Botafogo é um dos cinco indicados a melhor clube do mundo pela Bola de Ouro
Glorioso foi indicado ao lado de gigantes europeus
Lance|Do R7

Em um feito histórico para o futebol brasileiro, o Botafogo de Futebol e Regatas foi indicado ao prêmio de Melhor Clube do Mundo em 2024 pela Ballon d’Or (Bola de ouro), premiação organizada pela revista francesa France Football. O Glorioso desbancou o Real Madrid, por exemplo, que não apareceu entre os indicados. A lista dos clubes nomeados foi divulgada nesta quinta-feira (7).
A indicação do Botafogo é resultado de uma temporada excepcional em 2024, marcada por conquistas expressivas e um futebol encantador sob o comando técnico de Artur Jorge. O clube carioca foi campeão da Libertadores e do Campeonato Brasileiro.
A temporada que levou o Botafogo até a indicação da Bola de Ouro foi marcada pelo protagonismo de Luiz Henrique, nomeado Rei da América, Savarino, Almada e Igor Jesus. Apenas o venezuelano permanece no elenco de 2025, que disputa Copa do Brasil, Libertadores e Campeonato Brasileiro.
Depois de anos de protagonismo ofuscado no futebol nacional, o clube oriundo de General Severiano volta a representar o Brasil, relembrando os tempos em que o Glorioso comandava as Seleções Brasileiras campeãs do mundo.
Botafogo de 2024: O time indicado à bola de ouro
O ano do Botafogo que o levou à indicação da Bola de Ouro foi daqueles para ser lembrado por toda a eternidade. Depois de começar a temporada com oscilação e muitos questionamentos, o Glorioso passou por mudanças tanto dentro quanto fora de campo que foram cruciais para terminar 2024 com dois dos maiores títulos do futebol brasileiro, além de superar fantasmas que o assombravam há 29 anos.
Com a saída, Fábio Matias, que era auxiliar-técnico, assumiu a equipe que rapidamente apresentou melhoras dentro de campo. Com Matias, o Botafogo conseguiu se classificar nas duas primeiras fases da Libertadores e chegar à fase de grupos. Eliminado do Carioca, garantiu a vaga na Copa do Brasil de 2025, ao conquistar a Taça Rio, em decisão contra o Boavista. Ao total, foram oito vitórias, um empate e uma derrota (aproveitamento de 83,3%), com 26 gols feitos e nove sofridos.
Depois de uma frustração atrás da outra, a trajetória do Botafogo na Libertadores, que o levou a indicação da Bola de Ouro, foi o início da virada de chave do Glorioso e de uma reconciliação entre o clube e a torcida. O Alvinegro enfrentou o Aurora pela primeira partida na competição continental, e apesar do empate em 1 a 1, o primeiro gol no torneio veio de Júnior Santos. A partir daí, o camisa 11 começou a viver sua melhor fase na carreira, empilhando gols e batendo recordes pelo clube. No jogo da volta contra o time boliviano, o atacante marcou quatro gols na goleada de 6 a 0 no Nilton Santos.
Na fase seguinte, contra o Bragantino, o apelidado ‘Jacaré’ voltou a marcar, duas vezes, e cravou seu nome na história do clube se isolando como o maior artilheiro do Botafogo na Libertadores. Ali, ainda com Fábio Matias, o Glorioso confirmou a vaga para a fase de grupos da competição.
Na janela de meio do ano, John Textor contratou menos, porém, supriu as carências do elenco deixadas na primeira. Com apostas certeiras, chegaram mais sete jogadores que se adaptaram rapidamente e encontraram seu espaço na equipe titular de Artur Jorge. Entre elas, dois pilares de um quarteto ofensivo avassalador: Thiago Almada e Igor Jesus.
O meia chegou como uma promessa e carregando a responsabilidade de ser a contratação mais cara da história do futebol brasileiro, superando Luiz Henrique. O clube pagou cerca de R$ 136,9 milhões para tirar o jogador do Atlanta United, da MLS, e fechar vínculo de cinco anos. Já Igor Jesus, chegou de graça, vindo do Shabab Al-Ahli, e sem muitas expectativas por parte da torcida.
Como em um passe de mágica, o entrosamento com Savarino e Luiz Henrique potencializou o estilo de jogo proposto por Artur Jorge. Igor fez sua estreia como titular na vitória por 1 a 0 sobre o Internacional, no Nilton Santos, enquanto Almada estreou cinco jogos depois. Desde então, ambos assumiram a titularidade e não perderam juntos pelo Campeonato Brasileiro.
Além dos dois, peças decisivas também chegaram nesta janela, como o zagueiro Bastos, retorno de Adryelson, Vitinho, Matheus Martins, Allan e Alex Telles. Por fim, o Glorioso fechou 2024 com 21 novos jogadores e mais de R$ 413,7 milhões investidos em contratações, um recorde no futebol brasileiro.
Mesmo sem derrotas, a reta final do Brasileirão foi ficando cada vez mais acirradas depois de três empates seguidos (Cuiabá, Atlético-MG e Vitória) que anteceram a final da Libertadores contra o Atlético-MG. Como se já não bastasse o clima de tensão, o jogo que precedeu a decisão do continental, seria contra o Palmeiras, valendo a liderança do campeonato nacional. Foi uma semana para ficar marcada na memória. Vitória de 3 a 1 sobre o adversário direto, fora de casa, liderança retomada e chave virada para a disputa do jogo mais importante da história do clube.
O título veio de forma quase cinematográfica, e a emoção não podia faltar. Gregore foi expulso em menos de um minuto, e o Botafogo precisou jogar mais de 90 minutos com 10 jogadores em campo, mas pareceu não sentir a pressão. O resultado se repetiu: 3 a 1, e um título inédito para os mais de 45.000 botafoguenses presentes em Buenos Aires. Com gols de Luiz Henrique, Alex Telles e Júnior Santos, no último minuto, parecia escrito nas estrelas que terminasse assim: gol do Jacaré, para o consagrar como artilheiro da competição depois de uma lesão que o tirou dos gramados por cinco meses.
Mas a festa não acabou por aí. Uma semana depois do título histórico, veio o fim de um jejum de 29 anos. Líder do Campeonato Brasileiro e precisando apenas de um empate em casa para gritar ‘campeão’ junto à sua torcida, o domingo não poderia terminar de outra maneira. Vitória sobre o São Paulo por 2 a 1, com gol de Gregore, expulso na final da Liberta, e mais um título. O que parecia uma espera interminável, acabou com a consagração de dois títulos, conquistados de maneira épica, e principalmente, com um objetivo atingido: fazer com quem o Glorioso pudesse voltar a comemorar suas glórias e vestir o Manequinho no final do ano.