O Arbitral da Ferj varou a madrugada, mas segue o impasse em torno do regresso do Campeonato Carioca. Enquanto Flamengo, Vasco e clubes de menor investimento que disputam a competição projetam a retomada nesta semana, Fluminense e Botafogo mantêm o tom crítico e, após se oporem em virtude da escalada da COVID-19 no Rio de Janeiro, aceitaram no máximo que a competição retorne no fim do mês. Imbróglios fazem parte da história do Campeonato Carioca. O LANCE! recorda algumas destas confusões.
O fim de semana entre 14 e 16 de março chegou a ter partidas realizadas com portões fechados. Mas a declaração do governador Wilson Witzel por manter a competição (
Em virtude das fusões das FERJ e da Federação Fluminense de Futebol (que só ocorreu quatro anos após a fusão dos estados do Rio de Janeiro e da Guanabara), a nova entidade bateu o martelo e criou o Campeonato Estadual 1979 - Especial, que reuniria dez clubes (seis da capital e quatro do interior), que duraria entre fevereiro e abril. Mas o Especial rendeu discórdia: oito clubes que se sentiram excluídos do Especial pleitearam ao então presidente da CBD, Heleno Nunes, a realização de um novo campeonato. O ano de 1979 teve nova competição, com 18 equipes (um recorde). No primeiro turno, todos jogavam entre si e, no segundo, existia a divisão de um grupo com oito equipes e outro com dez times. A nova competição durou até novembro, e o Flamengo ganhou ambas (convencionou-se que o clube obteve um
Um surto de virose respiratória que acometeu parte de seu elenco (e jogadores das categorias de base) fez com que o Fluminense decidisse não atuar na data prevista para o confronto com o Americano no Carioca de 1986. O Tricolor até tentou remarcar a data do duelo no Godofredo Cruz, mas foi confirmada a derrota por W.O. que ruiu o sonho do tetra carioca.
Em dezembro de 1986, estourou o escândalo das
A decisão do Carioca de 1990 foi recheada por uma confusão no Maracanã. Em campo, o Botafogo bateu o Vasco por 1 a 0, com gol de Carlos Alberto Dias. Porém, o Cruz-Maltino, tendo apoio da Ferj, interpretou que em caso de derrota, haveria uma prorrogação. Após 30 minutos de volta olímpica alvinegra, o elenco vascaíno pegou uma caravela de papel e celebrou à sua maneira o
Um clássico entre Vasco e Botafogo em 1997 foi marcado por uma situação insólita: as duas equipes estavam com a mesma cor de calção. O árbitro Ubiraci Damásio pediu que o visitante mudasse a cor do calção, mas os botafoguenses não levaram outra opção. Do lado vascaíno, o vice de futebol, Eurico Miranda, se recusava a trocar o uniforme da equipe. Passaram-se 45 minutos até que o mandatário Antônio Soares Calçada cedesse e o Cruz-Maltino utilizasse uniforme todo branco. Em campo, deu Botafogo: 2 a 1.
Também em 1997, o vice de futebol Eurico Miranda conseguiu a paralisação do Campeonato Carioca por um mês. O argumento foi que o Vasco tinha quatro jogadores cedidos à Seleção Brasileira (Carlos Germano e Edmundo na Copa América e Pedrinho e Felipe na Seleção Sub-20). Irritado com o aval, o Flamengo abandonou a competição e perdeu por W.O. os duelos com Americano e o próprio Cruz-Maltino.
A edição de 1998 foi repleta de confusões. Irritados com o fato do Vasco remarcar as suas partidas para não coincidirem com seus jogos na Copa Libertadores, o trio Botafogo, Flamengo e Fluminense resolveu boicotar a competição. O Rubro-Negro e o Glorioso não entraram em campo contra o Cruz-Maltino. Já a dupla Fla-Flu protagonizou um inédito e melancólico W.O. duplo no Ítalo Del Cima.
O Campeonato Carioca de 2002 já tinha sido esvaziado devido à crise entre Ferj e clubes, fato que custou um regulamento confuso e uma série de jogos com equipes reservas. No entanto, a cereja do bolo foi a fase final. Mesmo com o Fluminense sendo campeão ao levar a melhor sobre o Americano (que, curiosamente, vencera as Taças Guanabara e Rio), o título foi parar nos tribunais. O Bangu queria a anulação do empate em 0 a 0 com o Tricolor das Laranjeiras, devido ao gol mal anulado do goleiro Eduardo nos acréscimos da semifinal. A decisão só saiu sete anos depois, confirmando o título tricolor.
Em 2017, a morte do torcedor Diego Silva dos Santos, de 27 anos, antes da derrota por 2 a 1 do Botafogo para o Flamengo, fez com que o MP-RJ e o Juizado Especial dos Torcedores tomassem uma medida drástica: clássicos com torcida única. Flamengo e Vasco se deslocaram para Volta Redonda para medir forças com torcida mista. Já para o Fla-Flu da final da Taça Guanabara ser disputado no Nilton Santos houve uma guerra de liminares, na qual chegou a ser ventilada até a hipótese do jogo não ter presença de público. Por fim, as duas torcidas puderam acompanhar a conquista tricolor nos pênaltis, após um belo jogo no empate em 3 a 3.
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