Capacete de Ayrton Senna: 40 anos de versões icônicas do acessório

Os capacetes usados por Ayrton Senna são peças icônicas para os fãs do automobilismo. Com as cores do Brasil, os acessórios acompanharam a carreira de Senna desde a época de kart até o fatal acidente em Imola, na Itália. O LANCE! mostra algumas peças e sua vitoriosa carreira.

O primeiro capacete utilizado por Ayrton Senna com as cores do Brasil foi em 1978, na disputa do campeonato mundial de Kart, na Europa. As regras da competição exigiam que os capacetes tivessem as cores do país de origem do piloto. A peça tinha patrocínios da Coca Cola e Gledson.

A estreia do capacete amarelo aconteceu em 1979, quando Senna sagrou-se vice-campeão mundial no Kartódromo do Estoril, em Portugal. O desenho do capacete de Senna foi criado por Sid Mosca, responsável pelas pinturas de grandes pilotos da F1 como Fittipaldi, Piquet etc..

Senna estreou na Fórmula 1 em 1984 já com o capacete predominantemente verde e amarelo. A versão continha três patrocínios na peça: a marca de cigarros Marlboro, a empresa de roupas esportivas Sergio Tacchini e o café italiano Segafredo.

Em 1984, Senna pontuou em cinco corridas, a mais marcante em Mônaco, quando foi segundo colocado (foto). Só não ganhou pois a prova foi interrompida devido à chuva. No total, fez 13 pontos e ficou em nono na classificação geral dos pilotos. Em 1985, trocou a Toleman-Hart pela Lotus-Renault, equipe pela qual venceu seis GPs ao longo de três temporadas.

Em 1985, ano da primeira vitória de Senna na F-1, os patrocinadores do capacete foram trocados, mas as cores continuaram as mesmas. As marcas que anunciavam no capacete eram a John Player, empresa de cigarros, além do Banco Nacional. O nome da Renault também aparecia.

O ano de 1985 foi marcante. Estreando pela Lotus Renault, Senna conseguiu a primeira vitória na categoria, no GP de Portugal. Ele terminou a temporada em 4º lugar no Mundial de Pilotos com 38 pontos e seis pódios (duas vitórias, dois segundos e dois terceiros), além de sete poles.

O capacete de 1987 teve algumas mudanças no layout, com uma listra verde mais grossa. Os patrocinadores eram a Honda, fabricante dos motores da Lotus, equipe de Senna, a marca de cigarros Camel, na parte superior, e o Banco Nacional.

Utilizando esse modelo de capacete, Senna conquistou a sua primeira vitória em Mônaco, um dos circuitos marcantes da categoria. Foi a primeira do recorde de seis vitórias do brasileiro em Monte Carlo. Senna ficou fora da luta pelo título, que foi disputado por Piquet e Mansell.

O capacete de 1988, ano do primeiro título mundial de Senna, manteve o layout de 1987. mas teve teve mudanças nos patrocinadores. A Marlboro, empresa de cigarros, estampava sua marca na parte superior. Outro novo anunciante foi a grife Hugo Boss. O Banco Nacional permaneceu.

A temporada de 1988 teve a estreia da dupla Prost-Senna na McLaren e o primeiro título mundial do piloto brasileiro. Houve diversos momentos de rivalidade entre eles. As intrigas duraram toda a temporada, até a vitória de Senna no Japão, que deu ao brasileiro a conquista do título.

O modelo usado por Senna na temporada de 1990, que foi marcada pela conquista do bicampeonato mundial, teve a faixa amarela na parte inferior maior. Entre os anunciantes, a única mudança foi a entrada do Rheos, fabricante do capacete do piloto.

O ano de 1990 marcou o segundo título mundial de Senna. No GP da Itália, em Monza, Senna fez uma aposta com Ron Dennis. Como o chefe da McLaren estava cético com as chances da equipe na casa da Ferrari, Senna propôs uma aposta: caso vencesse, ganharia o carro do triunfo de presente. Senna fez a pole, venceu a corrida e ficou com o automóvel.

O capacete de 1991 foi praticamente uma cópia da temporada anterior. A única mudança foi a retirada da marca da Rheos, que estava na lateral do antigo acessório. Marlboro, Banco Nacional e Honda estampavam a peça icônica do tricampeonato.

Ayrton Senna conquistou o tricampeonato em 1991, pela McLaren. A temporada marcou a 1ª vitória dele no GP do Brasil, em Interlagos. Num final dramático, Senna perdeu várias marchas a poucas voltas do fim, mas venceu. Devido ao desgaste físico, sofreu para sair do carro e festejar.

O capacete de Senna de 1992 trouxe patrocinadores diferentes. A Shoei, companhia japonesa que fabrica acessórios de motociclismo e automobilismo, estampou a marca no acessório. Uma novidade foi a inserção das bandeiras dos países onde eram disputada as provas.

A temporada de 1992 não foi boa para Senna. O novo carro da McLaren tinha falhas e estava bem atrás das Willians de Mansell e Patrese. Senna venceu em Mônaco, Hungria e Itália, e acabou o campeonato em 4º lugar. O então jovem alemão Michael Schumacher foi o terceiro.

O capacete de Senna em 1993 teve diversas mudanças nos patrocinadores. Marlboro, Nacional e Hugo Boss continuaram, mas a principal diferença foi a entrada da Kenwood, marca de eletrônicos, da Tag Heuer, griffe de relógios, e da Tencel, empresa do ramo têxtil.

Em 93, um acordo com a McLaren fez Senna assinar com a escuderia por corrida, não por temporada. Ele ganhou os GPs do Brasil, da Europa, Mônaco, Japão e Austrália. O GP da Europa, em Donnington, é lembrado pela Magic Lap (Volta perfeita), quando largou em quarto, caiu para quinto, mas fechou a primeira volta em primeiro, dando show na pista molhada.

O capacete de Senna teve uma edição especial em relação a uma prova de kart realizada em 1993, em Bercy, na França. A parte superior contava com o logo de Senna e a frase 'Senna – Driven to Perfection', algo como 'Senna- conduzido à perfeição'.

O último capacete utilizado por Senna teve mudanças. A escuderia Renault voltou a estampar a parte perto do visor. A marca própria do piloto também passou a ser inserida na parte inferior do acessório. Em cima, quem apareceu foi a Rothmans, patrocinadora da Williams.

Agora correndo pela Williams, Senna vinha fazendo uma boa temporada até sofrer o acidente fatal em Imola, na Itália, no dia 1º de maio de 1994. O fim de semana do GP já estava carregado por causa de um acidente grave de Rubens Barrichello, nos treinos de sexta-feira, e da morte do austríaco Roland Ratzenberger no sábado. Senna bateu na famosa curva Tamburello, a 216 km/h, e não resistiu aos ferimentos do acidente.