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Com jogadores do exterior, Cuba é eliminada nas Eliminatórias, mas mira Copa do Mundo de 2026

Onze atletas que atuam no futebol de fora da ilha defenderam a seleção na Data Fifa. Astro de clube da Inglaterra lidera grupo e marcou gol no final de semana

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Corria o minuto 27 quando o meia-atacante cubano Onel Hernández fez boa jogada individual, invadiu a área adversária pelo lado esquerdo e arrematou à meta do goleiro Eloy Room para empatar o jogo no Estádio Nacional Mateo Flores. Era o primeiro gol de Cuba contra Curaçao, em jogo válido pela segunda rodada da fase de qualificação das Eliminatórias da Concacaf para a Copa do Mundo de 2022, nesse domingo. A representatividade por trás do tento é um daqueles momentos que só o futebol periférico de seleções tem de especial: pela primeira vez, um jogador que atua no exterior marcava um gol pela seleção cubana.

>>> Confira a tabela das Eliminatórias da Concacaf para a Copa do Mundo de 2022

Cuba não joga uma Copa do Mundo desde 1938. De lá para cá, a ilha caribenha passou por uma série de transformações que marcou a sua história e a de toda a América Latina. Do regime de Fulgência Batista à Revolução Cubana liderada por Fidel Castro, até a grave crise dos anos 1990, com o colapso do bloco comunista no leste europeu e da grande parceira União Soviética, à gradativa abertura comercial, o futebol demorou a se desenvolver plenamente: por lá, o beisebol é o esporte mais popular, inclusive incentivado pelo governo.

Mas o cenário tem mudado. O acesso da população ao futebol internacional nas últimas décadas, com transmissões dos principais campeonatos europeus por meio da tv estatal, aumentou o consumo futebolístico dos cubanos. Atualmente é comum ver camisas de clubes como Barcelona, Real Madrid, PSG ou Bayern de Munique espalhadas pela ilha. Agora, Cuba tenta dar um passo ousado: voltar a disputar uma Copa do Mundo.

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O caminho é árduo, mas a Federação trabalha a longo prazo. Para 2022, já não há mais possibilidades: com duas derrotas nos dois primeiros jogos da primeira fase da Concacaf, a seleção foi eliminada (1 a 0 para a Guatemala e 2 a 1 para Curaçao). Agora, o foco é olhar para a edição de 2026 com maior ambição, sobretudo pelo aumento no número de participantes (de 32 para 48).

Para isso, houve uma modificação significativa na formação do elenco nacional. Até 2020, Cuba determinava que fossem chamados apenas atletas de clubes do país. No início de março, em uma tentativa de formar uma equipe competitiva, foi dado uma orientação para o técnico Pablo Elier Sánchez: selecionar quem atuasse fora da ilha. Uma indicação da rota para onde o futebol cubano pretende seguir.

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Dessa forma, Elier incluiu 11 'estrangeiros' para encarar Guatemala e Curacão. A lista contou com três jogadores que atuam no Brasil: Sandy Sánchez, Sander Fernández e Sandro Cutiño, todos do Navegantes, de Santa Catarina. Mas nenhum possui maior status que Onel Hernández, do Norwich, da Inglaterra.

Aos 28 anos, Onel é um dos principais jogadores da equipe inglesa. Campeão da segunda divisão britânica em 2018, foi também o primeiro cubano a disputar uma partida oficial da Premier League e, meses depois, marcar um gol. Ele deixou seu país natal ainda criança para viver na Alemanha, onde começou sua carreira profissional.

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Onel Hernández
Onel Hernández Onel Hernández

Onel Hernandez, meia-atacante do Norwich, da Inglaterra, é o principal jogador de Cuba (Foto: Twitter/Sky Bet)

Todavia, existe um ponto importante da flexibilização das autoridades cubanas: todos os novos convocados receberam permissão para sair da ilha ou se mudaram ainda na infância com seus pais. Os famosos "desertores", por exemplo, não entram na relação.

- Não vou jogar só por diversão. Quero jogar e representar meu país da melhor maneira que podemos. Tem tantas crianças em Cuba que adoram futebol. E elas querem viver o sonho que vivi - disse Onel Hernández quando soube da convocação.

No ranking da FIFA, Cuba ocupa a modesta 180º colocação. Pelo sistema, há 25 adversários internos à frente. Mesmo que acene com mudanças e contemple o futebol de forma mais objetiva, a estrada que o país irá percorrer é longa. E só o tempo dirá como será essa (r)evolução.

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