Stabile é pressionado a demitir Fabinho Soldado, mas banca diretor no Corinthians
Enquanto conselheiros pressionam pela saída do executivo do Timão, jogadores e comissão técnica reforçam confiança em seu trabalho
Jogada 10|Do R7

Uma disputa silenciosa, mas intensa, vem agitando os bastidores do Corinthians. Conselheiros e dirigentes políticos do clube pressionam o presidente Osmar Stabile pela demissão de Fabinho Soldado, atual executivo de futebol, que segue respaldado por jogadores e funcionários do CT Joaquim Grava. O impasse cria um clima de incerteza sobre o comando do futebol alvinegro para 2026.
Desde que Rubens Gomes (Rubão) deixou o cargo de diretor estatutário, em maio de 2024, Fabinho passou a chefiar o departamento sozinho. A autonomia e o salário do dirigente, porém, incomodam parte dos conselheiros do Parque São Jorge, que defendem o retorno de um diretor estatutário. Cargo historicamente usado para costurar alianças políticas dentro do clube.
Há quem diga que, por ter sido contratado na gestão de Augusto Melo, Fabinho deveria ter deixado o cargo após o impeachment do ex-presidente, em agosto. No entanto, Stabile optou por mantê-lo, contrariando grupos influentes e ampliando a tensão política.
Apesar da pressão, Fabinho encontra sua principal base de sustentação no CT Joaquim Grava. Respeitado por atletas e comissão técnica, o executivo é elogiado pela postura firme, cumprimento de promessas e habilidade para administrar crises, como as ausências de Memphis Depay e José Martínez em treinos. O ex-chefe do departamento médico, André Jorge, chegou a afirmar que o profissional é peça-chave para o funcionamento interno do clube.
Elenco do Corinthians unido com Fabinho Soldado
No último sábado, após a vitória sobre o Atlético-MG, o goleiro e capitão Hugo Souza fez questão de defender publicamente o dirigente.
“O Fabinho que cuida de todo o nosso ambiente no futebol, nos deixa bem à vontade para trabalhar. É um cara que a gente tem que respeitar muito, não só a torcida, mas o conselho, a diretoria, a presidência. O clube em si precisa respeitar o trabalho que o Fabinho faz aqui. Nós que estamos dentro do clube vemos o dia a dia”, disse o goleiro.
O elenco é hoje o principal fiador da permanência de Fabinho. Demiti-lo antes do fim da Copa do Brasil, marcada para dezembro, seria arriscar um atrito interno em plena reta final da temporada.
Ainda assim, os críticos seguem atentos a cada tropeço. As reclamações vão desde a falta de reforços antes do transfer ban até o custo elevado da folha salarial, atualmente estimada em R$ 20 milhões mensais, considerada alta para um time que ainda não conseguiu vencer duas partidas seguidas no Brasileirão.
O CT Joaquim Grava segue como um território blindado e controlado por Fabinho. É lá que o dirigente, de postura formal e discreta, mantém o apoio do elenco e o respeito dos profissionais do futebol. Por ora, esse respaldo é o que o mantém no cargo. E também impede que a crise política que ronda o Parque São Jorge atravesse os portões do CT.