A mobilização por mudanças no futebol brasileiro já existe no papel. Nesta terça-feira, no Rio de Janeiro, 19 dos 20 clubes da Série A assinaram um documento no qual entram em consenso para a fundação de uma liga na qual organizarão o Campeonato Brasileiro, que atualmente é feito pela CBF. O Sport foi o único clube que ainda não assinou, por estar sem presidente em exercício. O desejo é organizar a competição a partir do ano que vem.
“A decisão de formação da liga é irreversível, isso foi uma decisão unânime dos 19 clubes de não voltar atrás neste movimento de formação da liga. A partir da formação da liga, a CBF continua no papel fundamental de todas as outras competições, exceto o Campeonato Brasileiro e, mesmo no Brasileiro, pode nos ajudar em vários elementos de organização. Queremos ter autonomia, mas não precisamos virar de costas para a entidade”, Assim falou à imprensa o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, sobre o movimento dos clubes da Série A por criarem uma liga para gerir a competição nacional
Esta iniciativa não é inédita na história do futebol nacional. O LANCE! relembra os outros momentos nos quais clubes se mobilizaram para organizar competições. Confira!
Na década de 1980, surgiram rumores de que 13 clubes brasileiros, considerados como “os grandes” do país, tinham a vontade de se tornarem independentes da CBF. Então, em 1987, após a Confederação anunciar que não tinha recursos para arcar com a organização do Campeonato Brasileiro daquele ano, Bahia, Botafogo, Flamengo, Fluminense, Vasco, Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo, Atlético-MG, Cruzeiro, Grêmio e Internacional se juntaram e declararam a criação do Clube dos 13.
O Clube dos 13, também chamado de “União dos Grandes Clubes do Futebol Brasileiro”, era uma forma desses clubes se organizarem para a criação de uma competição própria e defender seus interesses políticos e comerciais. Dessa forma, os envolvidos criaram a “Copa União”, torneio que contaria com os 13 clubes e mais três convidados: Coritiba, Goiás e Santa Cruz.
Após travar uma briga judicial com a CBF, o Clube dos 13 chegou a um acordo com a entidade, e o Campeonato Brasileiro daquele ano seria disputado em dois módulos: o módulo verde (a Copa União, com os 13 clubes e os três convidados) e o módulo amarelo (com outras 16 equipes). Ao fim do campeonato, Flamengo e Sport venceram o módulo verde e o amarelo, respectivamente. Isso gerou uma briga judicial que perdurou por anos, até que o Sport fosse considerado o campeão brasileiro de 1987. O Clube dos 13, por sua vez, só decretou sua extinção em 2011.
2000 – COPA JOÃO HAVELANGE
O Brasileiro de 1999 teve como um de seus marcos a descoberta de que o atacante Sandro Hiroshi adulterara sua certidão de nascimento, e sua escalação pelo São Paulo era considerada irregular. Então, a Comissão Disciplinar da CBF tirou os pontos do Tricolor paulista e deu os pontos das partidas para Internacional e Botafogo. Com três pontos a mais, o Alvinegro
A decisão salvou o Botafogo, mas acabou por rebaixar o Gama, que entrou na Justiça Comum contra a CBF. O fato impediu a entidade de organizar o Campeonato Brasileiro em 2000. Com isto, o Clube dos 13 se articulou para criar a Copa João Havelange. Além de todos os times que disputaram a Série A, subiram Fluminense, Bahia e América-MG, que iriam disputar a Série B. A Copa João Havelange contou com 116 equipes, divididas em quatro módulos, e não mais em divisões. Ao final, o Vasco sagrou-se campeão nacional do ano de 2000.
2016 - PRIMEIRA LIGA
Em 2016, Fluminense, Flamengo e clubes do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais passam a articular a criação de uma liga. A realização da Primeira Liga é precedida por uma série de turbulências. Há quedas de braço entre dirigentes até a definição sobre quem vai liderar a competição. A ausência de clubes paulistas e de clubes como Botafogo e Vasco também enfraquece a competição. As negociações com a CBF também não são bem-sucedidas e, a poucos dias da primeira edição ter início, Marco Polo Del Nero, diz que a liga não será autorizada.
Mesmo assim, no ano de 2016, a competição ocorreu. A primeira edição contou com 12 participantes: os mineiros Atlético, América e Cruzeiro, os gaúchos Grêmio e Internacional, os catarinenses Criciúma, Avaí e Figueirense, os paranaenses Athletico-PR e Coritiba, além de Flamengo e Fluminense. Após os participantes priorizarem as outras competições e atuarem com equipes mistas, o Fluminense sagrou-se campeão.
Já em 2017, na segunda edição da Primeira Liga, Athletico-PR e Coritiba decidem abandonar a competição. A edição de 2017
Novamente, muitos clubes recorrem a equipes reservas e os jogos passam a ficar esvaziados. A competição passa a ser motivo de chacota entre os torcedores e ganha o apelido de
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