Candidato à presidência do Palmeiras apoia SAF, mas alerta: 'Clube ainda não tem maturidade'
Em entrevista ao Lance!, Savério Orlandi opinou sobre a possibilidade do Alviverde se tornar uma SAF no futuro
Lance|Do R7
Candidato da oposição à presidência do Palmeiras nas eleições do próximo dia 24, o advogado Savério Orlandi surge como concorrente à atual presidente do clube, Leila Pereira, e tem uma opinião bem formada sobre a Sociedade Anônima do Futebol (SAF): é a favor do instituto, mas não vê o Alviverde pronto para essa transformação.
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Em entrevista exclusiva ao Lance!, Savério, que é sócio do Palmeiras desde 1983 e titular desde 1996, também foi diretor de futebol do Verdão em duas gestões: entre 2007 e 2008, e entre 2009 e 2010. O candidato à presidência também integrou todas as comissões estatutárias desde 2001 e, entre 2013 e 2021, fez parte do Conselho de Orientação e Fiscalização. Com muitos anos de clube, ele se diz "fã da SAF" e foi categórico ao opinar sobre essa onda de adesões no cenário nacional.
- A gente tem que entender a SAF como algo que é customizado para solução de cada clube. Ela não é a panaceia do mercado futebolístico brasileiro, longe disso. Ela não estrutura os clubes entre si, ela estrutura internamente cada clube, especialmente, com o aperfeiçoamento da governância, com a reestruturação de passivo e com a capacidade de geração de receita. Acho que no caso do Palmeiras, a governância é um tema super sensível, porque é muito defeituosa, há muita deficiência - explicou Savério Orlandi, ao Lance!.
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Savério afirma que o Palmeiras, hoje, tem equilíbrio em seu passivo. Segundo o candidato, o assunto não deve ser discutido agora, já que não tem possibilidade de se transformar em SAF pelos próximos anos, mas acredita que as sondagens existirão, visto que o Palmeiras tem um enorme potencial de mercado.
- O Palmeiras, anos atrás, foi um dos únicos grandes que não aderiram a PROFUT (Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro), porque já tinha semeado sua dívida tributária. A capacidade de investimento é boa através de uma SAF, mas o Palmeiras através de seus fundamentos econômicos, consegue sem ser uma SAF. Acho que o Palmeiras não tem maturidade suficiente para se tornar uma hoje. Não penso no assunto para o clube - continou o candidato.
Estatuto do Palmeiras
- A gente tem que considerar ainda que no caso específico do Palmeiras, o estatuto traz uma previsão de um modelo, ou seja, não pode se tornar uma SAF e alienar mais de 25% das suas ações, o que significa dizer que algum investidor que queira afluir ao Palmeiras jamais terá controle, poder decisório, diferentemente das SAFs que a gente viu em Vasco, Botafogo e Cruzeiro, que fizeram suas transformações por conta da dívida, do passivo da primeira onda das SAFs - disse.
Sondagens de investidores
- Agora, naturalmente vão acontecer sondagens, porque os investidores vieram, fizeram a primeira onda, fizeram a segunda, é natural que uma terceira e quarta tenham como foco clubes que ainda não fizeram suas transformações e que têm potencialidades enormes de mercado, e o Palmeiras é um desses. Também não podemos fechar os olhos para o mercado, temos que nos estruturar internamente e ter assimilação interna para que se um dia acontecer, mas não vejo isso num horizonte tão próximo, nem nesses próximos três anos. Não sou contra, sou a favor do modelo e acho que em algum momento pode acontecer, mas para isso precisa de uma longa preparação - completou.