A maneira de marcar gols também perdeu variações, consoante os dados. A proporção de chutes de fora da área atual é a mais baixa já registrada na história, e a distância média de chutes caiu dois metros (17,9m para 15,9m) na última década.

🔢 A prova da redução dos chutes longos é que, dos 15 primeiros da lista de artilheiros da Premier League em finalizações de fora da área, apenas Kevin de Bruyne (6º) e Christian Eriksen (12º) estão em atividade. Os demais já penduraram suas chuteiras.


🔢 A “clonagem atlética”, como definiu o Times, aparece na questão da média de altura e idade dos times considerados médios do Inglesão. Veja:

Fulham: 1,838m / 28,1 anos
West Ham: 1,839 m / 28,7 anos
Brentford: 1,842 m / 26,4 anos
Crystal Palace: 1,841 m / 26,3 anos
Nottingham Forest: 1,834 m / 26,9 anos
Wolverhampton: 1,828 m / 27,1 anos

Para completar seu argumento, Northcroft também citou a falta de estilos como o de Ronaldinho Gaúcho, que tinha maior liberdade para driblar e não ficava preso a esquemas táticos assertivos e praticamente imutáveis.

“Tenho pensado em Ronaldinho e no futebol que tenho assistido ultimamente. Talvez seja só eu, mas parece que algo está faltando. Muitos jogadores de hoje dizem que ele era seu jogador de futebol favorito. E tão poucos jogam — ou têm permissão para jogar — como ele. Minha sensação é que o futebol em 2024 é absolutamente incrível. Mas também decepcionante. Mesmos estilos, mesmas formas táticas, mesmos padrões de jogo ensaiados, jogadores e times com perfis semelhantes. Às vezes, assistindo, parece que já vi o jogo antes”, analisou.

A influência de Pep Guardiola, ou “Pepificação”, traduz uma mudança no panorama do futebol e divide opiniões. Polarizados, os analistas da bola, sejam os da tela ou os do sofá, se repartem entre os que creem na genialidade do espanhol e os que, de fato, cravam que o treinador acabou com a graça do futebol ao “robotizar” os jogadores. Fato é que Guardiola segue obtendo sucesso em sua jornada, e as cópias pelo mundo são apenas um atestado do quão revolucionário o discípulo de Johan Cruyff foi e segue sendo.

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