Campeã paralímpica morre por eutanásia após não resistir à dor
Ouro em Londres 2012 e prata na Rio 2016, Marieke Vervoort tinha autorização para realizar procedimento desde 2008
Lance|Do R7
Protagonista de uma história que comoveu o mundo durante os Jogos Paralímpicos Rio 2016, a belga Marieke Vervoort morreu na última terça-feira (22), em seu país, em decorrência de uma eutanásia. Ela sofria de uma doença muscular degenerativa incurável, que causava fortes dores.
O principal feito de Marieke no atletismo foi o ouro em Londres 2012 nos 100 metros da classe T52, para cadeirantes. Naquele evento, ela ainda faturou a prata nos 200 metros. Na Rio 2016, levou a prata nos 400 metros e o bronze nos 100 metros. O evento marcou sua aposentadoria do esporte. Na época, disse em entrevistas que não tinha previsão de quando faria a eutanásia.
"Vivo dia a dia, e quando não aguentar mais, farei. A cada ano, é mais difícil suportar esta situação porque tenho muita dor", disse Marieke, em 2016.
A eutanásia é legal na Bélgica desde 2002, mas, para que pudesse ser colocada em prática, três médicos tiveram de confirmar que Marieke sentia uma dor insuportável, sem possibilidades de cura.
Segundo ela, nunca houve um diagnóstico preciso sobre o problema, apesar das crises que a impediam de dormir e dos ataques epiléticos. Na época dos Jogos do Rio, a ex-atleta afirmou que tinha apenas 20% da visão.
Os problemas começaram aos 14 anos e, desde os 20, ela dependia de uma cadeira de rodas para se locomover. Embora tenha passado por diversas cirurgias, o quadro só piorou com o passar do tempo.
Marieke sempre foi uma apaixonada por esportes. Na juventude, praticou natação, ciclismo e jiu-jitsu. Com o avanço da doença, conheceu o esporte paralímpico e jogou basquete em cadeira de rodas, triatlo e atletismo.
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