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Aert surpreende e vence mais uma etapa do Tour de France-2020

Belga da  Jumbo faz sprint final arrasador.  Etapa  do Tour de France é marcada pela  ousada estratégia da Bora que devolveu a camisa verde para Sagan. Yates lidera na geral

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Wout van Aert, da equipe Jumbo Visma, foi o vencedor da sétima etapa do Tour de France-2020, realizada hoje entre Milau e Lavaur (168km). O belga surpreendeu os principais velocistas - favoritos da etapa - ao se posicionar no grupo que realizou o sprint final e aproveitar um corredor vazio que os rivais deixaram para ele (que estava à direita) para vencer com autoridade pela segunda vez uma etapa da edição deste ano (ele também venceu a etapa 5).

Wout venceu com o tempo de 3h32m03s, uma bike de frente para o segundo colocado Edvald Boasson Hagen (norueguês da NTT). Bryan Coquard (francês, Vital Concept) ficou em terceiro.

Com a vitória, Aert mostra que está em fase excepcional. Após a volta das provas com o fim do isolamento social, ele foi campeão da Milan-San Remo (uma das cinco principais clássicas de um dia, chamadas Monumento), da Stade Bianche (outra clássica relevante), Aert venceu etapa da tradicional Criterium Du Daphné e duas etapas no atual Tour de France.

Sem mudança na camisa amarela

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Os 41 primeiros colocados formaram o pelotão dos líderes e ganharam o mesmo tempo de Aert. Neste grupo de chegada estavam todos os favoritos para o título da classificação geral (camisa amarela), que tem na frente Adam Yates (britânico da Mitchelton, 30h36min) seguido por Primoz Roglic, esloveno da Jumbo Visma (três segundos a mais). Campeão de 2019, o colombiano Egan Bernal, da Ineos, está 13s atrás dos líderes, dividindo o quarto lugar com outros seis ciclistas, todos no rol dos favoritos: Tom Dumoulin, Nairo Quintana, Romain Bardet, Miguel Angel López, Tibaut Pinot e Rigoberto Uran.

Alaphilippe sem sorte

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Vice-campeão em 2019, Julian Alaphilippe, francês da Quick Step, que só não é lider porque perdeu 20s por causa de uma punição na etapa 5, desperdiçou a chance de entrar no top3. No sprint final, se posicionou para a vitória e estava em segundo lugar. Porém, levou um toque dos 50 para a chegada e isso o desmobilizou. Caso vencesse, Alaphilippe levaria um bônus (poderia descontar 10s do tempo), o que o colocaria no Top3.

Bora deu show de estratégia

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O grande diferencial da prova desta sexta-feira foi o trabalho feito pela equipe Bora. Buscando beneficiar o seu capitão Peter Sagan, favorito para a camisa verde (título por pontos, para velocistas), os gregários (ajudantes) da Bora fizeram um trabalho insano de fuga na primeira montanha. Isso fez Sagan ganhar os pontos intermediários (chegada em montanha). A tática ainda quebrou grande parte do pelotão, o que deixou vários dos principais velocistas para trás, principalmente o seu maior rival, Sam Bennett. O irlandês viu a sua equipe, Quick Step, não entrar na estratégia da Bora. Foi um erro: Bennet chegou 13 minutos atrás do pelotão da frente. Sem fazer pontos, perdeu a liderança da camisa verde para Sagan.

Bora 'ajudou' Aert

O curioso é que a estratégia da Bora acabou beneficiando exatamente o vencedor da prova. Isso ocorreu porque Aert tem como função principal ser um gregário (ajudante) do capitão da Jumbo e um dos favoritos para o título geral (camisa amarela) Primoz Roglic. Aert fez o seu trabalho de ajudante, porém entou na reta final muito inteiro e foi liberado pela equipe para buscar a vitória no sprint final, o que aconteceu.

Foi bom para Sagan, mas...

Sagan, por sua vez, embora tenha feito muitos pontos e retomado a camisa verde, perdeu a chance de vitória, mesmo com todo o trabalho da equipe. No sprint final, ele se posicionou no meio do bolo e acabou tocado, com isso, não conseguiu das a arrancada e terminou apenas em décimo segundo-lugar. Mesmo assim, com os pontos somados, o maior ídolo do ciclismo mundial chegou aos 138 pontos, contra 129 de Sam Bennet. Em tempo: caso vencesse, Sagan somaria mais 50 pontos e abriria grande vantagem para o irlandês.

Etapa deste sábado

A oitava etapa do Tour de France rola neste sábado a partir das 9h (com transmissão da ESPN2). Caseres-Loundevielle. O destaque é que na reta final há uma subida dura, segunda de uma descida forte e um segunda subida bem íngreme (inclinação 8%). Prova com características para um atleta da fuga vencer.

PERGUNTAS E RESPOSTAS

1 - Van Aert é o ciclista que mais venceu provas e etapas pós pandemia. Ele tem chances de ganhar o Tour-2020?

R: Isso é quase impossível. os mais céticos cravariam impossível. Embora tenha vencido duas etapas, Aert venceu provas com final em plano, aquelas que 50/100 ciclistas acabam chegando em bloco e com o mesmo tempo. Em provas de montanha, o belga fica muito atrás, mais de cinco minutos de diferença para um vencedor de etapas em escalada. Para se ter ideia: mesmo vencendo duas etapas em sete, Aert está 22m12s atrás do líder.

2 - Mas Aert pode vencer a camisa verde a de campeão por pontos?

Isso é mais provável, tanto que em pontos ele está no Top3. O que pega para Aert é o fato de que a sua equipe tem uma estratégia clara de beneficiar o seu capitão, Primoz Roglic, grande favorito ao título geral e que está em segundo lugar apenas 3s atrás do líder Yates. Aert é um gregário (ajudante) tanto de Roglic, quanto de Tom Dumoulin, o outro ciclista que da Jumbo que briga pelo título geral. Já Peter Sagan (Bora) e Sam Bennet (Quick Step) têm toda uma equipe, ou grande parte dela, auxiliando-os.

3 - Sagan não ganhou nenhuma etapa em 2020. Ainda pode ser considerado favorito para o hepta da camisa verde?

R: A estratégia de Sagan é somar pontos. Nesta sexta-feira, ele fez 17 pontos numa intermediária e mais seis pela sua posiçao 12 na etapa. Bennet, pela estratégia errada da equipe, não fez nenhum. Isso quer dizer que um ciclista poder ser campeão tanto geral (amarela) quanto por pontos (verde) sem vencer nenhuma etapa (NR: em cada etapa, o primeiro lugar vale 50 pontos). Como a Bora foca todo o trabalho nele, sim: Sagan é favorito.

4 - Além de campeão geral por tempo (camisa amarela) e por pontos (camisa verde), quais as outras disputas.

R: No ciclismo estrada há as seguintes disputas.

a - melhor escalador (o Rei das montanhas) e no momento o líder Benoit Cosnefroy, francês da AG2r;

b - melhor ciclista jovem (abaixo de 25 anos) e quem lídera é Egan Bernal, colombiano da Ineos. Bernal é o campeão geral da volta da frança-2019 e tem 22 anos, logo pode tanto ganhar a camisa amarela quanto a de melhor jovem (camisa branca), bisando o que fez em 2019.

c - disputa por equipes - através da média de tempo dos ciclistas. No momento a EF pro lidera, um minuto à frente da Jumbo Visma

d - disputa do atleta mais combativo - aqui a escolha é por etapa e premia aquele que é considerado o mais agressivo daquele dia.

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