CBF inicia treinos com árbitros da Série A para qualificar arbitragem brasileira
Entidade quer minimizar os erros no Brasileirão
Lance|Do R7

Em meio à crescente desconfiança e constante pressão sobre a arbitragem nacional, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) deu início, nesta terça-feira (15), a uma nova etapa de preparação para os árbitros que atuarão na Série A do Campeonato Brasileiro. A ação é parte de um projeto inédito da Comissão de Arbitragem, que busca profissionalizar a função e diminuir os erros recorrentes, que colocam a arbitragem constantemente em xeque.
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As atividades práticas estão sendo realizadas no Clube da Aeronáutica (CAER), na Zona Oeste do Rio de Janeiro, transformado temporariamente em um centro de treinamento exclusivo da arbitragem. Ao todo, participam 72 profissionais: 24 árbitros centrais, 24 assistentes, oito árbitros de vídeo (VAR) e 16 assistentes de vídeo, divididos entre exercícios de campo e simulações no Centro de Excelência da Arbitragem Brasileira (CEAB).
A estrutura montada busca reproduzir as condições reais de uma partida profissional. O campo conta com oito câmeras instaladas ao redor, duas cabines de VAR montadas em contêineres — uma com comunicação em tempo real com os árbitros de campo e outra usada para simulações offline —, além de monitores de análise tática e técnica. Árbitros atuam em jogos simulados com equipes de base do futebol carioca, como Portuguesa, Serrano, Olaria e Sojima Petrópolis, em uma rotina que alterna a função central e auxiliar para todos os integrantes.
— Este evento é fundamental para mitigar erros e aumentar o índice de acerto, porque aqui o árbitro repete, tem um instrutor do lado de fora, uma cabine de instrução imediata e uma devolutiva. Com o passar dos dias, os árbitros deste grupo sairão num outro nível — destacou o coordenador-geral da Comissão de Arbitragem, Rodrigo Cintra.
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Os árbitros recebem feedback técnico e imediato de instrutores da CBF, que acompanham os lances por meio dos monitores de VAR. A ideia é oferecer uma devolutiva instantânea e construtiva, destacando acertos e apontando pontos de correção, além de ampliar a base de dados sobre as condições físicas dos profissionais, que também passam por avaliações em campo anexo.
Enquanto os árbitros em campo treinam simulações de jogo, os demais cumprem exercícios físicos e técnicos, em um rodízio que visa garantir que todos passem por todas as etapas do programa. O modelo é inspirado em centros de excelência internacionais e busca alinhar a arbitragem brasileira às melhores práticas do futebol mundial.
— Estamos trabalhando em nível internacional, no maior nível de qualidade de aprimoramento da arbitragem do mundo, e estamos vendo essa diferença nas próprias escalas internacionais, como na Sul-Americana, Libertadores e na Eurocopa feminina, com um trio brasileiro (Edina Alves, Neuza Back e Fabrini Bevilaqua) escalado de modo inédito e, possivelmente, um dos trios das finais — finalizou Cintra.