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Especialista em cultura do trabalho, Thais Godinho alerta para o aumento do esgotamento mental entre os atletas

Especialista em cultura do trabalho, Thais Godinho alerta para o aumento do esgotamento mental entre os atletas

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Quando se pensa em esporte, muitas pessoas acreditam que a saúde física é a única que importa, mas ao longo do último ano vários atletas de alto rendimento deram sinal de esgotamento mental. Alguns pararam por um tempo, outros encerraram a carreira precocemente. Nos Jogos de Tóquio, em 2021, a ginasta norte-americana Simone Biles chocou o mundo ao desistir de participar de duas finais olímpicas. Este ano, o atual campeão mundial de surfe, o brasileiro Gabriel Medina, também resolveu dar uma pausa na carreira alegando estafa. Thais Godinho, pesquisadora em cultura do trabalho, analisou essas situações com esportistas.

“Atletas de alto rendimento, apesar de serem preparados com uma rotina forte de treinamento, vivem no limite o tempo todo. É sempre uma questão de causa e consequência. O ser humano precisa de um equilíbrio entre corpo, mente e sentimentos, que envolve alimentação, atividade física, produção intelectual, relacionamentos interpessoais, espiritualidade, inteligência emocional, etc. Quando uma das áreas é sobrecarregada em detrimento de outras, pode gerar um adoecimento físico, mental ou emocional”, justifica.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de países de maior prevalência à depressão, principal fator de risco que leva ao suicídio, e é também o país com maior prevalência de Transtornos de Ansiedade no mundo (estima-se 9,3% da população). No mundo, transtornos mentais são a causa de 96,8% dos suicídios.

Atletas profissionais sofrem uma grande pressão por resultados, e mesmo o excelente preparo físico pode não ser suficiente. Em entrevista ao podcast 'Fenômenos', o jogador Neymar Jr. contou que não sabe até quando jogará futebol, pois seu físico pode aguentar muitos anos, mas sua saúde mental, não. O atleta vem sofrendo com lesões nos últimos anos e também com muitas críticas a respeito da sua performance. Segundo Thais Godinho, um bom preparo físico é importante, mas não evita o desgaste mental.

“Fazer uma atividade física é saudável. Porém, sobrecarregar o corpo não. É necessário ter uma rotina equilibrada, com hábitos saudáveis de sono, alimentação, lazer, relacionamentos, movimento físico e autocuidado. No caso dos atletas, talvez a solução seja muito mais complexa. Muita gente os enxerga como máquinas e não entende que atletas têm um limite, como todo mundo”, comenta a pesquisadora.

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