Com detalhes inéditos, documentário sobre caso Eliza Samudio põe vítima como protagonista
'A Vítima Invisível: o caso Eliza Samudio' estreia nesta quinta-feira (26) na Netflix
Lance|Do R7
Estreia na Netflix, nesta quinta-feira (26), o documentário "A Vítima Invisível: o caso Eliza Samudio", que traz ao público uma perspectiva diferente do crime que chocou o Brasil em 2010, o ponto de vista da vítima.
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Eliza era ex-namorada e mãe de um filho de Bruno Fernandes, goleiro do Flamengo e um dos principais jogadores da posição à época. A jovem foi assassinada e seu corpo, ocultado. O goleiro e outras sete pessoas foram condenadas pelo sequestro e morte de Eliza. Confira o trailer do documentário:
A produção, dirigida por Juliana Antunes, conta quem era a jovem, como foi sua infância, a relação conturbada com a família, o sonho de se tornar uma goleira de sucesso, o relacionamento com Bruno e seu trágico final.
O documentário faz uma crítica à forma como Eliza foi retratada pela imprensa e pelo público quando sua relação com o goleiro veio a público e, principalmente, durante os meses que antecederam sua morte, quando ela passou a relatar agressões e ameaças por parte do atleta.
- Eliza fez tudo certo, ela buscou as autoridades, contou à imprensa o que estava acontecendo. Ela pediu socorro para todo mundo, mas não é ouvida - diz Monica Castro, advogada da mãe de Eliza, no documentário.
Familiares de Eliza e amigas de infância tentam dar ao espectador um panorama de como era a personalidade da jovem. Há também a preocupação em contar um pouco da história de Bruno, trançando inclusive um paralelo entre dificuldades que ambos enfrentaram na infância.
Relatos ajudam a explicar caso
O crime é contado ponto por ponto. Juíza, delegado, advogados e perita que trabalharam no caso dão seus relatos para ajudar a explicar o desenrolar dos fatos. Jornalistas que cobriram o caso ou que acompanharam a trajetória de Bruno como jogador também estão presentes.
Dos acusados, no entanto, apenas Dayanne Rodrigues Souza, que era esposa de Bruno na época e que foi absolvida dos crimes de sequestro e cárcere do filho de Eliza, Bruninho, fala no documentário. A produção também teve acesso ao computador pessoal da vítima, que estava com a polícia desde a época do crime.
O goleiro Bruno não foi procurado para participar do documentário.
- Essa decisão foi estabelecida desde o início do projeto quando fui convidada para ser a diretora artística. Optamos por contar a história a partir de uma narrativa centrada na vítima. Na época em que o caso veio à tona, Bruno era o porta-voz da narrativa. Ele foi amplamente entrevistado e escutado, enquanto a visão de Eliza era frequentemente questionada e distorcida. Com seu desaparecimento, Bruno se tornou a principal fonte sobre o caso. No filme, sua presença se dá por meio de entrevistas feitas quando as investigações estavam em curso, e por imagens de seu julgamento, que oferecem um contraponto à história narrada por aqueles ligados a Eliza - explica a diretora Juliana Antunes.
"A Vítima invisível: o caso Eliza Samudio" traz detalhes inéditos que, após 14 anos do acontecido, permite ao público revisitar e entender os caminhos sombrios deste crime.