Cereto detona Flamengo após barrar perguntas sobre saída de Vítor Pereira do Corinthians: 'Censura'
Jornalista criticou a postura da assessoria de comunicação do Rubro-Negro durante a coletiva de apresentação do treinador
Lance|Do R7
A saída de Vítor Pereira do Corinthians, e a sua Flamengo, ainda repercutem na imprensa esportiva. Durante a coletiva de apresentação do treinador no Rubro-Negro, a assessoria do time carioca barrou outros questionamentos dos repórteres sobre o episódio após a TV do clube fazer uma pergunta relacionada ao assunto. A postura não agradou o jornalista Carlos Cereto, que detonou o Fla nas redes sociais.
- O Flamengo proibiu perguntas sobre a saída do Vítor Pereira do Corinthians? É isso mesmo? A colega jornalista perguntou e não houve resposta sob o argumento de que não se falaria mais do assunto porque VP já havia respondido. É o Flamengo que pauta a imprensa? Vivemos numa democracia? - questionou Cereto, no Twitter.
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ENTENDA O CASO
Após o treinador responder uma pergunta, feita por um profissional da comunicação do Flamengo, a assessoria do clube informou que Vítor Pereira não responderia mais perguntas sobre o caso. Contudo, imediatamente depois, a repórter Tatiana Tavares, da Band, voltou a questioná-lo a respeito de sua saída do Corinthians. Reforçando o que havia informado antes, a assessoria do Rubro-Negro não permitiu que o treinador respondesse e a entrevista coletiva seguiu sem que se voltasse mais ao assunto.
Carlos Cereto condenou a ação do Flamengo e taxou o episódio como um "absoluto desrespeito".
- Um total e absoluto desrespeito com a colega jornalista, com quem me solidarizo. Estamos em 2023 e um clube de futebol ainda se vê no direito de pautar a imprensa. Isso é censura! - afirmou.
CONFIRA A RESPOSTA DE VÍTOR PEREIRA NA ÍNTEGRA
"Vou aproveitar a oportunidade. Estive calado, muito se disse, muitas críticas, muita coisa dita por quem não me conhece. Vou esclarecer: e essa é a verdade. Quem não diz o que vou dizer está a especular ou mentir. Minha vinda para o Brasil, há um ano, acontece de uma forma que não estava na nossa perspectiva. Surgiu o convite e eu e a minha equipe decidimos vir ao Brasil por um ano, para experimentar e ver a realidade. Por isso assinamos um ano de contrato.
O contrato foi cumprido na íntegra, com responsabilidade, dedicação, sofrimento, muitas noites sem dormir, de uma forma que faço em todos clubes, dando tudo de mim. Foi assim que estive no meu clube anterior e sempre foi até o último dia do contrato. Nunca, para esclarecer, nunca me passou pela cabeça seguir. O que sempre transmiti ao clube era que acabaria a temporada. Infelizmente há muitas famílias que lidam com uma situação familiar séria, e a minha lida com essa situação. Por isso, pelo desgaste que eu sei que essa situação de saúde provoca em toda minha família, fui dizendo que iria para casa apoiá-los. Isso sempre foi muito claro, sempre fui muito honesto, sempre fui colocando a minha decisão em regressar a Portugal. Prova disso é que dois dias antes o clube me pediu para fazer uma declaração à torcida que o grande motivo era o motivo familiar. E eu, dois dias antes, fiz isso porque era essa ideia clara, o compromisso que tinha com minha família.
Não houve mentira nenhuma. Isso desmonta qualquer teoria. Isso é a verdade. Algo a dizer depois ou além disso está a mentir. Depois disso e do campeonato, surge um clube da dimensão do Flamengo, com uma abordagem que nunca tinha me passado pela cabeça ficar no Brasil. Tivemos a conversa e fiquei a pensar. A proposta é uma proposta que o Flamengo tem um ano de grandes desafios, um plantel de qualidade que permite lutar por todos títulos. Nenhum treinador do mundo não ficaria a pensar. Isso que aconteceu. Fiquei a pensar, sabendo do problema em casa a resolver, e com quem que tenho que falar, com quem tenho compromisso? Minha família.
Se minha família entendeu após uma, duas conversas, que podíamos lidar com a situação e o desafio profissional era importante para minha carreira, tive que tomar uma decisão. É tão verdade que meu estafe não soube me acompanhar. Tenho direito de decidir a minha vida. Não devo mais nada a ninguém. Dei tudo de mim, trabalhei sério, como minha equipe. Não vieram todos porque todos têm seu contexto familiar. Não vieram por isso, e vieram outros com a mesma dedicação. Agradeço a forma como fui tratado por toda a gente. Eu retribui com esforço dedicação e compromisso. Não fiquei a dever nada a ninguém, só a única exclusivamente a minha família.
Aqui estou feliz, pronto para agarrar esse projeto que de forma profissional me alicia. Gosto de competir, vim para o Brasil somar títulos. Quase somamos ano passado. Só se eu fosse maluco não pensaria no que esse projeto pode me trazer. Não sei onde está a mentira, onde fui mau caráter, nunca na minha vida me acusaram disso. Isso é verdade."