Lance 24 Horas de Le Mans: Ferrari encerra jejum de quase 60 anos em prova que inspirou filme de disputa com Ford

24 Horas de Le Mans: Ferrari encerra jejum de quase 60 anos em prova que inspirou filme de disputa com Ford

Obra hollywoodiana foi inspirada em batalha envolvendo Escuderia italiana

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Após quase seis décadas sem vitórias, a Ferrari fez história ao vencer as 24 Horas em Le Mans, com Antonio Giovinazzi, Alessandro Pier Guidi e James Calado. O trio quebrou o jejum que durava 58 anos entre equipe e montadora - o último título foi em 1965. A Escuderia italiana e marca mais tradicional do automobilismo mundial empilhou diversos títulos nas categorias que disputou, depois de anos sem competir como equipe oficial - atuando apenas como montadora - voltou mostrando as suas origens de completo domínio na Tríplice Coroa do Automobilismo.

A Ferrari dominou a categoria durante muitos anos. Em 1966, o embate com a Ford marcou a história da categoria e furou a bolha dos esportes à motor, sendo retratado nos cinemas, com o filme "Ford vs Ferrari" em 2019, que conta a disputa entre os principais pilotos. A Ford montou uma estrutura para desbancar a equipe de Maranello, e conseguiu, acabando com a hegemonia italiana.

Depois de perder para a Ford entre 1966 e 1969 (tetracampeã na ocasião), a Ferrari se enfraqueceu e encerrou as participações (como equipe) nas 24 horas de Le Mans em 1974. A equipe retornou em 2023, já com o título, graças a uma decisão que envolve a questão de cortes de gastos na Fórmula 1.Antonio Giovinazzi, Alessandro Pier Guidi e James Calado venceram com a Ferrari neste domingo (Foto: Divulgação/WEC)

ENTENDA A HISTÓRIA
Criada nos anos 1920, com a equipe de Maranello presente desde o início, a corrida que ocorre no Circuito de Sarthe, além de ter caráter de resistência e ser a maior prova do planeta (sendo feita em etapas divididas em dois dias, pilotos se alternando entre o dia e a noite), tem o objetivo de contribuir para o progresso técnico, promovendo avanços tecnológicos automotivos e favorecendo o desenvolvimento deste mercado. Diferentemente de outras categorias do automobilismo, o foco maior é no desempenho do carro e não do piloto, sendo assim, a verdadeira essência dos esportes à motor.

Dos anos 50 para 60 a Ferrari viveu uma "virada de chave", além da consolidação da marca na categoria. Essa foi a era mais vitoriosa da equipe em Le Mans (entre 1958 e 1964 venceram por seis vezes). Os carros desta época também são inesquecíveis no mundo do automobilismo, se tornando verdadeiros clássicos, como a linha 250 e sua variante mais marcante, 250 Testa Rosa, que levou a edição de 58. Outras equipes já dominaram este cenário como Bentley, Alfa Romeo, Jaguar, Ford, Porsche e mais recentemente a Audi e a Toyota.

Como qualquer era de dominância há um fim, a da Ferrari chegou nos anos 70, mesmo nas edições perdidas devido à problemas mecânicos e acidentes, a equipe sempre estava brigando pelas melhores colocações. Nesse momento, o time de Maranello começou a produzir protótipos como o 312P Coupé, 512S e M, 365 GTB e 312PB-73 e em 1974 parou de competir em Le Mans como uma equipe oficial. Até o último ano, a equipe participava da competição através de equipes clientes e parceiras.

RETORNO
A volta da equipe italiana em Le Mans ocorreu devido ao teto de gastos da Fórmula 1, que está em vigor desde 2021. Por ter um dos maiores orçamentos, a empresa veio a público falar que não gostaria de fazer parte do corte de gastos no seu programa esportivo. Com isso, os dirigentes abriram um estudo sobre o realojamento de recursos. Indy e o Mundial de Endurance, que engloba as 24 horas de Le Mans, se tornaram as principais alternativas.

Com esta conquista, a Ferrari levanta seu décimo troféu e segue sendo a terceira equipe mais vitoriosa do Circuito de Sarthe, atrás apenas de Audi e Porsche. Essa vitória foi importante para a marca e seus torcedores, que seguem em um jejum de 15 anos sem vencer um campeonato de Fórmula 1.

*Sob supervisão de Ricardo Guimarães.

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