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A semana de Fernando Diniz e do Fluminense foi conturbada. O anúncio de que o treinador dividiria as atenções entre o clube e a Seleção a partir desse mês de julho não caiu bem em boa parte da torcida tricolor. Protestos nas Laranjeiras na noite de sábado davam um tom de pressão em cima de diretoria e treinador para o jogo do domingo passado contra o Internacional.
Jogada10
Jogada 10Sem Ganso, lesionado, e Árias suspenso, o treinador se viu sem suas duas peças mais habilidosas e criativas para um confronto direto por uma vaga no G4. Pairava a dúvida sobre como o time iria se portar: manteria o estilo de torques curtos e posse de bola ou mudaria a forma de jogar?
Mudanças
E o Fluminense mudou. O Dinizismo tradicional não sobressaiu. Com um time mais espaçado, um meio-campo muitas vezes vazio, o Fluminense abusou da ligação direta e das viradas de bola no primeiro tempo. Fábio, Felipe Melo, Nino, Marcelo e André – os responsáveis pela saída de bola – cansaram de acionar a velocidade de Lelê e Keno com lançamentos de mais de 40 metros e cruzamentos.
E a opção surtiu efeito. O primeiro gol sai de uma bola levantada da esquerda por Lima, que sobra na direita para Samuel Xavier. O lateral arrisca um chute que encontra Cano no meio do caminho. E o artilheiro não perdoa. O Fluminense já era melhor em campo, não sofria sustos, mas não encantava como em outros momentos do ano.
O segundo gol veio em uma jogada que pareceu ensaiada. Marcelo cobrou escanteio na primeira trave e Martinelli apareceu de surpresa para desviar para o fundo da rede: 2 a 0. Jogo praticamente resolvido, pois o Inter passou os primeiros 45 minutos sem dar um chute sequer.
Diniz atualizado
Na etapa final, o time de Fernando Diniz colocou o pé no freio, viu o Inter crescer e até acertar a trave em linda bicicleta de Alemão. Surpreendentemente, Diniz optou por fazer apenas duas alterações, quando poderia descansar os jogadores e eliminar riscos de cartões e suspensões para o Fla-Flu. Aliás, Keno, um dos melhores em campo, recebeu o terceiro amarelo e não jogará o clássico.
O Fluminense venceu, voltou ao G4. Mas o futebol apresentado foi mais pragmático, menos empolgante e plástico. Parte da torcida gostou e aplaudiu ao fim do jogo. Já outra parte saiu com gosto amargo de ver o futebol vistoso do início do ano ser esquecido. Assim, a versão 2.0 do Fluminense 2023 mostrou suas armas, resta saber se teremos novas atualizações no modo de jogar do professor Diniz até o fim do ano.
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