Daniel Alves absolvido: relembre a sequência do escândalo na Justiça
Entenda o caso que levou à anulação da sentença do ex-jogador brasileiro
Lance|Do R7

Daniel Alves foi absolvido nesta sexta-feira (28), pelo Tribunal Superior da Catalunha, após a condenação por estupro, em processo que dura mais de dois anos. A decisão unânime da Justiça da Espanha é o episódio mais recente de um escândalo judicial que já teve troca de versões, prisões e exposição. O Lance! relembra os fatos.
Daniel Alves foi acusado de estuprar uma jovem de 23 anos em 30 de dezembro de 2022. A agressão sexual aconteceu na boate Sutton, em Barcelona. O ex-jogador passou 14 meses em prisão preventiva e foi condenado em fevereiro de 2024 a quatro anos e meio de prisão. Posteriormente, foi autorizado a aguardar em liberdade a análise dos recursos contra a condenação, deixando a penitenciária Brians 2, em Barcelona, no dia 25 de março de 2024, mediante pagamento de fiança de 1 milhão de euros (aproximadamente R$ 6,6 milhões).
Daniel Alves absolvido: entenda o caso
Diferentes versões contadas pelo acusado
A vítima denunciou o atleta e ele foi pego em contradições ao mudar as versões apresentadas à polícia, o que levou à sua prisão preventiva. Inicialmente, Daniel Alves afirmou desconhecer a vítima. Pouco depois, admitiu que houve relação sexual, mas que teria sido consensual.
- Sim, eu estava naquele lugar, com mais gente, curtindo. E quem me conhece sabe que eu amo dançar. Eu estava dançando e curtindo sem invadir o espaço dos outros. Eu não sei quem é essa senhora. Nunca invadi um espaço. Como vou fazer isso com uma mulher ou uma menina? Não, por Deus - afirmou Daniel Alves em entrevista, dando a primeira versão do caso, que viria a ser alterada em seguida pelo mesmo.
Depoimento da vítima
Segundo o depoimento da jovem, Daniel Alves teria forçado a entrada dela em um banheiro na boate, onde a teria agredido sexualmente. Câmeras de segurança registraram a permanência de ambos no local por cerca de 15 minutos. A vítima foi encaminhada a um hospital em Barcelona, onde exames constataram lesões compatíveis com luta e encontraram vestígios de DNA que foram comparados com amostras do jogador.
Argumentos da defesa contra a condenação
O julgamento do caso culminou na condenação do ex-jogador a 4 anos e meio de prisão. No entanto, a defesa do brasileiro recorreu, argumentando que não haviam provas suficientes para sustentar a decisão judicial. O Tribunal Superior da Catalunha analisou o recurso e decidiu que Daniel Alves deveria ser absolvido. O depoimento da vítima foi avaliado como insuficiente para a condenação.
Veja o comunicado sobre a decisão final do caso Daniel Alves
“A Divisão de Apelações do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha acolheu por unanimidade o recurso do jogador de futebol que foi condenado pela Seção 21 do Tribunal Provincial de Barcelona a quatro anos e seis meses de prisão por agredir sexualmente uma jovem em uma boate de Barcelona em 31 de dezembro de 2022. O Pleno do Tribunal de Apelações, composto pelas juízas María Àngels Vivas (relatora), Roser Bach e María Jesús Manzano, e pelo juiz Manuel Álvarez, não compartilha ‘da convicção do Tribunal de Primeira Instância expressa em sua decisão, cuja exposição contém, ao longo de sua fundamentação, uma série de lacunas, imprecisões, inconsistências e contradições quanto aos fatos, à apreciação jurídica e suas consequências’. O tribunal, assim, negou provimento aos recursos do Ministério Público — que requereu a anulação parcial da pena e, subsidiariamente, a majoração da pena para 9 anos — e da acusação particular — que requereu a majoração da pena para 12 anos — e absolveu os acusados, revogando as medidas cautelares impostas e declarando ex officio as custas processuais.”